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De quem é a culpa?

De quem é a culpa?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:18

Desde que Adão passou a bola pra Eva, que por sua vez repassou para a serpente, o homem tem o péssimo hábito de passar a culpa adiante. Meu sobrinho Vinícius ainda mal fala as palavras corretamente, mas quando o caldo entorna, já sabe apontar pro irmão e dizer: "Foi o Biel!".

O grupo de louvor está passando por momentos difíceis? O louvor não está fluindo? Estão brigando entre si? Culpa do diabo! Perdeu a chave... Não encontra os óculos? Foi o capiroto! Conta negativa? É o encosto! A balança entortou quando você subiu!? Adivinha... Encosto! E dos pesados!

Já cheguei a conclusão que em muitas igrejas o diabo não precisa se preocupar em colocar discórdia entre os ditos irmãos. Aliás, quando alguém diz que o inimigo está atuando para separar tal grupo, tenho certeza que o infeliz diz: "Eu??? Não me coloca no rolo! Não tive nada a ver com isso!".

A verdade é que a maioria dos problemas das igrejas seriam resolvidos com um pouco de educação e bom senso. É verdade também que não podemos subestimar a atuação do diabo e suas hostes, embora alguns super-crentes o chamem pra batalha e digam que não têm medo de nada, ainda sou mais propenso a Judas 9:

"Contudo, nem mesmo o arcanjo Miguel, quando estava disputando com o Diabo acerca do corpo de Moisés, ousou fazer acusação injuriosa contra ele, mas disse: 'O Senhor o repreenda'"

Quando os 72 discípulos enviados por Jesus voltaram de sua missão, voltaram rejubilantes porque haviam expulsado os demônios. Porém, Jesus lhes disse: "... alegrem-se, não porque os espíritos se submetem a vocês, mas porque seus nomes estão escritos nos céus" (Lc. 10.20).

É tempo de deixar de lado as tais "batalhas espirituais" e refletir sobre as responsabilidades de nossas mazelas. Tem muita gente buscando armas espirituais para combater o inferno num verdadeiro Star Wars Evangélico, mas que ainda não aprendeu a respeitar o descanso do vizinho, apagar a luz ao sair de um ambiente ou a realmente pagar uma TV a cabo ao invés de puxar uma "extensão" do poste.

Quando Jesus nos convida a seguir-Lhe, não deixa dúvidas quanto aos principais requisitos do chamado: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me!" (Mc. 8.34). Perceba que no imperativo dos três verbos não há menção do inimigo de nossas almas ou de qualquer terceiro na história. Concluo que meu maior inimigo sou eu mesmo!

Negar a si mesmo é o maior desafio de nossa era. Tudo é feito para satisfazer nosso eu. E se alguém já pensa em repassar a responsabilidade pro Diabo, lembre-se que o maior propagador da satisfação pessoal aqui na terra é o tal evangelho da prosperidade. Se bem que esse talvez tenha mesmo uma mãozinha do cão (rs).

Que possamos hoje mesmo, em nome de Jesus, assumir nossas responsabilidades para com o Reino de Deus e para com a vida, afinal, quem tem posto a mão no arado e olha para trás não é apto para a obra do Senhor.

Forte abraço,

L. Rogério

L. Rogério   é autor do livro ''Adoração para Anônimos'' (Editora Reflexão) e tem ministrado nas áreas de adoração, apologética, liderança, família e outras. Seu ministério consiste em encorajar a igreja a um relacionamento íntimo e autêntico com Deus. Casado com Daniela Miranda, que faz parte ativamente de seu ministério, já ministrou em diversas igrejas no Brasil e nos Estados Unidos. É fundador do projeto ''Escola de Adoração'' em SP que reúne todos os anos diversos músicos, cantores e palestrantes comprometidos com o Reino. É formado em Análise de Sistemas e pós-graduado em Marketing e Comunicação Integrada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011).Saí dali refletindo no quanto somos apegados à forma. Pensei em quantos cultos já participei onde os pregadores tinham formas muito peculiares de ministrar. E acho que já vi quase de tudo. Vi pregador jogar água no povo. Vi pastores passando o paletó numa fila de fiéis. Vi profetas rodando e profetizando com pandeiro na mão. Certa vez uma senhora que orava por mim pediu que abríssemos todas as portas da casa para que ''o mal pudesse sair''. Conheço um irmão que só consegue orar se for colado na parede, literalmente (essa é a unção da lagartixa).

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