Quando os ramos se tornam ternos

Quando os ramos se tornam ternos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:06

" Aprendei, pois, esta parábola da figueira: quando já os seus ramos se tornam tenros e brotam as folhas, sabeis que está perto o verão " (Mt 24: 32)

Para as pessoas que não querem ser surpreendidas com fatos para os quais não esteja preparado, ter discernimento das coisas que ocorrem ao seu redor é condição primordial. E, para tanto, faz-se necessário ser bom observador dos variados sinais que podem anteceder ao fato propriamente dito.

Não apenas aspectos negativos precisam ser identificados previamente; os positivos também, para que não os desprezemos por desconhecimento.

Por muitas vezes na Bíblia Deus usou sinais naturais, ou até mesmo sobrenaturais, para falar com Seu povo. Em Gênesis 9: 13 lemos que Deus pos o arco na nuvem como sinal do Seu concerto com toda alma vivente, confirmando que não enviaria mais dilúvio para destruir os moradores da terra.

O anúncio do nascimento do Messias foi precedido do sinal sobrenatural da virgem concebendo e dando à luz um filho (Is 7: 14). Assim também Sua volta foi determinada mediante alguns sinais específicos, para que aqueles que a esperam não sejam surpreendidos.

O texto bíblico que usei para embasar a mensagem tem sido bastante explorado por Escatologistas. Para eles, Há todo um simbolismo nas palavras que Jesus usou em Seu sermão profético. Uns dizem que A FIGUEIRA simboliza Israel, pois assim os Profetas o chamavam (Jl 1: 7). Outros, dizem que O VERÃO simboliza o Arrebatamento (Lc 21: 30) e INVERNO a Grande Tribulação (Mc 13: 18).

Não escreverei sobre Escatologia, pois não sou e nem me considero nenhuma especialista no assunto; mas dividirei um pouco com os leitores sobre a necessidade de sabermos discernir os sinais que se apresentam diante de nós, e que na maioria das vezes são ignorados, e por isso são perdidas excelentes chances de reverter situações difíceis. Ou até mesmo bênçãos de Deus, que após tanto tempo de clamor e súplicas, não são identificadas como respostas de oração, visto que não há perseverança. Ignora-se a Palavra que diz “que o justo viverá da fé; e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele” (Hb 10: 38).

A dor e a febre podem ser indício de uma infecção. Uma rachadura na parede pode indicar comprometimento na estrutura da construção. Distanciamento e frieza nos casamentos apontam para negligência e falta de investimento na relação. Muitos são os sinais que traduzem alguns diagnósticos. Mas por que muitos afirmam não perceber como e quando o problema teve origem?

Vivemos na época do imediatismo, do instantâneo. Se algo dá muito trabalho logo poderá ser descartado. Se junta a isto o fato de que hoje muitos relacionamentos são superficiais e voláteis, com pouca ou nenhuma duração. Agindo assim fica difícil identificar quando o ambiente muda, e corremos o risco de nos deparar com algo que dê trabalho para ser revertido. Prestar atenção ao que ocorre ao nosso redor nos possibilitará não sermos pegos de surpresa.

Muitos dizem escolher suas amizades pelas afinidades. Mas, o que são afinidades? Se pensarmos apenas em gostos parecidos poderemos nos frustrar num futuro próximo. E quanto ao caráter daquele que eu escolhi para amizade? Ele poderá gostar de música como eu, ou ter a mesma profissão, mas e se ele se vale de “pequenas mentiras” para se livrar de situações embaraçosas ou está sempre dando desculpas para os seus deslizes? Também poderei confiar 100% em alguém que não tem sua vida dirigida pelo Espírito Santo, e toma suas decisões baseadas no que o fará se “dar bem”?

Alguns já ouviram falar de mimetismo. Ele consiste na presença, por parte de determinados organismos denominados mímicos, de características que os confundem com um outro grupo de organismos; os modelos. O mimetismo tem por objetivo dar ao animal condições de proteção contra seus predadores. Mudando de cor ou de forma, os corpos destes animais ficam numa situação de difícil percepção. Alguns animais usam esta capacidade para “enganar” suas presas, facilitando a caça. O camaleão é o exemplo mais clássico quando se fala de mimetismo.

