Que tipo de pessoa eu devo mostrar no púlpito?

Ora, o mesmo tipo que mostro fora dele.

Senti a pressão social e eclesiológica, tentando fazer com que eu fosse mais comedido com a minha gesticulação e cuidadoso com o modo descontraído como falo. A pressão foi grande, e em algumas ocasiões eu cedi, mas já me arrependi desta fraqueza e não pretendo me arrepender novamente, pois teria de cometer o mesmo erro novamente, mas a pressão continua.

Resumindo, Deus chegou em mim antes da sociedade, da Igreja, dos diáconos e dos fariseus de plantão. Eu prefiro a formatação original, dada por ele, enquanto me tecia no ventre da minha mãe. Não pretendo entregar a tarefa de reformatação nas mãos de ninguém mais.

A pessoa que mostro no púlpito, mostro em qualquer lugar. Fazer teatro não consta da minha lista de prioridades. Já precisei de aplausos, não preciso mais. Se fosse essa a minha intenção, eu iria pra Globo, dizem que lá estão pagando mais. Quem sabe Hollywood?

Tenho de ser movido por princípios e não por um sistema de remontagem que varia de Igreja para Igreja, de pessoa para pessoa e de não sei quem para não sei quem mais. Creio que todos deveriam respeitar as diferenças, e que todos deveriam se deixar moldar pela palavra e não por gostos individuais. Afinal, quantas caras eu precisaria ter para agradar a todos?

De Deus jamais conseguirei esconder quem sou, por mais que tente.