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Lidando com o desprezo - Parte 2

Lidando com o desprezo - Parte 2

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:35

II. AO LIDAR COM O DESPREZO, ACEITE A ORIENTAÇÃO DE DEUS

Depois de encorajar Agar, com sua presença e sua atenção, o Senhor passou a orientá-la para restabelecê-la daquele caos. Leia o que dizem os versículos 18-19: Ergue-te, levanta o rapaz, segura-o pela mão, porque eu farei dele um grande povo. Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água, e, indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz. É importante observarmos que, apesar de poder poupar Agar de qualquer esforço, Deus lhe requer ação. Nisso, percebemos que ele a considerou capaz da atitude nobre de vencer sua debilidade física para socorrer seu filho.

Há, na sabedoria popular, um ensino que se aplica a essa situação: Em vez de darmos o peixe a alguém, devemos ensinar-lhe pescar. De certo modo, foi assim que o Senhor agiu com Agar: não lhe deu a água na boca, mas ensinou-lhe lutar, e ela aceitou a orientação divina. O primeiro passo foi ordenar que ficasse de pé, levantasse o garoto e o segurasse pela mão, porque isto era o que Agar podia fazer. Porém, o que ela era incapaz de ver, Deus lhe mostrou: Abrindo-lhe Deus os olhos, viu ela um poço de água (v. 18). Contudo, ainda havia algo que Agar podia fazer e fez: caminhar até o poço. Leia o que o texto diz: ... indo a ele, encheu de água o odre, e deu de beber ao rapaz (v. 19). Imagine essa mulher desidratada e castigada pelo calor do deserto caminhando até o poço. Deus poderia tê-la poupado disso.

Perceba, porém, que Deus não poupou Agar de esforço porque não a tratou como desprezível, mas valorizou-a a ponto de permitir que ela própria desse os primeiros passos rumo à reconstrução de sua vida. Essa é uma imagem de Deus diferente daquela que alguns costumam ter: aquele Pai bonachão que poupa seus filhos de todo e qualquer sofrimento, que faz tudo por eles, mesmo o que podem fazer. Essa imagem de Deus indo ao encontro de Agar e colocando-a em ação é o que a palavra de Deus nos revela sobre ele: um Deus que nos tem tanto amor que nos valoriza, até mesmo, e especialmente, quando estamos no pior estado imaginável.

Nosso Deus não nos trata como incompetentes e inúteis. Por isso, não fará o que está em nossas condições e o que é de nossa responsabilidade, mas nos orientará quanto ao que devemos fazer, porque conhece o limite das nossas forças e quer que confiemos nele. Deus tem prazer em nos ver superar os desafios que ele nos dá e nos encoraja a darmos o primeiro passo. Assim ele faz com aqueles que se sentem vazios de recursos próprios. Como agiu com Agar, neste texto em que estamos meditando, agiu com Moisés (Êx 3–4:1-17), Gideão (Jz 6), Jeremias (Jr 1:4-10) e outras personagens bíblicas.

Deus não alimenta nossa autocompaixão, não nos mima, mas nos torna ativos na construção da nossa história. Essa postura ativa diante da vida e, ao mesmo tempo, submissa a Deus torna-se evidente a partir do momento em que aceitamos as suas orientações, em sua palavra, e as seguimos, conscientes de que ele tem uma grande obra a fazer através de nós, que não pode ser interrompida pela opinião ou pela atitude de desprezo de outros. Foi essa atitude que levou Neemias a prosseguir com a construção dos muros de Jerusalém (Ne 3-4). Deus lida com os desprezados instruindo-os, em vez de deixá-los acomodados, e dando-lhes novas forças para levantarem e viverem para a sua glória.

Até aqui, você aprendeu a lembrar da presença de Deus e a aceitar suas orientações, diante desprezo.

Jailton Sousa é missionário da Igreja Adventista da Promessa. Também atua no Departamento de Educação Cristã (DEC) da Igreja Adventista da Promessa, em São Paulo-SP, e colabora com artigos para o site da FUMAP (Federação das Uniões da Mocidade Adventista da Promessa).

Blog:   http://www.jailtonsousa.blogspot.com/

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