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"Cicatrizes"

"Cicatrizes"

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:19

Dias atrás, conversando no gabinete com a professora universitária, da nossa igreja, Prof. Ms. Cristiane Moraes (Mestre em Biologia Marinha e Ciências Ambientais), aprendi algo que me levou a momentos de reflexão e gratidão a Deus. Existem algumas espécies de mamíferos aquáticos, especialmente os golfinhos, cujas fêmeas ao procurarem e selecionarem o parceiro para o acasalamento (família), optam, preferencialmente, por aqueles que trazem no corpo maior quantidade de cicatrizes. Tais marcas demonstram que o felizardo é um sobrevivente, um lutador forte e destemido, um vencedor na batalha contra os predadores. É esse tipo de ''marido'' que o golfinho fêmea escolhe para constituir ''família''.

Esta lição de vida me fez lembrar de uma história que já conhecia. Um menino que nadando no rio foi pego por um grande jacaré. A mãe, observando a brincadeira da criança na água, percebeu a luta do filho pela sobrevivência e mergulhou, travando uma luta feroz com o animal. Para evitar que fosse levado ao fundo, tal mãe cravou as unhas em seus braços, segurando a criança. No dia seguinte, após ter sido resgatado por pescadores, no hospital, o menino foi questionado sobre o significado daquelas marcas profundas em seus braços, ao que respondeu: ''São as marcas do amor da minha mãe por mim!''.

Durante a vida, inevitavelmente, acumulamos marcas e cicatrizes, algumas no corpo, outras nas emoções. Situações que enfrentamos onde as dores são lembradas pelas marcas que deixaram em nosso coração. O que fazer com tais cicatrizes? Existem pessoas que simplesmente acreditam que as mesmas nunca existiram, ignorando-as completamente. Outras, correm para cirurgias plásticas, pretendendo minimizar as lembranças dos infortúnios da vida. Existem, ainda, aqueles que fazem de tais marcas os obstáculos para um futuro melhor. Vivem do passado, do momento quando o ferimento aconteceu, decidem viver derrotados e com sentimentos de autocomiseração. O que você tem feito com as cicatrizes adquiridas na vida?

Os golfinhos nos dão uma grande lição! Jesus Cristo, após a ressurreição, ao ser questionado por Tomé sobre sua identidade, mostrou as cicatrizes da crucificação (Jo.20:20). O apóstolo Paulo trazia em seu corpo inúmeras marcas de açoites, naufrágios, prisões e decepções; cicatrizes de uma vida missionária vitoriosa (II Co. 11:23 a 30). E nós? Quais as marcas que nos identificam como vencedores? Não se trata de buscar a dor como forma de prazer, isso é patológico - masoquismo. Mas sim, entender que em algumas situações da vida a dor e suas marcas são inevitáveis, nesses casos, o melhor a fazer é tornar tais cicatrizes em identidade de um vencedor.   

Assim como o menino da nossa ilustração, entenda que Deus, nosso Pai, luta e se empenha arduamente para que não sejamos levados ao fundo e à morte. Se preciso for, Ele nos agarra com tanta força, tanto amor, que poderemos ficar com marcas do seu Amor. Que estas marcas sejam, assim como para os golfinhos, símbolos de uma vontade determinada de viver e vencer. Quando os golfinhos estão lutando pela sobrevivência e vencendo seus predadores, acumulam marcas de tal luta; talvez, nem imaginem que tais marcas servirão para que sejam encontrados pela parceira ideal. Você já imaginou o respeito dos outros machos pelas referências de lutas e vitórias, assinaladas pelas cicatrizes que o macho vencedor carrega?

As marcas de Jesus Cristo em suas mãos, pés e peito, expressam o maior Amor e vitória que um ser humano pode experimentar; experimente e permita que Ele cure todas as suas feridas, sejam elas emocionais, espirituais ou físicas. Se as cicatrizes permanecerem, que elas demonstrem sua fé, perseverança e vitória.

''...porque trago no meu corpo as marcas do Senhor Jesus '' (Gl. 6:17-Bíblia Sagrada)

Edinei Beteli Reolon   é pastor titular da Igreja Metodista Central em Goiânia (GO), superintendente Distrital de Goiás. Bacharel em Teologia (UMESP) e Administração de Empresas (PUCC). Pós-Graduado em "Especialização em Aconselhamento Pastoral" (UMESP).

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