Nascemos limitados, toda a criação é limitada. O limite do peixe é a água, dos repteis - o chão, do trem - o trilho, dos carros sua velocidade e carga máxima permitida, de nossos planetas o sistema solar, do sol a via láctea, de nossas galáxias e outros milhões delas o universo, do homem - a lei de Deus e de Deus Ele mesmo. Além da limitação natural, o pecado provocou ainda maiores limitações na criação. O engano no Éden levou nossos pais a redução e distorção de todas as suas potencialidades, apesar da promessa da serpente ser o contrário: vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal (Gn 3.5).
Se antes do pecado já havia fronteiras naturais, agora elas precisam ser ainda mais delimitadas, mesmo que a tendência natural e pecaminosa seja sempre por quebrar tais limites. Ao contrário do que se pensa, os limites nos libertam. Eles nos ajudam a não extrapolarmos e, muito menos, estrangularmo-nos. Um exemplo claro é a ordem de Deus a Moisés. Marcarás em redor limites ao povo, dizendo: Guardai-vos de subir ao monte, nem toqueis o seu limite; todo aquele que tocar o monte será morto (Ex 19.12). No versículo 21 O Senhor diz novamente: Desce, adverte ao povo que não traspasse o limite até ao SENHOR para vê-lo, a fim de muitos deles não perecerem. E novamente a ênfase. Versículo 24: ... os sacerdotes [...] e o povo não traspassem o limite para subir ao SENHOR, para que não os fira.
As fronteiras ou limites são as demarcações máximas que indicam até onde temos liberdade e capacidade de agir sem excedermos e sem o risco de machucarmo-nos e em alguns casos até morrermos. Aplicando tais princípios, de forma específica ao casamento, noivado e namoro, a situação não difere. A limitação de se ter um só namorado (a), noivo (a) ou cônjuge, faz com que aquilo que era para ser disperso e diminuído seja aumentado e potencializado. Retira-se a possibilidade de haver um amor, que é fraco por natureza, sendo distribuído a várias pessoas em doses mínimas. Ao contrário, a limitação de um-para-um, faz com que se tenha um amor suficiente e eficiente para uma única pessoa.
Assim, especialmente no relacionamento conjugal, quanto há fidelidade, no olhar, pensar e no agir, acaba-se a dispersão, o desperdício e a distração acontecendo no lugar destes uma potencialização do amor. Este amor bem assimilado e degustado gerará pessoas realizadas no seu relacionamento que transbordarão a paz de Cristo a seu cônjuge, filhos e aqueles que o cercam. Deus é sábio. Tudo o que ele fez é perfeito. Ao contrário senso, alguns pensam acerca da liberdade como perda de fronteiras e referenciais. Todo limite visa expandir, ainda que não extrapolar, canalizar ainda que não reduzir, potencializar para que nada possa se desperdiçar. Viva nos limites estabelecidos pela Palavra, você glorificará a Deus e será feliz.
Heliel Carvalho é pastor e professor de teologia em Goiás.
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