"Entre dois senhores": livro retrata o drama da mulher cristã casada com um não cristão. Concorra!

"Entre dois senhores": livro retrata o drama da mulher cristã casada com um não cristão. Concorra!

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:27

 "Um certo dia, porém, ao voltar, ouviu de Evandro a terrível sentença:

- Ou eu ou a igreja.

 Parecia um pesadelo que se tornara realidade".

O trecho acima, extraído de "Entre dois senhores", de Mauro Clark, revela o drama da mulher crente casada com um marido não cristão.

Sempre considerando o sofrimento dessas mulheres, o autor traz palavras de ânimo e apoio, embasadas em princípios bíblicos; conselhos práticos e objetivos; e revela também a necessidade de fazer Cristo o centro da vida da leitora.

O livro também é útil para quem deseja familiarizar-se com o problema dessas mulheres, às vezes extremamente carentes de um ombro amigo com o qual repartir a pesada carga.

De 1º a 28 de fevereiro, o portal Guia-me, em parceria com a Editora Fôlego, sorteia "Entre dois senhores". Para concorrer, preencha com o seu nome e indique o e-mail de 06 (seis) amigos.

Você pode participar quantas vezes quiser, basta sempre preencher com o e-mails de novos amigos.

O nome do vencedor (a) será divulgado aqui no dia 01/03/2010.

Indicações abaixo de 06 pessoas não estarão concorrendo.

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Leia um trecho do livro:

Capítulo 1 - Três Histórias

A primeira

Edna estava desesperada. Sua angústia atingira limites insuportáveis. Sob o protesto da filha, saiu de casa às dez horas da noite rumo à mercearia. No meio do caminho, sentiu forte impulso de abandonar marido, filhos, tudo. Mas isso não vinha dela mesmo. Era como se alguém malicioso e perverso a estivesse influenciando por dentro.

Comprou uma carteira de cigarros e saiu. Sentia-se pior do que antes. Perambulou meio enlouquecida por algumas veredas do seu bairro - caminhos escuros e perigosos. Naqueles momentos, era uma criatura miserável.

De repente uma voz a chama: "Edna!". Era uma amiga, crente, que de vez em quando lhe falava do Evangelho. Assustada, perguntou o que ela fazia por ali, sozinha, àquela hora da noite.

Ao perceber o drama de Edna, levou-a para casa, logo em frente. E lhe falou ao coração palavras de apoio, de conforto, de vida eterna. Orou pela amiga. Leu passagens da Bíblia. E disse, com autoridade de quem fala em nome de Deus, que a única solução para a angústia dela era entregar-se ao Senhor Jesus Cristo.

Edna saiu dali outra mulher. No caminho de volta para casa parecia estar voando, de tão leve. Sentia no íntimo uma sede enorme de Deus. Seu coração palpitava. Não via a hora de ir buscar aquela Bíblia antiga que estava escondida no quartinho do fundo do quintal, junto com alguns trastes.

Chegando em casa, jogou em cima da mesa o maço de cigarros, fechado e todo amassado de tanto ser apertado. Correu para o velho depósito. Tirou a Bíblia, sacudiu a poeira e começou a ler.

Era a conversa do Senhor Jesus com a mulher samaritana. As palavras dEle bateram com força na sua alma: "Quem beber desta água terá sede outra vez, mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna." (João 4:13-14)

Naquela noite, uma fonte de água viva começou a jorrar em Edna para a vida eterna. E ela nunca mais teve sede!

Sede, não, mas problemas com o marido - esses estavam apenas começando.

Logo começou a freqüentar a igreja daquela amiga, uma vez por semana.

Durante os primeiros meses, Evandro não se incomodava com a nova vida da esposa. Parece até que achava bom vê-la feliz.

A tranqüilidade do casal, porém, não durou muito. Pouco a pouco ele começou a reclamar:

- Isso não está correto. Eu fico em casa, dormindo, e minha mulher na rua, tarde da noite. O que os vizinhos vão dizer? Daqui a pouco vão surgir até certos comentários.

- Mas Evandro, todo mundo sabe que eu sou crente e estou na igreja. Além do mais, quando eu saio é segurando a Bíblia.

- E daí? Quanta coisa errada pode se fazer com a Bíblia na mão?!

A igreja era muito longe, o que de fato obrigava Edna a chegar tarde em casa, vindo de ônibus.

