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A razão da nossa fé

A razão da nossa fé

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:24

Tenho pensado no que entendemos ser as razões pelas quais devemos seguir Jesus. O alívio das aflições terrenas e uma eternidade repleta de riqueza e livre de sofrimento, num lugar que entendemos como lar futuro dos salvos, têm se mostrado como nossas principais motivações. Consciente ou inconscientemente, muitos de nós seguem Jesus pelas recompensas que desejam alcançar. Lamentavelmente, aprendemos a crer que a maior das recompensas a que devemos almejar são as riquezas eternas e uma vida sem sofrimento, porque aprendemos a reduzir a isso o que chamamos de céu ou paraíso.

Essas motivações equivocadas enraizaram-se tanto em nossa crença que esquecemos a maior dádiva que já nos é dada por Deus, através de Jesus, nesta vida: o acesso a sua presença (Rm 3.21-26, 5.6-11; Ef 2.18, 3.12), o poder de sermos feitos seus filhos (Jo 1.12; 1 Jo 3.1), e a maior dádiva que nos espera, na eternidade: a alegria incomparável de contemplá-lo face a face e viver com ele para sempre (1 Jo 3.2; Ap 22.4). Isso porque Deus é maior que todas as suas dádivas e mais excelente que as moradas eternas.

Contrariamente ao que nossas ambições nos fazem acreditar, o lar que nos foi prometido (Jo 14.1-2) não é algo do qual iremos nos apossar, mas é uma pessoa da qual somos propriedade particular: Jesus, o Cordeiro que, pela sua presença viva e constante, faz esse lar ser o que a Bíblia diz que é: lugar de delícias  (Ap 21.3-4,22-27, 22.1-5), o amor divino que nos constrange a querer a sua vontade. É por isso que já pode ser desfrutado aqui, porque é a vontade de Deus satisfeita em nós (Mt 6.10), e Deus não precisa banir o sofrimento da face da terra para promover a sua boa, agradável e perfeita vontade, aqui e agora, naqueles que a buscam.

Cristo não quer ser confundido com um bem que queremos possuir, mas quer se doar e ser o alvo central e constante da nossa existência, agora e sempre. Neste sentido, seguir Jesus, nesta vida, e querer a eternidade, sem ansiar pela sua presença, é querer a recompensa, a posse, não a pessoa sem a qual tudo isto não faz sentido algum. Sem o anseio pela presença de Jesus, a piedade religiosa terrena e a esperança de viver a eternidade num lugar maravilhoso não passam de produtos de uma fé influenciada pela ideia de que possuir bens e apoderar-se de algo é o que deve constituir-se alvo central da nossa existência e o que nos confere valor.

Diante disso, a não ser que o próprio Cristo seja a razão da nossa fé, qualquer outra motivação não pode tornar-nos dignos de segui-lo. Seguir Jesus visando a recompensas pressupõe que pretendemos merecer tais recompensas. Se insistirmos em segui-lo dessa forma e buscá-lo só para termos alívio de nossas aflições terrenas ou para desfrutarmos das glórias eternas, estaremos nos enganando e perdendo nosso tempo em uma ilusão religiosa. Por isso, não faz sentido ansiarmos pela eternidade e suas glórias, se nossa motivação não for vivê-la na presença de Jesus. Então, só nos resta pedir que ele nos transtorne com uma sede insaciável de viver, agora e sempre, na sua presença.

Eudoxiana Canto Melo   é formada em letras, revisora do Departamento de Cultura Cristã da IAP - Igreja Adventista da Promessa - e autora de estudos das Lições Bíblicas da IAP. Também colabora com artigos para o site da FUMAP (Federação das Uniões da Mocidade Adventista da Promessa).

Blog: Poeira de Ouro -   http://eudoxiana.blogspot.com/

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