Brincar com os filhos protege contra transtornos de personalidade

Brincar com os filhos protege contra transtornos de personalidade

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:05

Aprender um hobby ou uma tarefa complexa qualquer durante a infância com a ajuda de um adulto no qual se confia ajuda a proteger as crianças contra o desenvolvimento do transtorno de personalidade (TP) na idade adulta. Essa é a conclusão de um artigo publicado no periódico Development and Psychopathology. De acordo com os pesquisadores responsáveis pelo estudo, passar algum tempo com os filhos, ajudando-os com suas tarefas de escola ou ensinando-os alguma nova habilidade, é um dos principais fatores para proteger a saúde mental dessas crianças em longo prazo. “A conexão interpessoal e as habilidades sociais que as crianças aprendem em atividades saudáveis e orientadas por um adulto são imprescindíveis para o desenvolvimento psicológico desses pequenos indivíduos”, diz Mark Lenzenweger, pesquisador da Universidade de Binghamton, nos EUA. A partir dessas atividades, explica Lenzenweger, as crianças desenvolvem seu sistema de conexão com o mundo e com as pessoas. E caso não desenvolvam essa conectividade, isso pode levar a transtornos de personalidades na idade adulta. O pesquisador aponta ainda que os resultados da pesquisa são ainda mais relevantes em uma época em que a televisão, o computador e os videogames são algumas das atividades que mais tomam o tempo livre das crianças. “Esse processo de aproximação com um adulto – sejam pais, cuidadores ou outro indivíduo como modelo de comportamento – ajuda as crianças a se desenvolverem de forma mais rica, diferenciada e ampla do ponto de vista psicológico”, diz Lenzenweger. Os dados colhidos pela pesquisa vieram de um estudo longitudinal – de longa duração, acompanhando os indivíduos em diversas fases da vida – que começou em 1991. A pesquisa é uma das primeiras a não focar exclusivamente a questão genética e os traumas psicológicos como base para o desenvolvimento de TP. “Essa nova abordagem, que não descarta as questões genéticas, nos dá uma ideia melhor de como as pessoas estão envolvidas em questões complexas e que podem ter algum impacto ao longo da vida”, diz o pesquisador. “Essas questões complexas envolvem casamento, divórcio, doenças, cuidados na infância e variações no nível socioeconômico, entre outros. Focar nesses fatores, tanto biológicos quanto sociais pode nos dar uma visão clara de como a personalidade saudável e os transtornos de personalidade se instalam e desenvolvem ao longo da vida”, finaliza.

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