A inversão de valores e princípios tem sido brutalmente deturpada em nossos dias, principalmente quando falamos de honra, submissão e lealdade. Ambientes hostilizados de autossuficiência, justiça própria e senso de conquista, “vale o que eu tenho, não importa quem eu sou”, deveriam nos causar indignação por viver no campo da superficialidade, valorizando coisas e descartando pessoas, conquistando bens e menosprezando relacionamentos.
Lealdade é atributo de quem honra. Quem escolhe e decide honrar tem de aprender a proteger o coração com as falácias do adversário. Onde há lealdade, transborda confiança, estabilidade, legitimidade e segurança mesmo nos dias maus. Pior do que lidar com a deslealdade daqueles que deveriam vir o reconhecimento, é estar cercado de pessoas que até honram de lábios, mas a intenção do coração está maquiada com uma falsa espiritualidade.
"Esse povo se aproxima de mim com a boca e me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de mim...” Isaías 29:13
Decida entrar pelo caminho da humildade, da segunda milha, do amor ao próximo, da compaixão em detrimento da satisfação do nosso ego. A honra anda de mãos dadas com a humildade, conforme Provérbios 29:23, na tradução Almeida Revista e Corrigida: “A soberba do homem o abaterá; mas o humilde de espírito obterá honra.”
Entender quem nós somos em Cristo e o que carregamos é crucial para viver uma cultura de honra expressando o coração de Deus com relação ao outro, em lealdade. Não há concorrência no coração do homem quando ele se desvencilha de qualquer trapo de justiça própria. Nas oportunidades que surgirão de desonrar, não ceda, permaneça íntegro, pois esse foi o coração de Davi quando teve a oportunidade de matar Saul, mas mesmo assim decidiu deixá-lo viver porque ele havia sido ungido por alguém. Não honramos por merecimento, honramos por princípio. Não tem a ver com a ocasião, é coração. Ser, faz autêntico o fazer. A honra genuína é quando o discurso casa com a prática. Se minhas ações estão divorciadas de meu estilo de vida, provavelmente, falarão mais alto que minha voz. O grito da honra flui da disposição de um coração humilde em fazer ao outro o que Cristo fez por mim, pois a matemática divina sobrepuja a lógica dos soberbos, afinal, no Reino maior é aquele que serve; é aquele que sabe dar importância ao outro, independente de condição ou reciprocidade, sem exigir, sem reivindicar, sem forçar. É doar e reconhecer assim como Jesus fez em todos os lugares que passava. A honra sempre atrairá a bênção e o favor de Deus e será percetível aos olhos dos homens.
Se a cultura de honra que vivemos é seletiva, resta apenas um hábito interesseiro de bajulação, com relacionamentos à base de troca. A honra dá a você aquilo que as pessoas possuem, sem pagar o preço que elas pagaram, pois fala muito mais de você do que do outro e demonstra o quanto o seu coração é nobre e o quanto você teve revelação da realeza de um Reino. Honre a unção, valorize as alianças, priorize os relacionamentos e, indubitavelmente, desfrutará de céus abertos todos os dias!
Matheus Grismaldi é escritor, missionário e assessor de comunicação e imprensa em Angola, África. Também integra equipe de plantações de Igrejas, dedica-se ao discipulado, apaixonado pelo Evangelho e faz parte da liderança na Igreja Videira, Vinha Angola. É o filho caçula de três irmãos, nascido em lar cristão, natural de São Paulo, carrega o sonho de ver uma geração vivendo a grande comissão e missões transculturais.
* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.
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