O profeta de verdade

O profeta de verdade

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Ez 3.21: "No entanto, se tu avisares o justo, para que não peque, e ele não pecar, certamente, viverá, porque foi avisado; e tu salvaste a tua alma."

As cidades da época eram guardadas por muros e torres de vigia, onde permaneciam os atalaias. Seu papel era dar um toque de alerta sempre que percebessem a aproximação do inimigo. O objetivo era evitar que a cidade fosse surpreendida e facilmente submetida. O profeta é um atalaia, cuja responsabilidade é alertar a Igreja a respeito de prováveis invasores conceituais e comportamentais. Seus avisos aumentam o nosso nível de alerta e coloca toda a responsabilidade nas nossas mãos.

O profeta, assim como ocorria como o atalaia, é o primeiro a sofrer o ataque, uma tentativa de anulá-lo. A infiltração de falsos profetas diminui a credibilidade nos profetas verdadeiros. Ao falar a verdade, ele pode contar com o assédio de falsas visões e a ameaças veladas de perder o cargo ao confrontar o pecado das autoridades eclesiásticas que lhe dão o emprego. O profeta de verdade é ameaçado de isolamento e em contrapartida assediado pela possibilidade de prestigio e ganho fácil mediante massagens de egos e palavras positivas. No Antigo testamento, os verdadeiros profetas não se assentavam à mesa de reis devassos e nem eram parte do colegiado religioso remunerado. A Igreja, porém, é incentivada a honrá-los, mas na maioria das vezes emolduram o ministério de figurões (Veja mais em 1Rs 17.4-7).

Ez 13.2-8: Qual é a verdadeira função do profeta? O profeta motiva, corrige, mantém a temperatura e funciona como um sistema imunológico capaz de detectar agentes invasores no corpo. Não me refiro ao tipo que tenta descobrir fatos a respeito do nosso futuro. Já me decepcionei muito com esses "chutes proféticos". A igreja que abriga essa ave de rapina é tão culpada quanto ela.

Creio que se os populares movimentos proféticos obedecessem a esse texto, pelo menos 90% cessariam suas atividades, o que seria ótimo. O profeta moderno está escudado pelos atuais movimentos apostólicos, que entendem o seu trabalho como fundamental.

Concordo com a essencialidade da profecia em gênero, número e grau, mas o seu papel não é exaltar a figura de um déspota: "Esse é o homem a quem escolhi para seu líder, ouvi-o." "Não desobedeça a meu servo, pois desobedecê-lo é o mesmo que desobedecer a mim." "Eu mesmo, o Senhor escolhi este vaso para dar a direção da minha obra."

Esse tipo de palavra tem proliferado muito ultimamente, mas será este o papel do profeta? Ele aponta para um homem ou aponta para Jesus? Segundo Apocalipse, o falso profeta terá a função de imprimir um culto à pessoa do anticristo. Espero que esse comportamento não invada a Igreja.

Ubirajara Crespo é pastor, escritor, conferencista, editor e diretor da Editora Naós.

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