João foi contemplado com uma visão de Jesus Cristo mostrando características autênticas de um ser glorificado, que somente o próprio Deus poderia possuir. O destinatário desta Carta de Jesus foi a Igreja Esmirna, também chamada de Igreja dos mártires.
Como ocorre com cada uma das Igrejas da Ásia, Jesus se apresenta de forma muito específica e trata com cada uma de forma personalizada. Sempre que faz isso, mostra características capazes de definir sua pessoalidade e sua divindade. Ele já se apresentou no início do capítulo para João, se descrevendo de forma generalizada (Ap. 1.17,18).
Aqui ele disse que é o Primeiro e o Último. Uma palavra dirigida aos perseguidores da sua Noiva. Depois de caírem todos os tronos, o dele continuará de pé. Será perante Ele que os perseguidores da fé deverão prestar contas. Uma advertência severa é colocada nestes versículos, e isto deveria nos levar a mudar de atitude.
Diz também que é o que morreu e ressuscitou, e não poderia deixar de se apresentar desta forma e mostrar empatia com sua Noiva querida. Ele sentiu as nossas dores, uma por uma, por isto, sabe o que é padecer. Esta palavra é de esperança.
O que morreu é o mesmo que ressuscitou. Se nos associamos com Ele na morte, também nos associaremos com Ele na ressurreição. Para uma Igreja de mártires, Jesus se apresenta como aquele que morreu. Se não pouparam o seu Senhor, imaginem o que farão com os servos.
Agora Jesus passa a fazer uma descrição apurada do destinatário. Vamos começar pela sua localização: Esmirna ficava a 65 km de Éfeso, uma das mais importantes cidades da Ásia. Nela, Policarpo, um dos pais da Igreja, foi martirizado aos 80 anos de idade.
O próximo passo em sua conversa com a Igreja é um Maiúsculo Reconhecimento: “Conheço as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap 2.9, 10).
Apesar das tuas tribulações e da tua pobreza, tu és rica. Assim como a mirra, esta igreja exalou o bom perfume de Cristo quando foi amassada. Murmurações e acusações contra os perseguidores qualquer um faz, os cristãos devem ser diferentes. Dizem que ao ser queimado, Policarpo exalou um perfume suave.
As perseguições vinham de duas direções: (de fora e de dentro). Fora de seus portões o mundo odiava a igreja. Dizia-se que o sangue dos mártires é a semente da igreja.
Uma tribulação de dez dias (v.10). A última perseguição que foi de Nero até Constantino, durou exatamente dez anos. Sob o domínio romano a religiosidade imperou e desenvolveu-se.
Outra possibilidade é que dez dias pode também significar que o sofrimento tem um limite, seu fim está próximo.
A perseguição também vinha de dentro. Cristãos nominais resistiam ao arrojo do verdadeiro cristianismo. É o que a Bíblia chama de “a sinagoga de satanás” (v.9). A sinagoga é lugar de adoração, isto significa que o culto satânico se disfarçou de piedade. A perseguição interna persistirá durante a época da igreja. Dentro da cristandade a obra do Espírito ainda encontra muita resistência
E a repreensão que ele fez para a Igreja de Éfeso? Éfeso foi repreendida porque precisou, mas esta igreja não recebeu qualquer tipo de repreensão da parte de Jesus. A igreja era pobre para os homens, mas rica para com Deus. Muitas Igrejas tentam impressionar o mundo com suas realizações. Na verdade, quando não temos poder, mostramos nossos paramentos.
“Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida” (Ap.2.10). Há um prêmio para quem se mantiver fiel durante tempos de perseguição (a coroa da vida). Na realidade, devemos ser eternamente gratos aos nossos perseguidores, eles me darão uma coroa eterna. São um incentivo para mim, por isto, devo abençoá-los.
E a Promessa: Essa não poderia faltar, mas sempre é feita somente ao vencedor. “O que vencer, de modo nenhum sofrerá o dano da segunda morte” (Ap.2.11). Os perdedores ficarão apenas com sua derrota. Os perdedores são os que desistiram e sofrerão a 2ª morte (Ap 20.), que é o lago de fogo.
O vencedor morrerá apenas uma vez. O que vencer não passará pelo lago de fogo, vai direto para junto do Senhor. Pior do que a morte física é a morte eterna. O lago de fogo é a segunda morte.
Por Ubirajara Crespo, pastor, conferencista, editor e autor dos livros “Qual o limite para o sofrimento” e “Rota de colisão”.
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