Quando as pressões ficavam mais fortes, ela faltava. Ia para debaixo de uma árvore no quintal e chorava. Doía-lhe o coração ter de ficar em casa, podendo estar com os irmãos na igreja.

E ficou algum tempo nesse delicado equilíbrio. A qualquer momento o marido poderia explodir num gesto de intolerância. Uma vez, quando ela estava saindo, Evandro disse ameaçador:

- Quando você voltar vai encontrar todas as roupas da família molhadas. Não vou deixar nada seco.

Ela passou o culto aflito, imaginando o caos que encontraria ao chegar em casa. Mas, felizmente, ficou só na ameaça.

Horas antes de ir para a igreja, ela começava a trabalhar nas coisas de casa, para que absolutamente nada ficasse faltando. Mesmo assim, algumas vezes não funcionava. Quando ela estava pronta, com a Bíblia na mão, ele inventava alguma tarefa sem sentido e insistia para que ela fizesse "antes de sair". Ora, ele sabia que o atraso seria fatal e a faria perder o culto. E ela ficava...

Mesmo com essa dificuldade, ela conseguia ir com alguma freqüência à igreja. Certo dia, porém, ao voltar, ouviu de Evandro a terrível sentença:

- Ou eu ou a igreja.

Parecia um pesadelo que se tomara realidade.

Motivado pela ausência dela, um casal da igreja foi visitar Evandro. Visita abençoada! Ele resolveu acompanhá-la no próximo culto. Não pela vontade de ouvir a Palavra de Deus, mas por desejar checar o quanto sua mulher era mesmo conhecida ali, examinar o ambiente, e tudo o mais.

Ele foi, gostou e passou a freqüentar. Que maravilha - parecia que Deus finalmente estava começando a responder às sofridas orações de Edna.

Mas com um mês o sonho desfez-se como uma bolha de sabão. Na hora do apelo um homem foi até onde Evandro estava, segurou-o pelo braço e disse:

- Vamos, é a sua vez!

- Não é assim. Eu só vou quando chegar a minha hora - retrucou Evandro. E nunca mais na vida colocou os pés numa igreja evangélica!

O drama de Edna recomeçou. Uma vida tensa, sempre em terreno minado. A freqüência aos cultos voltou a ficar muito irregular.

Esforço para evangelizar o marido não faltava. Quantas vezes, ao ler a Bíblia, ela encontrava um versículo adequado e lia em voz alta, na esperança de tocar o coração do marido - mas ele saía de perto dizendo coisas debochadas. E Edna ficava triste. O dia ainda não tinha chegado. Talvez em outra ocasião...

Certa noite, na hora de dormir, Evandro estava tremendamente exaltado. Reclamou tanto que uma filha veio do quarto vizinho e pediu que o pai parasse. Naquele momento Edna ajoelhou-se e pediu socorro a Deus.

Uma convicção forte entrou na sua mente: mudar para uma igreja perto de casa. E passou a freqüentar uma pequena igreja, que há muito tinha visto a algumas quadras dali.

O problema de chegar tarde em casa desapareceu, mas surgiu outro. Como a igreja era perto, Edna, cada vez mais apegada à Palavra de Deus, passou a ir também à Escola Dominical.

- Leve logo a rede, sua fanática! - gritou o marido quando a mulher disse que estava novamente indo para a igreja, naquele dia.

E os anos foram passando, lentos, mas esperançosos. Épocas melhores alternavam-se com períodos mais difíceis.

Ultimamente as pressões têm sido mais leves, como nos dias em que ele pede para ela não ir à igreja com o fim de estudarem juntos a Bíblia. Só que Edna atende e ele vai ver televisão!

Há ocasiões, porém, de total intolerância, a ponto de ele pura e simplesmente proibi-la de ir aos cultos.

Ainda hoje Evandro resiste ao Evangelho. De vez em quando fala em ir à igreja, mas logo arranja uma desculpa. Uma das prediletas é dizer que não vai "virar crente para enriquecer pastor", referindo-se ao dízimo.

Continua rebelde. Refere-se a Deus com desrespeito. Quando discute com Edna sobre assuntos espirituais, é com palavras carregadas de fel. Um dia disse que, quando morresse, não queria padre nem pastor no seu enterro.

