As virtudes do carinho

As virtudes do carinho

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Precisamos dele para nos desenvolvermos psicológica e emocionalmente, desde que nascemos. Deixá-lo de lado é um dos erros mais frequentes e prejudiciais que os casais cometem. Ele reduz o risco cardiovascular e ameniza o estresse nas mulheres. Estudos demonstram que, além de prazerosos e tranquilizadores, carinhos e carícias são terapêuticos.

"As mulheres se alimentam de carinho, assim como as abelhas se alimentam de mel", afirmou no começo do século XX o escritor francês Anatole France. De fato, pesquisas recentes sugerem que, nas mulheres, os efeitos positivos do contato físico vão muito além do sugerido pelo vencedor do Nobel de Literatura de 1921.

Estudo de pesquisadores das universidades da Carolina do Norte e de Pittsburgh, confirmam que quando uma mulher recebe estímulos como carinhos, abraços ou massagens de seu parceiro, sua pressão sanguínea e seu ritmo cardíaco diminuem.

Na pesquisa, os especialistas estudaram 59 mulheres entre de 20 e 49 anos, antes e depois de terem tido um contato com seus parceiros, que terminava num longo abraço de 20 segundos. A conclusão foi de que abraços frequentes e demonstrações de carinhos aumentam os níveis do hormônio oxitocina, vinculado à amamentação e à queda da pressão do sangue.

Também já foi comprovado cientificamente que mulheres casadas sujeitas a estresse extremo, quando tomam a mão do marido, sentem um alívio imediato. Isso acontece porque, em nível neuronal, esse contato provoca um efeito calmante.

Carinhos contra o infarto e o estresse

O efeito tranquilizador do contato humano foi comprovado por meio de técnicas de diagnóstico por imagem, que permitiram a visualização de distintas zonas do cérebro das participantes do experimento, conduzido por neurocientistas das universidades de Wisconsin e Virgínia.

O alívio que as mulheres sentiram foi muito maior quando suas mãos foram tomadas por seus maridos do que quando foram tocadas por pessoas estranhas. Além disso, segundo a pesquisa, aquelas que eram mais próximas de seus parceiros foram as que maior bem-estar sentiram.

Um dos problemas mais frequentes nos casais em conflito é a dificuldade dos cônjuges em expressar afeto físico, o que é muito simples e necessário para a manutenção da intimidade e da boa comunicação, mas que, em alguns casos, costuma ficar um pouco de lado depois do casamento ou de um certo tempo de convivência a dois.

Beijos e abraços que curam

A redução do contato físico e afetivo, devido à rotina, ao desinteresse ou à monotonia, pode parecer algo sem importância, mas é um dos fatores que mais pode minar uma relação e que com mais frequência conduz ao fracasso de um relacionamento.

Para o analista comportamental Álex Rovira Celma, autor de livros de auto-ajuda, como "A Boa Sorte", "a pessoa precisa do contato com os outros através do afeto, da ternura, da carícia, do olhar, da palavra ou do gesto para crescer, se desenvolver e sobreviver". Segundo o especialista, os estímulos positivos ou negativos - ou seja, as "carícias" - que recebemos dos outros são determinantes em nossa evolução como pessoas, e os trabalhos de vários psicólogos demonstraram que a falta de carinho pode provocar no bebê um atraso em seu desenvolvimento psicológico e uma degeneração física capaz de levá-lo à morte, mesmo tendo o alimento e a higiene necessários para sobreviver.

Quando uma pessoa não recebe a quantidade mínima de carinho adequada, entra em processo de doença e morre, e isso vale para qualquer idade, segundo o especialista, segundo quem "nascemos homens e mulheres, mas nos tornamos humanos graças ao carinho, ao cuidado, ao afeto, à atenção, à ternura, à compaixão e à gratidão" que damos e recebemos.

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