Para refletir: O Reino de Deus em tempos de pandemia

O Evangelho do Reino, tão mencionado na Bíblia, são as "boas novas" que revelam o caminho para o encontro entre o pecador e o Criador.

Fonte: Guiame, Saulo PortoAtualizado: segunda-feira, 27 de abril de 2020 às 17:52
(Foto: Getty)
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“Nada pode parar o Reino de Deus. Nada pode nos separar do amor de Deus.” (Mat 13:31-32; Rom 8:35-39)

Gostaria de começar esse texto com esses dois princípios. São simples e claros. Há alguma relação entre o reino e o amor de Deus. Meu convite ao leitor é pensar um pouco sobre como que buscar o Reino de Deus pode ser nossa atitude mais lúcida e amorosa em tempos de pandemia.

Uma definição pra começar. Mas o que é o Reino de Deus? Temos ouvido muitas pessoas falarem sobre os últimos dias, sobre a volta de Cristo, sobre o Apocalipse. Eu entendo. Mas, onde está o Reino? Como a Igreja tem construído e vivenciado este fundamento do cristianismo? O Reino de Deus é o Senhorio de Jesus estabelecido no coração do indivíduo. O Evangelho do Reino, tão mencionado na Bíblia, são as "boas novas" que revelam o caminho para o encontro entre o pecador e o Criador.

Uma parada antes de prosseguir. Mas para quê entregar a vida ao Senhor Jesus? Não bastaria apenas crer nele? Espera aí, e há diferenças? Sim... há... porque nem todos os que criam nele, tiveram coragem para segui-lo. É por isso que, nem todo cristão é discípulo. Os cristãos podem estar buscando apenas a salvação das próprias almas, enquanto que o Rei Jesus busca reconciliar consigo todas as coisas (Col 1:20) através de seu Reino. Seguir Jesus genuinamente implica comprometer-se com a vontade d’Ele.

Não vamos nos confundir. O Reino é invisível, embora se manifeste visivelmente. O Reino só tem um único Rei, nós somos apenas súditos ou coparticipantes. No entanto, os homens que tentam resistir ao Senhorio de Jesus, clamando o reino para si mesmos, afastam-se do Reino para construírem seus próprios "impérios". Agora entenda, a principal diferença entre o Reino e o império é que todo império é passageiro, enquanto o Reino é Eterno (assim como o seu Rei). É tempo de menos impérios e mais reino.

Tá, e o que eu tenho a ver com isso? Sabemos que a única forma de ver esse mudo mudar para melhor é através da vontade de Deus. A vontade de Deus não pode ser separada do seu Reino. Ou seja, buscar a vontade de Deus é buscar o reino. Ignorar o Reino, é desprezar a vontade de Deus. E aos discípulos, como pessoas que amam e seguem a Jesus, foi dada a ordem de buscar o Reino em primeiro lugar (Mat 6:33).

Agora a realidade. Mesmo em meio às mais severas adversidades, nada pode nos separar do amor de Deus. O amor de Deus faz parte de nossa vida, percebendo ou não. O amor de Deus não para. Por isso, seu Reino de amor está avançando mais do que nunca. É impressionante. Enquanto alguns se distraem com as notícias, há uma imensa multidão que, longe do virtual, está concentrado no que é real. “Real” aqui, diga-se de passagem, tanto pode ser o real “verdadeiro”, quanto o real “relacionado ao reino”.

Há uma Igreja que avança à passos largos, longe das mídias sociais, em meio às perseguições e desafios. E outra Igreja, “discipulada” pelo wi-fi ou 4G, que está paralisada diante de tantas notícias ruins.

Finalizando: Qual a nossa resposta? Minha sugestão é, por um momento que seja, pararmos tudo o que estamos fazendo, esquecermos o pânico e simplesmente pensarmos no tanto que Ele nos ama, em quão Inteligente e Sábio Ele é, em quão grande é o seu Poder, e em quão precisa é a sua Voz, os nossos olhos vão olhar pra cima enquanto que os corações se acalmarão na realidade da sua presença. Não estamos só. E este não é o fim. Temos um Rei e Senhor. A lucidez volta, e o Reino faz sentido. Fica mais claro para entender que buscar o seu Reino, em tempos de pandemia, pode ser a nossa escolha mais real, mais inteligente e duradoura.

Por Saulo Porto, teólogo e pastor, missionário da Missão Mãos Estendidas em Portugal e África, professor de Cosmovisão Bíblica na Jocum e estudante de Psicologia na Universidade do Algarve. Casado com a Juliana, com quem tem duas filhas, Alice e Nadine.

* O conteúdo do texto acima é uma colaboração voluntária, de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

Leia o artigo anterior: A Páscoa dos judeus, a Paixão de Cristo, e o propósito dos discípulos

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