Por coincidência ou não, é um homem angustiado. Aposentou-se ainda jovem; passa o dia na ociosidade, conversando com os colegas. Para dormir, toma tranqüilizantes. Reage fortemente quando a esposa lhe sugere orar a Deus e pedir ajuda.

Edna ainda aguarda o milagre da conversão do marido. Em nenhum momento deixa transparecer revolta ou mágoa com Deus. Ao contrário, fala do Senhor Jesus Cristo com imensa alegria e firme confiança.

De modo semelhante, deixa claro que ama o seu marido. E tem certeza que é correspondida. Só que é um amor sofrido, machucado. E resume: "Minha vida é dura".

A segunda

Marisa segurou a caneta entre os dedos. Mas aquela não parecia ser uma caneta normal, pois aparentava pesar muito mais do que as outras.

Na realidade, o que não estava normal era o comportamento de Marisa, e o que pesava como chumbo era a sua consciência.

Dentro da sua cabeça, uma luta tremenda e silenciosa: "É Deus ou o Marcelo!". O tabelião de um lado e o noivo do outro, ambos esperando que ela assinasse logo os papéis, consumando assim o casamento perante a lei.

Mas ela não conseguia mover a mão. A pena da caneta, a apenas alguns centímetros do papel, aguardava somente a ordem de registrar oficialmente mais um ato de desobediência de um crente.

Marisa sabia que estava cometendo um grave erro. Era isso o que mais a torturava. Marcelo, a essa altura, já a olhava desconfiado, como que perguntando por que tanta demora numa simples assinatura. A mente da noiva continuava martelando: "É Deus ou ele...".

Marisa, de 22 anos, é dessas pessoas interessantes, cuja rapidez de raciocínio se faz notar logo nos primeiros instantes de conversa. Apesar da fala rápida e fluente, coloca as suas frases com o cuidado e a precisão de um relojoeiro. Sua conversa vem adornada com uma sinceridade quase infantil.

Converteu-se aos 18 anos de idade. Seus primeiros meses na fé cristã foram vibrantes. Participava intensamente das atividades da igreja. Tornou-se uma líder na mocidade. Gostava de escrever peças e dramas para retiros. Com grande potencial, era daquelas crentes que teriam muito o que oferecer a Deus.

Mas a conversão não foi suficiente para apagar um amor antigo. Desde praticamente garota, com doze anos, Marisa namorava Marcelo. E era desses namoros sérios, cujo final resultaria em casamento.

O problema começou a preocupar a igreja. O pastor e vários irmãos em Cristo intensificaram os conselhos para que Marisa tivesse coragem e terminasse o namoro, que, àquela altura, já podia chamar-se de noivado. As passagens bíblicas sobre separação foram claramente expostas. Até os pais dela, crentes, pediram que ela rompesse. E isso eles fizeram com muito pesar, pois eram bastante afeiçoados ao rapaz.

Ela não discutia, não oferecia resistência. Sua atitude era dócil e receptiva. Mas o que realmente era importante, o rompimento, não acontecia - e o casamento continuava marcado.

As pressões íntimas cresciam no coração dividido de Marisa. A alegria e a leveza de espírito, devido à conversão de poucos meses, começavam lentamente a abandoná-la, deixando no lugar hóspedes indesejáveis como a dúvida, a incerteza, a intranqüilidade, a angústia.

E chegou o dia do casamento. Deixemos que a própria Marisa fale sobre aqueles momentos decisivos.

"Foi um dos dias mais tristes da minha vida. Chorei desde que acordei. O medo que sentia de Deus era enorme. Eu sabia que a disciplina com certeza viria. Mas, de que forma? De que tamanho? Eu teria forças para suportar?

Para piorar as coisas, eu me sentia sozinha. Não que os irmãos em Cristo tivessem-me abandonado. Eles já tinham tentado ajudar-me. Mas agora o problema era exclusivamente entre mim e Deus. E eu já sabia o que Ele pensava sobre o assunto. A mim cabia apenas obedecer ou não.

Chegou a hora de ir para o cartório. Para mim, era como se estivesse caminhando para o matadouro. Na hora de assinar hesitei por uns bons momentos. Minha consciência acusava: É Deus ou ele.

Finalmente ganhou ... o Marcelo. E eu casei com um descrente."

