O Apóstolo

O Apóstolo

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

"NÃO sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo SENHOR nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor? Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor." 1Co 9.1,2

Paulo já tinha alguma dificuldade com esta nomenclatura, embora ele mesmo não a usasse como se fosse um título, mas como um ministério. No início de cada uma de suas epístolas ele usa a seguinte fórmula para se apresentar: Paulo, apóstolo.

Não era Apóstolo Paulo. Na realidade, dois mil anos se passaram e ainda estamos longe de um consenso em torno do correto entendimento do ministério apostólico. Na verdade, esta sinfonia é executada de forma desarmônica e o coral está distante do uníssono.

O que temos são posições corporativistas, tipo torre de babel, onde todos falam línguas diferentes. Não pode ser o Espírito Santo o promotor desta confusão, pois a sua descida, no Pentecoste, fez com que todas as línguas fossem conservadas, mas entendidas como uma só. O evangeliquês de hoje tem muitos dialetos. Para cada grupo há uma visão muito particular e todos assumem a sua como a mais correta.

Visto que algumas destas posições são antagônicas, deve ter alguém errado nesta história. Infelizmente ainda não apareceu ninguém com humildade suficiente para dizer que, neste assunto, está apenas em fase inicial de aprendizado. A maioria afirma ter uma revelação de Deus, mas se para cada grupo há uma revelação diferente, vale aqui a seguinte pergunta: Qual deus?  

Você conhece algum apóstolo que por amor a unidade do Corpo, estaria disposto a continuar executando suas tarefas, mas abrindo mão do título em prol da unidade do Corpo? Seria um sacrifício tão grande assim? O uso de títulos diferentes é um assunto suficientemente crucial que para podermos preservar a unidade temos que exigir este ato de renúncia? O problema está com o título ou com a ostentação? Se quisermos reconquistar a posição de Igreja Triunfante, teremos de abrir mão de tudo o que é superficial e renovar nosso compromisso com o essencial. Rejeitar males periféricos e conservar o bem essencial ajudaria muito para a unidade do Corpo.

Não advogamos a criação de mais um ato público de renúncia, isto seria inventar mais uma cerimônia inútil, o mal procede do coração e o bem não é inventado durante atos religiosos. Movimentos pró ou contra o uso de nomenclaturas, liturgias e estratégias não produzem nada importante. Não passaria de mais um movimento superficial inócuo.

Ubirajara Crespo é pastor, escritor, conferencista, editor e diretor da Editora Naós.

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