Contra o Trabalho Infantil

Contra o Trabalho Infantil

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

Sou de uma família muito simples e tive de começar a trabalhar com 08 (oito) anos, quando já saía do extremo leste de São Paulo (Itaim Paulista) para vestir ''peça piloto'' para uma oficina de costura no bairro do Brás. Parece um trabalho fácil, mas eu e minha vizinha (que era costureria) íamos a pé até a estação de trem do Itaim Paulista onde nos utilizávamos do trem das 05h00, como nosso principal meio de transporte. Imaginem uma criança de 8 anos, as 05h00, em um trem super lotado.... Meu pai, no início, foi contra, mas eu o convenci que era preciso, tendo em vista a nossa precária situação financeira.

Este trabalho durou pouco porque a oficina ficou com medo da Delegacia Regional do Trabalho ''implicar'' e multá-la.

Aos 09 anos eu já trabalhava na casa de uma vizinha, cuidando de seus filhos e ajudando nos afazeres domésticos.

Aos 10 anos trabalhei como empregada doméstica na residência de um casal de idosos.

Aos 12 anos trabalhava na feira, em uma banca de peças para fogões, panelas, etc... depois, montei uma banquinha e fui vender avon...

Aos 13 anos iniciei em um laboratório de prótesese - queria aprender uma profissão ''melhor'' (era assim que pensava). Tive a oportunidade de trabalhar de recepcionista neste laboratório e, nas oportunidades, aprendia a fazer próteses. Aprendi a fazer ''grampo'', que é a base das próteses...

Aos 14 anos fui convidade pelo, então, Vereador Gilberto Nascimento para trabalhar na Câmara Municipal de São Paulo, onde permaneci até o ano passado e depois disso todos já conhecem, conforme artigo publicado no dia 25/01/2010, onde conto um pouco da minha história na Câmada de SP.

Faço estas reflexões para afirmar que fui uma criança que, com tenra idade, já trabalhava e sei o quanto fui prejudicada nos meus estudos, na minha infância! Mas não me arrependo! Aprendi muuito e superei toda e qualquer dificuldade advinda da perda da minha infância. No entanto, entendo que a criança tem de curtir a sua infância, sem preocupações com o que vai comer, vestir... deve brincar, se divertir, ser amada, amar, viver a sua inocência de maneira plena, sem abusos e explorações sexuais, intelectuais,... Simplesmente, VIVER, CURTIR, BRINCAR, CORRER... No tempo certo, a vida será mais séria, mais responsável, mas à infância não compete este tipo de preocupação - isto está para os pais e não para as nossas crianças!!

É assim que tenho conduzido, junto com o meu marido, a educação das minhas filhas. É assim que quero continuar com o bebê que está no meu ventre!!

A criança é o simbolo da inocência, do amor e deve ser tratada à altura!!!

Sei que exercer a função de pais, educar filhos, não é uma missão fácil, mas se entendermos a importância deste tempo para os nossos filhos, nossa missão ficará mais branda!!!

Era isso! (rs...) Grande beijo para todos os pais e crianças da nossa Nação!!

Teresinha Neves   é membro da Comissão de Liberdade Religiosa da OAB/SP. Possui especialização em Direito Constitucional e Administrativo, Políticas Públicas e Gestão Governamental. Mestranda em Ciências Políticas.  

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