Sergio Renato de Mello, defensor público de Santa Catarina, colunista do Jornal da Cidade Online e Instituto Burke Conservador, autor de obras jurídicas, cristão membro da Igreja Universal do Reino de Deus.
Um cristão escreve agora para um site cristão. Parto desta premissa para, então, esclarecer, que aqui a liberdade de manifestação religiosa deve ser tanto mais presente do que em outros momentos, digamos, políticos de escrever. Aqui é de cristão para cristãos. Quem não é cristão ou se diz cristão e vem com mimimi contra um cristianismo um tanto quanto opressor, que tome a sua mornidão ou seu gelo e saia fora antes que Jesus vomite. E quem não é cristão, que fique quente e se converta dos seus maus caminhos. E tento ser amigo. Se amigo é inocente, modesto e simples (Chesterton, em O defensor), o amigo de verdade é aquele que fala a verdade com o dedo no rosto de quem quer ajudar e com a vantagem de ser visto como um terceiro desinteressado.
Ou seja, o cristão amigo não acusa.
O mundo diz que não é de ninguém, que não tem dono e que cada um de nós é dono de si mesmo. Juntando tudo isso, o mundo é uma coisa pública, uma praça, um banheiro público sem dono e cujo dono é a coletividade. Ilustrando isso e só para se ter uma ideia do mundo sem dono, quem é homem já deve ter visto o que está escrito atrás da porta dos banheiros públicos masculinos.
O mundo tem dono sim. Ele é do maligno, que o usa para dividir, numa divisão diferente da de Cristo. Ele divide mesmo para tirar a paz, um acusador inveterado. Enquanto o Pai julga, o Filho defende, o diabo acusa. Pobre acusador! Já perceberam como o mundo não caminha sem acusações? O mundo caminha de acusação em acusação, mas deveria caminhar de fé em fé. E ainda falam em amor e paz! Deus me livre desta paz e deste amor!
Só para exemplificar, agora a nova moda é acusar todos os brancos de racistas pelos novos Direitos Humanos, específicos para determinados humanos. É que a mania de acusar tira o foco do certo e do errado do julgamento. O certo é sermos juízes de nós mesmos e dos outros. Acertaremos nossos direitos e o ponto cego da democracia, que no Brasil está ficando cada vez mais cega.
Mal começaram, o novo presidente e sua equipe de ministros já deram o tom de um governo anticristão. Na ignorância típica de esquerdistas “do conflito”, “da acusação”, da “luta de classes”, eles sabem que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco e o lado mais fraco é o lado cristão, que é mais forte mas cede por erro de leitura sobre amor, misericórdia e justiça. Cristãos falsos ou ateus intoxicados pelo secularismo não sabem lidar com o núcleo destes três valores e aplicam doses deles a depender apenas de seus interesses pessoais. A justiça deveria prevalecer. Só que não! Interesses pessoais em jogo, apenas isso.
Logo, há uma inversão. Esquerdistas bradam na academia: “Diga o fraco eu sou forte!”. Cristãos cochicham por “misericórdia e amor”: “Diga o forte eu sou fraco!”.
O feto vira objeto ou ocorre apenas mutilação; a linguagem força a língua e a consciência; estaremos desarmados; o dinheiro será gasto desequilibradamente; censura nas redes sociais; juros, inflação, PIB assombram o país; surge um Ministério da Verdade petista. E a palavra de ordem para tudo isso: democracia! Em nome da democracia milhões de pessoas foram mortas em regimes comunistas e socialistas, só para lembrar.
Parece uma lei fixa e invariável (e é): o povo tem sempre o governo que merece. Rei Saul, primeiro de Israel, desobedeceu a voz de Deus; Davi e Salomão foram diferentes; enfim, Roboão não honrou seu pai, Salomão, pecando contra Deus.
Enfim, se o povo escolhe um rei infiel para o seu governo não pode lamentar depois por sua má escolha. O que se planta é o que se colhe. Se planta infidelidade, colhe infidelidade.
E, no Brasil, depois de anos de um PT que já mostrava a pontinha dos chifres, agora volta com mais fervor revolucionário, mais ressentido e mais vingativo, ainda mais depois do que fizeram com Lula (prisão, processo, etc.).
Parece psicologia, mas é espiritual: “Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso. Como não o encontra, diz: 'Voltarei para a casa de onde saí'. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem. Então vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá a esta geração perversa” (Mateus 12:43-45).
Sergio Renato de Mello é defensor público de Santa Catarina, colunista do Jornal da Cidade Online e Instituto Burke Conservador, autor de obras jurídicas, cristão membro da Igreja Universal do Reino de Deus.
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