A partir de então a vida de Marisa mudou muito - para pior. Não por culpa de Marcelo, que é rapaz trabalhador, bom esposo e pai dedicado. Nunca reclama se a esposa vai à igreja. Aliás, é o contrário: ele a incentiva e, se preciso for, fica até cuidando da criança em casa.

Mas o que atormenta, dia e noite, a jovem senhora é o sentimento de culpa. Quando qualquer coisa dá errado ela associa logo com o casamento e pensa: "Eu mereço".

Enquanto esteve grávida, apavorava-se com a possibilidade de a criança nascer defeituosa e achava que isso ia mesmo acontecer - por causa do casamento.

Nos últimos meses tem-se sentido fraca na fé e muito nervosa. Teme estar dando mau testemunho para o marido. Já não se sente à vontade para pregar o Evangelho de casa em casa, como fazia quando era solteira.

As orações lhe saem com dificuldade, quase à força. A leitura bíblica tem sido deixada de lado. Sente-se alvo fácil e constante de Satanás. Nas raras vezes que decide ir à igreja, algo acontece e termina não dando certo. Até mesmo coisas banais servem como desculpa para iludir a si própria, convencendo-se de que naquele dia não foi possível. .

O gosto de escrever passou. Seu relacionamento com os irmãos da igreja mudou bastante, principalmente por causa dela mesma.

Todos os dias da sua vida o mesmo pensamento vem-lhe torturar: "Não agradei o Senhor Jesus Cristo casando com Marcelo". Sente-se culpada e triste. Sua consciência está muito confusa: não consegue afirmar com segurança que se arrependeu, embora reconheça que errou e garanta que não casaria de novo.

A terceira

- Eu não namoro com descrente - respondeu Joana ao rapaz.

E ela estava falando sério. Depois da sua conversão, jamais lhe passou pela cabeça a possibilidade de casar com um homem que não se sujeitasse ao Senhor Jesus Cristo.

Mas Carlos estava apaixonado e faria qualquer coisa para conseguir o coração da amada. Se ela tivesse exigido um pedaço da lua, aí teria sido complicado; mas apenas dizer que era crente, isso era fácil.

E em pouco tempo Carlos fez uma decisão pública. Aos olhos de todos, principalmente de Joana, pareceu ter sido algo sincero. O jovem passou a ser assíduo na igreja. Um "crente de primeira linha". Mesmo durante as freqüentes viagens que Joana fazia para a casa dos pais, numa cidade próxima, Carlos continuava firme.

Um dia, ingenuamente ou não, ela impôs uma nova condição sem a qual nem haveria casamento: o batismo dele. Foi rápido. Num piscar de olhos, ali estava mais um membro da igreja, batizado com todas as formalidades.

Após três anos de namoro, os dois se casaram. Passaram a morar numa casa ao lado da igreja. Carlos continuava ativo. Ajudava no trabalho e até tornou-se tesoureiro da igreja.

Depois de um ano tiveram de mudar para outro lugar. Logo depois nasceu a primeira filha do casal. Carlos construiu um berço próprio, exclusivamente para levar a criança para a igreja. Joana via aquilo e ficava feliz. Que mais poderia desejar na vida?

Mas os caminhos do crente também são feitos de provações. E Joana iria enfrentar um grande problema, que estava apenas começando. Aos poucos Carlos foi deixando de ir à igreja.

Para quem estava querendo uma desculpa, surgiu uma ótima: toda a família de um pastor amigo dele se desviou, incluindo o próprio pastor, que começou a beber e passou a ter uma vida mundana. Era o de que Çarlos precisava.

- Está vendo? Esse negócio de igreja não dá certo. Eu vou ser crente é mesmo em casa.

E afastou-se. Não demoraram a voltar os velhos vícios e costumes. A boca novamente encheu-se de palavrões. Revistas de mulheres nuas havia em todo lugar - desde o escritório onde trabalhava até o porta-luvas do carro. Em casa Joana não permitia. E passou a orar intensamente por esse problema. Até que um dia ele concordou em queimar todas as revistas... menos uma, que insistiu em levar para casa e esconder em um lugar especial.

A coleção de músicas mundanas tornou-se sua obsessão. Tem pilhas de fitas. Fica horas embalando-o numa rede com o gravador embaixo, ligado.

A tristeza de Joana não tem abalado sua fé e muito menos sua firme personalidade. Desde que o marido começou a desviar-se, ela lhe disse que iria educar os filhos dentro do puro cristianismo. Por felicidade, ele concordou.