Infelizmente temos encontrado no “arraial do Senhor” alguns “camaleões” utilizando-se do mimetismo para fazer-se passar por Suas ovelhas. Jesus deixou uma dica para podermos identificá-las. Ele disse: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem” (Jo 10: 27). Se aqueles que se dizem ovelhas não ouvem a voz de Jesus, ou seja, não obedecem à Sua Palavra, mas fazem o que querem, logo não são conhecidos por Ele. É como se Ele dissesse: Você não faz parte do meu corpo, da minha Igreja. O meio evangélico está cheio de pessoas que estão se deixando enganar pelos camaleões. Não faltam sinais para identificá-los, mas estes têm sido negligenciados ou relevados em nome da harmonia no seio da Igreja ou para não promover escândalo. Aquilo que o Senhor determina e instrui em Sua Palavra é desprezado em prol de um pseudo-evangelho, que não é o mesmo que Jesus determinou que pregássemos:

E este Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim (Mt 24: 14).

Jesus usou a palavra este, um pronome demonstrativo. Ele estava apontando para o Evangelho que Ele estava pregando: salvação e remissão dos pecados, cura e libertação. Deus deseja que todos os homens se arrependam de seus pecados e passem a desfrutar da vida abundante que Jesus veio nos dar (Jo 10: 10b).

Percebemos que não basta “parecer” filho de Deus. É preciso “ser”. Esta é uma característica que preciso encontrar quando for escolher meus amigos, caso contrário, a minha integridade poderá ser comprometida.

Não vos enganeis; as más conversações corrompem os bons costumes. Vigiai, justamente e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Deus; digo-o para vergonha vossa (1 Co 15: 33, 34).

Jesus nunca disse que seremos conhecidos pelos dons que possuímos, mas pelos frutos (Lc 6: 44). Ele disse que os dons e a vocação são irrevogáveis (Rm 11: 29). Alguém poderá ter recebido de Deus algum dom especial para fazer a Sua obra em determinada fase de sua vida; fase em que buscava a Deus verdadeiramente, mas hoje vive aquém do que Deus espera dele; até mesmo com pecados ocultos. Por essa razão não podemos nos basear apenas por manifestações espirituais. Os frutos de vida são mais importantes para Deus.

Precisamos aprender com o homem simples do campo. Ele conhece o tempo certo de plantar determinada semente só pela observação do tempo e das estações do ano. Ele sabe discernir os sinais da natureza. Também percebe o interior das pessoas que convivem com ele. Se alguém está mais quieto, se o olhar está diferente ou distante, não passa despercebido. Em sua simplicidade ele entende que há algo que não vai bem; valoriza o seu próximo como alguém indispensável para ele e à sua comunidade. Para ele, cada gesto, cada olhar, fala. É um sinal, um alerta.

Há muitos sinais a nossa volta esperando para serem decifrados. Jesus disse que quando os ramos se tornam tenros e brotam as folhas é porque esta chegando o verão. Uma explicação humana para princípios espirituais. Ele diz que até a própria natureza dá sinais de mudanças. Nós precisamos buscar Nele a unção de sabedoria e discernimento para entendermos as coisas humanas e espirituais, e não venhamos a ser enganados ou sofrer uma grande derrota e também não sermos pegos de surpresa.

Pai Celeste; que o Senhor nos capacite com a unção de sabedoria, conhecimento e inteligência espiritual, a fim de podermos discernir os sinais de perigo que nos rodeiam, e afastar de nós todo “camaleão” enganador. Em Nome de Jesus, Amém!

Mônica Valentim Mônica Valentim é pedagoga, com expecialização em Orientação Educacional e Profissional; pós- graduada em Psicomotricidade. Possui especialização em Modificabilidade Cognitiva PEI- Nível I, Jerusalém, Israel. Bacharelanda em Teologia.

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