Aval eclesiástico é garantia de pureza?

Aval eclesiástico é garantia de pureza?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

"E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos doutores, que introduzirão encobertamente heresias de perdição, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina perdição. E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da verdade. E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita" (2Pd 2.1-3).

O surgimento de grandes movimentos orbitando em torno de falsos pastores cujas palavras são confeitadas por frases de efeito, expressões triunfalistas e teologia utilitária, foi previsto nas Escrituras. Classificar bem ou mal um ministério, pela abundância ou escassez de realizações, é uma atitude imprudente e imatura. A fruta é avaliada pelo conteúdo e não pela casca. Em contrapartida, apesar do brilhantismo oratório e pirotécnico impressionar e acuar, nem sempre está totalmente ausente de conteúdo Não podemos condenar alguém só por causa da sua capacidade oratória. Muitos são movidos por falta de discernimento e por coração litigioso.

Transformar pessoas em moeda de troca é prática antiga, diabólica e prevista (Ap 18.13). Assusta o fato de encontrar esta prática na Igreja institucional, que abrigou em seus ramos todo tipo de ave de rapina. Gente movida por seus próprios interesses corre o risco de usar pessoas com o objetivo de fazer algum acordo, lavagem de dinheiro e de, através delas, alcançar notoriedade. Um verdadeiro comércio de almas humanas. Pessoas transformam-se em moeda de troca por favores ou votos são expostos neste shopping religioso. Não se espante, a Trombeta tocará, as cortinas do Céu se rasgarão e o Senhor se manifestará como uma bola de fogo que torrará estes corações incandescentes.

A heresia, por sua vez, é veiculada por pessoas que ganharam um aval por parte da instituição, caso contrário ninguém as ouviria. Um costume empresaria bem difundido diz: "seja o responsável pela promoção de seu chefe que ele o indicará como substituto". Quando a igreja é tratada como instituição e oferece plano de careira, a possibilidade de galgar posições desta maneira está sempre aberta, o que abre portas para pessoas mal intencionadas. Este aval vem em forma de títulos capazes de conceder-lhes o direito de serem ouvidos. São apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres. Sorrateiros, mas insinuantes, conquistam a confiança de alguns setores da liderança onde títulos ganham uma linguagem religiosa, mas o significado, o uso do poder e a forma de conquistá-los são mundanos.

Parte desta liderança pode ter sido seduzida por uma troca de favores, pela possibilidade de ganho, pela sua cobiça ou uma ponta de rabo preso. Lúcifer utiliza-se de um imenso repertório de estratégias infiltradoras inteligentes. Seus agentes funcionam como fontes de informação, fomentadores de boatos e facilitadores. Líderes em pecado ou gananciosos perdem o discernimento e estão sujeitos ao engano e a chantagens. Alguns destes agem de forma consciente enquanto outros são inconscientemente manipulados por demônios.

A história mostra que a paciência de Deus tem limite, o que foi provado pelo dilúvio. O seu anúncio, feito com o objetivo de trazer arrependimento, foi recebido com chacota, a exemplo do que ocorre hoje quando anunciamos o juízo de Deus. O mesmo mundo que segundo a ciência e a Bíblia surgiu da água, pereceu pela mesma água, mas uma única vez, a próxima será pelo fogo (1Pd 3.12).

"O Dia do Senhor" é uma expressão que, neste contexto, indica o dia em que cessará a oportunidade dada ao homem para o arrependimento. Este dia parece demorar para nós porque o tempo para Deus passa de modo diferente. Mil anos para nós é como um dia para Ele. Mas o tão esperado momento de sua intervenção definitiva na história, virá! As trevas serão despojadas sem que haja recursos ou apelações, e sem aviso prévio. A paciência de Deus terá seu fim em dia e hora marcados.

A Igreja pode fazer muito mais do que simplesmente esperar a implantação do Reino. Sua vocação é alargar as fronteiras dos domínios de Jesus. Para isso, basta que nos levantemos agora e assumamos nosso papel de soldados do Reino, e lutemos com disposição as batalhas do Senhor. "Esperando e apressando a vinda do dia de Deus, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão".

Pense nisto: A oportunidade para o arrependimento ainda está valendo, aproveite enquanto ainda há tempo.

Ubirajara Crespo é pastor, escritor, conferencista, editor e diretor da Editora Naós.  

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