O próprio Carlos, porém, passou a usar qualquer coisa negativa que ouvia sobre crentes ou igrejas para justificar sua ausência.

Joana também preveniu que iria surrar os filhos quando dissessem palavrões, mesmo que estivessem apenas, coitados, imitando o próprio pai. Isso o sensibilizou de tal forma que o fez melhorar bastante.

Sem perder a submissão, Joana soube impor-se ao marido. É o contrário do que houve com sua irmã, Rita, cuja história Joana conta com muita pena:

"O caso dela se parece muito com o meu, mas só até o casamento. O rapaz arranjou uma conversão e tornou-se ativo na igreja, a ponto de deixar de namorar para ir com o pastor realizar cultos evangélicos ao ar livre. E se casaram. Com um mês, porém, ele a proibiu de ir para a casa de mamãe, que é crente. O passo seguinte foi impedi-la de freqüentar a igreja. Depois a forçou a freqüentar as festas no clube e a dançar com ele. Coitada - ela nunca tinha dado um passo de dança na vida! Mas, como é muito tímida e tinha medo dele, submeteu-se a toda essa humilhação. Ele voltou a beber e a sair com amigos do mundo. Quando vieram os filhos, obrigou-a a batizar todos na Igreja Católica. Agora, depois que os filhos cresceram, é que ele começou a liberar minha irmã para voltar à igreja dela. É um homem esquisito: faz todas essas coisas e ainda lê a Bíblia!"

Mas cada qual com seu problema. O marido de Joana, por sua vez, não tolera ler a Bíblia. Quando ela sugere, Carlos responde secamente: "Já sei tudo o que tem aí". Mesmo assim, na ânsia de vê-lo convertido um dia, Joana não desiste e de vez em quando chega perto dele, baixa o volume do som e lê uma passagem em voz alta. Ele não reage.

Ouve calado e, quando a mulher termina, simplesmente aumenta o som de novo.

O que mais a entristece é o exemplo que Carlos dá aos filhos. O mais novo quer imitá-lo em tudo. Já começou até a sair com o pai por aí. Os dois primeiros, já adolescentes e mais esclarecidos, de vez em quando perguntam à mãe o que será do destino eterno do pai.

Joana, talvez querendo iludir a si própria, nunca perguntou diretamente se ele era crente ou não. Ela achava que, apesar de tudo, ele se qualificaria como tal. Mas um dia ela ouviu alguém perguntar a Carlos:

- Ouvi dizer que tua mulher é crente. É mesmo? - Sim, ela é - respondeu ele.

- E você, também é crente?

- Não, eu não sou.

Joana ficou profundamente chocada. Depois foi falar com ele, que confirmou friamente: "Tu ainda não sabes que eu não sou crente mesmo?"

Até algum tempo atrás, Carlos vinha de carro deixar a família na igreja. Mas dirigia com raiva, correndo muito e xingando tudo pelo caminho. Para não ter de voltar mais tarde, às vezes consentia em assistir ao culto... mas do lado de fora da igreja, com visível má vontade. Isso deixava Joana tão constrangida que ela resolveu nunca mais pedir para ele levá-los, e passaram então a viajar de ônibus. Ele fica em casa ouvindo música, claro. Em termos conjugais Joana considera que ela e Carlos são bem-casados e amam-se de verdade. Mas não hesita em dizer que é um relacionamento incompleto e que, se soubesse que a conversão de Carlos não tinha sido verdadeira, jamais teria casado.

Joana fala de modo bem natural, tranqüilo, sem demonstrar nenhuma mágoa por Deus ter permitido que ela fosse enganada pelo noivo. Sua atitude, aliás, é oposta: dá graças a Deus porque o marido é um homem caseiro, avesso a farras e à companhia de mulheres.

Ela se admira, porque os irmãos e amigos dele são companhia da pior espécie e facilmente poderiam levá-lo para o mau caminho. Mas Carlos até hoje não se deixou influenciar por eles. Joana vê nisso a mão de Deus e uma grande bênção para a família.

Caso acontecesse de uma noite o próprio Senhor Jesus Cristo aparecer para Joana e lhe permitir fazer um único pedido, ela não pensaria duas vezes: "A conversão de Carlos!".

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