á pensou em fazer terapia? Saiba quando procurar a ajuda

á pensou em fazer terapia? Saiba quando procurar a ajuda

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:40

Definitivamente, seu momento poderia ser melhor: você está cansada, estressada, sem brilho. Pensa em aspectos pessoais que gostaria de modificar e está insatisfeita com a maneira como as situações têm ocorrido no trabalho, em casa ou mesmo com amigos. Ei, será que não está na hora de buscar terapia?

A psicóloga Suzana Biazetto, diretora da Clínica CentroVida, diz que quem opta por este tipo de ajuda externa reconhece algum desconforto, conflito ou dificuldade de lidar com relações e tensões, o que gera incômodo. "O momento ideal para começar um tratamento ocorre quando a pessoa percebe a necessidade de falar sobre o que está acontecendo, descobrir a origem desta aflição", afirma.

"Falar em voz alta sobre si mesma, durante uma hora, ajuda a pessoa a refletir sobre sua vida. Com a correria do dia-a-dia, às vezes não nos permitimos este tempo". Vários fatores podem desencadear um mal-estar interno: problemas familiares, como uma crise no casamento, tensões no ambiente profissional e até mesmo questões existenciais, como a vontade de mudar alguma coisa em si mesma. Porém, com muita freqüência, as situações trazidas por pacientes recém-chegados ao consultório têm um fator em comum: a novidade.

Muitas pessoas não lidam bem com mudanças. E elas ocorrem o tempo todo na vida. Uma promoção no trabalho pode exigir mais responsabilidades; um novo relacionamento amoroso terá uma dinâmica diferente do anterior. "Situações novas trazem angústia. Não precisam necessariamente tratarem-se de perdas, mas da simples incapacidade de se lidar com o novo", comenta.

Assim, circunstâncias das mais corriqueiras podem despertar uma ansiedade inesperada, como a gravidez. Além da explosão de hormônios, a mulher precisa viver com a expectativa de centenas de situações novas por nove meses. Sem falar que nós já sabemos, de antemão, que a chegada daquele pequeno ser mudará a nossa vida completamente.

A adolescência é outro momento muito delicado para algumas pessoas. É nesta fase que a personalidade vai se formar de verdade e as regras começam a se estabelecer para valer. Há muitas contrariedades e, normalmente, a adaptação é tão difícil para os pais como para os jovens, principalmente em se tratando de primogênitos. Em muitos casos, a terapia pode ajudar na transição da infância para a vida adulta.

Admitir é o primeiro passo

Obviamente, não há regras e nem sempre a mudança será responsável pelo desconforto. Ou crises conjugais não se arrastariam por anos antes de um dos parceiros tomar uma atitude. Entretanto, independentemente da procedência do descontentamento, é fundamental que haja o reconhecimento do mesmo. Admitir que tinha um problema levou Ana Martins a buscar um terapeuta. "Tinha sido traída por meu ex-namorado e estava péssima. Me sentia um lixo, pois queria terminar com ele, mas não conseguia. Fui ficando muito triste e emagreci cinco quilos. Só depois de seis meses sofrendo horrores, decidi procurar a terapia. Esperava me sentir melhor".

E teve sucesso na jornada. Depois de um tempo, terminou com o "traste" que lhe fazia mal e iniciou um relacionamento saudável, com respeito mútuo. Ana diz que o processo fez a diferença para sair daquele estado. "Falar em voz alta sobre si mesma, durante uma hora, ajuda a pessoa a refletir sobre sua vida. Com a correria do dia-a-dia, às vezes não nos permitimos este tempo. E quando você marca as sessões, está estabelecendo um compromisso para se cuidar e refletir sobre o que sente", afirma.

A palavra de ordem é realmente comprometimento. Se você é do tipo que vai a uma sessão e falta três, não espere mudar nada tão cedo. Por isso, é tão importante que a opção pela terapia parta da própria pessoa. Quando o problema é percebido sem a ajuda dos outros e produz o tal incômodo, é possível admiti-lo. Só que este processo de verbalizar o que está ocorrendo não é nada fácil, nem para si mesmo. "Até porque, na civilização moderna, as pessoas tendem a mascarar suas dificuldades através do consumo, álcool, drogas, internet. O que puder distraí-las", comenta a psicóloga Suzana Biazetto.

Você chegou até aqui e ainda não tem certeza se precisa de terapia? Saiba que não é necessário ter um grande trauma ou conflito para desfrutar de um tempo com si próprio. Existem linhas terapêuticas que focam em apenas um problema (geralmente uma fobia), mas outras, até mais comuns no Brasil, abordam o tratamento como um processo de descobrimento.

Além disso, constantemente a vida trará novos desafios, que trabalhados em conjunto com o profissional permitirão ainda maior ciência pessoal. Depois de algum tempo convivendo com este outro olhar, que é a perspectiva do terapeuta, você começa a entender seus padrões de comportamento; como pensa e age e se relaciona. Com essa consciência, terá condições de alterar este padrão e se transformar.

Qualquer pessoa pode se beneficiar, basta estar disposta a se entregar. Deve-se ressaltar que não adianta procurar ajuda, e depois, durante as sessões, mentir, não se abrir ou evitar o que está realmente incomodando. É claro que há um período de adaptação, quando o paciente conhece o terapeuta e começa a confiar nele. Mas o tratamento não evoluirá se o íntimo não for compartilhado. Aí entra a importância de optar por um profissional bem recomendado por alguém que entenda do assunto. Não tenha vergonha de pedir referências, pois a confiança na habilidade da pessoa com quem irá dividir muitas inseguranças é essencial para que o processo terapêutico funcione.

Psi o quê??

Ok, você decidiu buscar um tratamento. Mas... por onde começar? Várias direções podem ser tomadas, já que há muitas correntes. Porém, neste momento inicial, a primeira pergunta a ser feita é em relação ao profissional que lhe atenderá melhor. Perdida com as opções? Vamos lá!

Psicólogo, psicoterapeuta ou terapeuta: É o profissional que estuda psicologia. Pode se tornar um psicanalista, fazendo o curso de formação em psicanálise; escolher trabalhar com psicologia cognitivo-comportamental, abordagem direta e de curta duração; ou ainda gestalt-terapia, que tem o foco voltado para a percepção e a vivência.

Psicanalista ou analista: Normalmente, é um psicólogo, como mencionado acima, com curso de formação em psicanálise. Entretanto, fora do Brasil, é possível possuir formação psicanalítica com outros diplomas de ensino superior. Freud é o pai da Psicanálise, e suas bases teóricas pregam que, para findar um medo ou dificuldade, deve-se descobrir sua raiz, indo até o inconsciente para tal. Assim, a análise pode durar vários anos.

Psiquiatra: A psiquiatria é uma especialidade da medicina. Na prática, a grande diferença é que este é o único profissional do meio que pode prescrever medicamentos. Muitas vezes, o tratamento psiquiátrico é conjugado com alguma outra forma de terapia para que o problema seja melhor abordado.  

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