“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6)
Como sou educadora por formação tenho indagado sobre a origem de tanta violência e degradação da sociedade, não apenas com o olhar de cidadã cerceada da liberdade, mas como alguém que faz parte do contexto da formação de indivíduos e futuros cidadãos.
A escola tem sido cobrada de um papel que não é o dela na formação da criança e do jovem, decorrente da descaracterização do papel familiar nesta formação. A família tem se omitido em seu compromisso de educar seus filhos. Temos visto a “terceirização” da educação: a babá, a empregada, a televisão, a internet e a escola têm cumprido um papel que cabe a família. O papel principal da instituição Escola é informar e transmitir conhecimentos que irão contribuir para a formação do futuro cidadão e profissional.
O que temos visto é grande parte dos alunos sem limites. Crianças desestruturadas oriundas de lares igualmente desestruturados, com valores éticos e morais frouxos. E a sociedade é formada por famílias. Famílias desestruturadas darão origem à sociedade desestruturada com um crescimento galopante da violência em todos os níveis.
Bem, apesar de não ser assistente assídua dos canais de TV aberta, nesta semana abri uma exceção, pois havia tomado conhecimento de que um grande advogado iria a um programa debater sobre a diminuição da maioridade penal, visto que, infelizmente, este tem sido um assunto recorrente em todas as mídias, frente às últimas notícias de crimes violentos cometidos por menores infratores, e como educadora e mãe de dois jovens decidi assistir o programa.
A explanação do convidado do programa esteve todo tempo embasada nas leis do Estatuto da Criança e do Adolescente, mas com ponderações sobre a necessidade de reavaliação e adequação da lei frente à realidade que estamos enfrentando nesses últimos tempos. Até que, o apresentador do programa, Ratinho, saiu-se com uma frase que me fez refletir: “A mãe que não leva o seu filho para a igreja vai um dia visitá-lo na penitenciaria”.
Confesso que fiquei surpresa com tal conclusão do apresentador. Para quem assistia ao programa parecia se tratar de programa evangélico. Mas não é que o Ratinho tem razão?
A Bíblia nos ensina o segredo para não termos decepções no futuro com nossos filhos: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6). “NO CAMINHO” aponta para “JUNTO COM ELE”. Observe que Provérbios não cita “APONTAR PARA O CAMINHO”, ou apenas mostrar. Os pais devem andar no caminho, isto é, nas orientações da Palavra de Deus, junto com seus filhos. Não surtirá efeito o ditado “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.
Quando as famílias têm suas vidas pautadas pela Palavra de Deus, temendo ao Senhor, isto é, respeitando-o, levam grande vantagem em relação às outras famílias que não são praticantes da Palavra. Seus descendentes farão a diferença na sociedade.
O justo, ou seja, o praticante da justiça, tem grandes promessas de Deus que devem ser apropriadas: “A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos justos será abençoada” (Sl 112.2); “E todos os teus filhos serão discípulos do Senhor; e a paz de teus filhos será abundante” (Is 54.13); “Não trabalharão em vão, nem terão filhos para perturbação, porque são a semente dos benditos do Senhor, e os seus descendentes com eles” (Is 65.23).
Nós que conhecemos a Deus e Sua Palavra precisamos urgentemente vivenciar essas verdades bíblicas em nossas famílias, porque somos a resposta de Deus a uma geração corrompida pelo pecado. O remédio é Jesus revelado através de nós. Para isso, precisamos começar a fazer a diferença desde o pequeno núcleo em que nos encontramos, ou seja, nossa família, para depois influenciarmos nosso bairro, cidade e país. Do micro para o macro. Não adianta apenas culparmos o governo. Façamos a nossa parte como cristãos. A sociedade ganhará e o Reino de Deus também.
- Mônica Valentim