Aborto espontâneo: como lidar com a situação

Aborto espontâneo: como lidar com a situação

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

Nesta semana, a cantora britânica Lily Allen anunciou que havia sofrido um aborto espontâneo. É a segunda vez que Lily passa por isso, desta vez já no final do segundo trimestre de gravidez. A situação vivida pela cantora assombra muitas mulheres, em especial as que, como ela, já perderam um bebê antes.

O aborto espontâneo é relativamente comum, ocorre em 15% das gestações, de acordo com especialistas. E, em sua maior parte (80% dos casos), até doze semanas de gravidez. As causas possíveis para o problema são muitas, como explica o ginecologista Eduardo Cordioli, do Hospital Israelita Albert Einstein."Entre os motivos estão problemas de cromossomo e má formação do feto. Nesses casos, a própria natureza se encarrega de não levar a gravidez adiante", diz.

Embora não haja maneiras de se prevenir que um aborto ocorra, na maioria dos casos a situação também é menos grave do que parece. Após um período de repouso, que varia para cada mulher, ela já pode engravidar novamente. Quando o problema ocorre no início da gestação, não é preciso realizar curetagem nem tomar medicamentos. "Para tentar engravidar novamente, a mulher deve apenas esperar até o sangramento e a dor de perder um bebê passarem", diz o médico.

O lado psicológico costuma contar mais que o físico e muitas mulheres acabam esperando mais tempo para tentar engravidar novamente ou para contar às pessoas sobre uma nova gestação. Como explica a psicanalista Samanta Obadia, esse comportamento é comum entre as mulheres que perderam o primeiro bebê. Apesar de nos três primeiros meses a gravidez ser considerada uma situação delicada, quando a mulher descobre estar grávida as expectativas sobre a criança já aparecem. "Quando ela passa por um aborto espontâneo, a frustração é muito grande. Então, prefere esperar para anunciar a nova gravidez", diz Samanta.

É difícil mesmo suportar a dor e decidir quando e como retomar a rotina. Por isso, expressar sentimentos, em especial com o seu parceiro, e compartilhar medos é fundamental para que a superação aconteça.

Acompanhamento médico

Exames prévios podem detectar problemas hormonais e infecções virais que levam ao aborto espontâneo, como a toxoplasmose, antes mesmo da gravidez. Por isso, os médicos recomendam que a mulher que quer engravidar faça diversos exames preventivos para verificar se a saúde está em ordem e comece a ingerir ácido fólico, que ajuda a evitar malformações. Também podem ser identificados com antecedência os problemas anatômicos que causam abortos, em geral tardios, entre o terceiro e o quarto mês de gravidez. "São alterações no formato do útero ou miomas, por exemplo, que podem bloquear o crescimento do feto ou o fluxo de sangue para a placenta. Normalmente, eles podem ser tratados", explica Mauro Sancovsky, professor de obstetrícia.

Para a terapeuta Fátima Bortoletti, essa "faxina" na saúde também é importante para afastar fantasmas psicológicos — na hora de engravidar pela primeira vez ou quando ocorrem abortos. "Neste último caso, principalmente, as causas precisam ser identificadas para que a mulher mantenha a disposição de fazer novas tentativas sem medo", diz. Ela lembra que, apesar de os abortos espontâneos serem comuns, as gestações que terminam bem representam a maioria dos casos.

Aborto espontâneo: quando é hora de tentar de novo?

Estudo diz que, se o incidente ocorreu no primeiro trimestre, a mulher não precisa esperar tanto para engravidar novamente

Depois de um aborto espontâneo, algumas mulheres ficam ansiosas para engravidar novamente. Um estudo escocês publicado no British Medical Journal mostra que você não precisa esperar até seis meses para recomeçar as tentativas. Na verdade, as que conseguiram engravidar antes desse período tinham menos chance de ter outro aborto se comparadas com as que esperaram mais tempo. O resultado do estudo só é válido quando o aborto é precoce, até a 10ª semana. Se ocorreu por volta da 20ª, o ideal é aguardar, em média, até seis meses. Isso porque no início da gestação a quantidade de hormônios no organismo da mulher não é tão grande, e o útero ainda está pequeno. Por isso, o organismo volta logo ao normal.

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