Alguns adultos evitam o assunto, mas ele deve ser esclarecido às crianças, com certos cuidados

Como falar com as crianças sobre a morte?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:16

Todos sabem que a morte faz parte do ciclo da vida não só de pessoas, mas de todos os seres vivos. Nem por isso estamos livres do sentimento de tristeza que nos abate quando perdemos um ente querido, ou mesmo um animalzinho de estimação. Pior ainda é tentar explicar o acontecido a uma criança sem criar ilusões.
A morte está presente até mesmo nas histórias infantis, nos desenhos animados, nos filmes e histórias em quadrinhos. Mas quando ela acontece no mundo real, pode confundir as crianças.
Priscila Manetta, coordenadora do Colégio Itatiaia, em São Paulo, ensina que o bebê começa a lidar com algo parecido com a morte já em seu oitavo ou nono mês de vida: quando a mãe ou alguém próximo se distancia de seu campo de visão, é como se tivesse desaparecido definitivamente. Ainda não processa as informações para notar que é um afastamento temporário. É sua primeira sensação de perda.
Para Priscila, é preciso falar da morte com uma criança da forma mais natural possível: “Se a criança for muito pequena (menor de 3 ou 4 anos) não há necessidade de falar de morte, já que ela só absorve o que vivencia. Na verdade, o conceito de perda já está associado ao seu dia a dia, como a morte de uma plantinha, por exemplo”. Mas a conversa sobre o assunto é inevitável: “Infelizmente, chega um momento em que a criança perde um bichinho de estimação ou uma pessoa querida. Este é o momento para começar a conversar a respeito de morte”.
Segundo Priscila, encobrir o assunto é pior. É importante respeitar os sentimentos dela em uma conversa tranquila e com linguagem de fácil entendimento. É hora dos termos como “foi para o céu”, que ajudam a criança a entender um pouco melhor algo tão difícil.
Com as crianças maiores, é melhor os adultos não esconderem seus sentimentos. “Os pais não precisam esconder a sua tristeza e as crianças precisam entender que os adultos também choram, pois essa é uma forma de expor suas tristezas e alegrias”, diz a coordenadora.
Seja qual for a idade da criança, Priscila orienta que é bom que os adultos estejam sempre à disposição para esclarecer dúvidas e ampará-las da melhor maneira possível. Não devem tentar relevar ou esconder, mas respeitar o sofrimento de ambos os lados.
Mas, de acordo com a educadora, há mais a ser considerado: o processo de ‘”cicatrização” deve ser observado, se o comportamento da criança se alterou e quais os significados da experiência. Dessa forma, outras situações futuras podem ser superadas sem tantas mágoas.

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