Sete demônios mais piores ainda

O mundo tem dono sim. Ele é do maligno, que o usa para dividir, numa divisão diferente da de Cristo.

Fonte: Guiame, Sergio Renato de MelloAtualizado: quarta-feira, 18 de janeiro de 2023 às 16:30
(Foto: Piqsels)
(Foto: Piqsels)

Um cristão escreve agora para um site cristão. Parto desta premissa para, então, esclarecer, que aqui a liberdade de manifestação religiosa deve ser tanto mais presente do que em outros momentos, digamos, políticos de escrever. Aqui é de cristão para cristãos. Quem não é cristão ou se diz cristão e vem com mimimi contra um cristianismo um tanto quanto opressor, que tome a sua mornidão ou seu gelo e saia fora antes que Jesus vomite. E quem não é cristão, que fique quente e se converta dos seus maus caminhos. E tento ser amigo. Se amigo é inocente, modesto e simples (Chesterton, em O defensor), o amigo de verdade é aquele que fala a verdade com o dedo no rosto de quem quer ajudar e com a vantagem de ser visto como um terceiro desinteressado.

Ou seja, o cristão amigo não acusa.

O mundo diz que não é de ninguém, que não tem dono e que cada um de nós é dono de si mesmo. Juntando tudo isso, o mundo é uma coisa pública, uma praça, um banheiro público sem dono e cujo dono é a coletividade. Ilustrando isso e só para se ter uma ideia do mundo sem dono, quem é homem já deve ter visto o que está escrito atrás da porta dos banheiros públicos masculinos.

O mundo tem dono sim. Ele é do maligno, que o usa para dividir, numa divisão diferente da de Cristo. Ele divide mesmo para tirar a paz, um acusador inveterado. Enquanto o Pai julga, o Filho defende, o diabo acusa. Pobre acusador! Já perceberam como o mundo não caminha sem acusações? O mundo caminha de acusação em acusação, mas deveria caminhar de fé em fé. E ainda falam em amor e paz! Deus me livre desta paz e deste amor!

Só para exemplificar, agora a nova moda é acusar todos os brancos de racistas pelos novos Direitos Humanos, específicos para determinados humanos. É que a mania de acusar tira o foco do certo e do errado do julgamento. O certo é sermos juízes de nós mesmos e dos outros. Acertaremos nossos direitos e o ponto cego da democracia, que no Brasil está ficando cada vez mais cega.

Mal começaram, o novo presidente e sua equipe de ministros já deram o tom de um governo anticristão. Na ignorância típica de esquerdistas “do conflito”, “da acusação”, da “luta de classes”, eles sabem que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco e o lado mais fraco é o lado cristão, que é mais forte mas cede por erro de leitura sobre amor, misericórdia e justiça. Cristãos falsos ou ateus intoxicados pelo secularismo não sabem lidar com o núcleo destes três valores e aplicam doses deles a depender apenas de seus interesses pessoais. A justiça deveria prevalecer. Só que não! Interesses pessoais em jogo, apenas isso.

Logo, há uma inversão. Esquerdistas bradam na academia: “Diga o fraco eu sou forte!”. Cristãos cochicham por “misericórdia e amor”: “Diga o forte eu sou fraco!”.

O feto vira objeto ou ocorre apenas mutilação; a linguagem força a língua e a consciência; estaremos desarmados; o dinheiro será gasto desequilibradamente; censura nas redes sociais; juros, inflação, PIB assombram o país; surge um Ministério da Verdade petista. E a palavra de ordem para tudo isso: democracia! Em nome da democracia milhões de pessoas foram mortas em regimes comunistas e socialistas, só para lembrar.

Parece uma lei fixa e invariável (e é): o povo tem sempre o governo que merece. Rei Saul, primeiro de Israel, desobedeceu a voz de Deus; Davi e Salomão foram diferentes; enfim, Roboão não honrou seu pai, Salomão, pecando contra Deus.

Enfim, se o povo escolhe um rei infiel para o seu governo não pode lamentar depois por sua má escolha. O que se planta é o que se colhe. Se planta infidelidade, colhe infidelidade.

E, no Brasil, depois de anos de um PT que já mostrava a pontinha dos chifres, agora volta com mais fervor revolucionário, mais ressentido e mais vingativo, ainda mais depois do que fizeram com Lula (prisão, processo, etc.).

Parece psicologia, mas é espiritual: “Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso. Como não o encontra, diz: 'Voltarei para a casa de onde saí'. Chegando, encontra a casa desocupada, varrida e em ordem. Então vai e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele, e, entrando, passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim acontecerá a esta geração perversa” (Mateus 12:43-45).

Sergio Renato de Mello é defensor público de Santa Catarina, colunista do Jornal da Cidade Online e Instituto Burke Conservador, autor de obras jurídicas, cristão membro da Igreja Universal do Reino de Deus.

* O conteúdo do texto acima é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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