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Tomei um gol!

Tomei um gol!

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:13

Aeroporto I – Um dia desses, terminando uma viagem de 15 horas para ir de Fortaleza a São Paulo pela companhia laranja, me pus a ler uma entrevista auto-promocional do dono da dita companhia na revista de bordo.

Ele era generosamente apresentado com um arrojado homem de negócios, rico, moderno, esportista, e sua companhia era apresentada com a que tem a melhor frota, melhor equipe, a companhia “inteligente”. Mas toda aquela conversa tola foi produzindo o oposto do objetivo, causando-me aversão na media em que comparava o serviço que estava recebendo com o que estava sendo “propagandizando”.

Talvez você diga que eu devo ser compreensivo, afinal havia nevoeiro em Guarulhos, os controladores continuavam exibindo sua indecente insubordinação: a companhia não tinha culpa. Eu entendo que você queira contemporizar. Esta é a atitude típica de nosso povo. De fato companhias como a laranja se apóiam nesse “deixa disso” para fazer somente o que lhes é conveniente. Será que é inocente? Vejamos três acusações que pesam contra ela:

1. Falta de informação é indesculpável. Não é possível que os funcionários de uma companhia nunca tenham informação consistente e suficiente, e se omitam de comunicarem-se escondendo-se atrás das divisórias do aeroporto para não falar com os passageiros.

2. Falta de pro atividade é indesculpável. Não é aceitável que uma companhia que fatura cerca de 100.000 para tirar um avião do chão, não tenha um plano para problemas que se repetem cotidianamente.

3. Falha de serviço é indesculpável. Negar-se a oferecer comida e outros serviços de direitos a passageiros prejudicados por sua ineficiência é desonestidade e avareza. Aliás a laranja é a primeira companhia que vi, em qualquer setor, cortar o cafezinho desde que começou. As outras costumam fazer isso somente quando estão desesperadas. Verdade seja dita: duas cream-cracker, uma goiabinha… Um visitador social comeria melhor em qualquer barraco em que entre, e de graça.

Não. A companhia laranja não é boa candidata para o trofeu “não fui eu” – ainda que negue, ela é culpada mesmo! Seguindo na minha infeliz leitura, descobri o que pode ser o motivo de tão mal serviço e de tão “boa” propaganda. O dono da companhia declarou mais adiante que costuma viajar para observar seus funcionários e clientes. Segundo ele mesmo faz isso porque “o olho do dono engorda o gado”! Não pude entender se ele se referia a seus funcionários ou a seus clientes como “o gado”, mas foi uma frase reveladora. Assim ficamos sabendo porque a laranja não informa, não age e não serve: para seu dono os outros são “o gado”. Ele faz o gol e quem toma o gol são os outros!

Fico pensando em nossas igrejas evangélicas. Quando não informamos às pessoas a verdade, quando assistimos inativos os problemas sociais à nossa volta, quando não nos dispomos a servir aos que necessitam de nós, não estamos sendo condicionados pelo que pensamos das pessoas? Essas almas perdidas, esses pecadores, esses imundos… o que representam para o cristão e para a igreja? Para que a alcancemos maior eficiência em nosso ministério, precisamos muito mais do que novos métodos, novos materiais, ou melhor liderança: nós precisamos de mais amor, do tipo que credita valor aos outros. Eis o que aprendemos da Palavra de Deus: “Não façam nada por interesse pessoal ou por desejos tolos de receber elogios; mas sejam humildes e considerem os outros superiores a vocês mesmos.” Fp 2:3

José Bernardo , 46, casado com Vasti e pai de João Marcos e Isabella, é pastor, escritor e conferencista. Depois de uma significativa carreira em marketing, e bem sucedido pastorado, fundou, no ano 2.000, a missão AMME Evangelizar, com o propósito de ajudar as igrejas evangélicas brasileiras a cumprir a Grande Comissão. Sob sua liderança a AMME já ajudou mais de 30.000 igrejas a apresentar o Evangelho a mais de 90.000.000 de pessoas e agora avança para os outros países de língua portuguesa.  

Site:   www.evangelizabrasil.com  .

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