Ter medo é natural de qualquer ser humano. É esse sentimento que, inclusive, ajuda a nos mantermos vivo. Afinal, a sua maior função é justamente preservar a vida, uma vez que a maioria das pessoas tem medo daquilo que colocaria de, alguma forma, a sua existência em risco. Contudo, tratando-se de pais e seus filhos, o medo toma outra proporção e pode passar do limite de instinto, tornando difícil saber o que é o "medo genuíno" daquele que não tem muito fundamento.
Muitas vezes, por exemplo, os pais se preocupam mais com o sequestro de crianças do que com o fato de elas andarem sem cinto de segurança no carro embora os sequestros acontecem com bem menos frequencia do que os acidentes de carro. Isso demonstra que muitos medos sentidos por pais e mães estão, sim, descolados da realidade. Outros, porém, têm razão de ser. Segundo a neonatologista do hospital Pequeno Príncipe (PR), Rosana Garbers, acontece que "muitos pais, antes dos filhos, eram totalmente relapsos consigo mesmo. Com a chegada do bebê, tornam-se extremamente cuidadosos, até mais do que o normal". Para ajudar você a entender melhor até que ponto está sendo apenas cuidadoso ou já chegou no exagero, listarmos os medos mais comuns dos pais - veja se você se inclui aqui!
Asfixia
Não, não é preciso verificar várias vezes por noite se o bebê está respirando. Mas, por outro lado, eles podem, sim, se afogar com o próprio vômito ou saliva ou ainda se enrolarem de forma inadequada ao lençol. Para evitar esses problemas, o ideal é colocar o bebê para dormir de costas e manter-se atento. "Ir no quarto da criança a noite toda atrapalha o sono e faz com que os pais fiquem muito cansados. Basta prestar atenção aos barulhos", recomenda Márcia Kodaira , pediatra do Hospital e Maternidade Santa Catarina (SP).
Peso abaixo ou acima da média
"Depois que os bebês vão para casa o que os pais mais querem é que eles ganhem peso rapidamente. Desejam, a todo custo, filhos gordinhos. Para eles isso significa que tudo está indo bem", conta a neonatologista Rosana Garbers. Porém, quando eles crescem, o ganho de peso que era estimulado passa a ser visto como algo negativo a obesidade infantil é tema recorrente e causa preocupação. Dessa forma, o mais certo é incentivar desde cedo a alimentação saudável (o que começa com a amamentação) e os exercícios físicos. Os pais precisam ainda limitar o consumo de alimentos como doces, ou aqueles processados e gordurosos.
Limpeza
Nesse caso, a maioria dos medos são infundados. Pode, sim, lavar o cabelo do bebê perto da moleira (ela não vai afundar). Os órgãos genitais também: aja com delicadeza, mas nunca deixe de limpa-los. Já o cordão umbilical precisa ser bem higienizado - e isso não fará com que ele caia antes do tempo. O corte das unhas, outro temor entre os pais, também não tem razão de existir. Basta cortar as unhas do bebê em um local bem iluminado, enquanto ele estiver dormindo, e segurá-lo de maneira firme. Prefira tesourinhas sem ponta e lixe em seguida, devagar, para que ele não se arranhe.
Quedas e acidentes
Bater a cabeça está no topo da lista. Que mãe ou pai não tem medo que o filho bata essa parte do corpo, mais do que qualquer outra, quando cai? A saída, afirma Rosana, é ligar para o pediatra, que é quem dirá, depois da descrição do pai, se é necessário levar a criança ao hospital ou não. Jamais deixe o bebê sozinho, mesmo antes que ele aprenda a se virar, no trocador ou na cama, por exemplo. Com relação aos acidentes (dentro e fora de casa), boa parte deles pode ser prevenida. Em resumo, para evitar acidentes, bebês e crianças precisam de monitoramento constante (não confundir com proibição de brincar!).
Atraso no desenvolvimento e timidez
Mais perceptível quando a criança vai para a escola, esses itens causam grande ansiedade nos pais. Por que será que o bebê do vizinho é maior que o meu? Quando minha filha vai tirar as fraldas? Todos as crianças da classe já lêem, menos o meu filho, e agora? Os pais esperam e cobram demais dos filhos e, por isso, se sentem frustrados muitas vezes. Para que a criança não fique "para trás", matriculam o filho em todos os cursos possíveis: inglês, natação, judô, ballet... Mas atenção: é preciso usar o bom senso e não se culpar tanto, nem colocar muitas responsabilidade sob as crianças pequenas.
Já a timidez costuma ser outra preocupação dos pais. Eles querem que o filho seja o mais enturmado da classe, o que tem mais amigos e vai a mais festinhas. Lidar com a introspecção da criança, de fato, é difícil e exige um exercício de entendimento da individualidade do outro. Muitos pais acham que a sua desenvoltura será herdada pela criança, o que nem sempre ocorre. É imprescindível aceitar a personalidade de cada um e, quando se tem mais de um filho, não esperar que os irmãos sejam uns como os outros. Cada criança tem o seu ritmo, não esqueça.
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