Origem das feridas

Origem das feridas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:31

Na realidade, o sofrimento tem origem na natureza pecaminosa que herdamos de Adão. Lemos, na Palavra de Deus, que, pelo pecado, a morte passou a todos os homens (veja Romanos 5.12). Essa natureza decaída nos deixa predispostos a cultivar sentimentos negativos a nosso próprio respeito. Insinuações, ofensas, calúnias e desprezo, encontram eco em um coração já contaminado com o vírus da morte.

A rejeição é plantada com sementes de maus-tratos, de desatenção ou de desprezo de pessoas importantes para você (pais, irmãos, tios, amigos e professores). É o que aconteceu com Magda. Ela se queixava de ser a filha menos amada. Recebia o resto, a roupa nova, mesmo quando fazia aniversário, era das outras. Lavar a louça sobrava sempre para ela, as demais íam ao cabeleireiro e ela ganhava um pente. Quando a cama quebrava era a dela, o bife mais ossudo acabava dentro de seu prato. Anos a fio, foi vítima de uma série de tratamentos do gênero.

A agressão pode ser verbal ou física. Às vezes, até o silêncio agride ainda mais. Uma pessoa desprezada está sendo ensinada a pensar que não merece atenção. Gradativamente, esse padrão mental afeta o seu comportamento. Assim se constroem pessoas feridas.

A rejeição é uma raiz encontrada em muitos corações, uma das formas mais cruéis de agressão. Há feridas causadas pelo desprezo demonstrado, quando os pais preferem ver televisão a investir alguns momentos conversando com seu filho. Algumas crianças receiam se aproximar de seus pais.

Desfrutei da oportunidade de morar em Santos, no litoral sul de São Paulo, e da minha janela podia contemplar diariamente o pôr-do-sol. Uma maravilha que se renova a cada entardecer. Via, porém, no início do dia, como o mar devolvia à praia toda a sujeira jogada em suas águas. Era uma tentativa de purificação. Dava para ver latas de refrigerantes, sacos de plástico, pedaços de plantas, trapos e outras coisas mais.

É por esse tipo de purificação que devemos passar. Não devemos salvar arquivos que já morreram e trazer para a superfície as doenças do passado, mas simplesmente expulsá-las da nossa memória emocional. Pare de desenterrar mortos, precisamos colocar sobre eles uma lápide eterna. Queime esse arquivo dizendo: Nunca mais vou viver encurvado.

Ubirajara Crespo é pastor, escritor, conferencista, editor e diretor da Editora Naós.

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