O bullying tornou-se uma preocupação constante para os pais. Tanto para que o filho não seja o agressor, como para que não seja o agredido. E a prevenção para que nenhuma destas situações ocorra começa em casa.
Segundo a psicóloga Kátia Cristina Teixeira, a melhor maneira de evitar que a criança pratique ou sofra o bullying é através da conversa. Deve-se criar um espaço de diálogo em casa. A vida atual estimula a competição e os primeiros sinais de agressividade, o que jamais deve ser incentivado pelos pais, explica.
Além do diálogo, observar e estar mais perto do filho são ações que também ajudam a identificar se há algo de errado acontecendo no ambiente escolar. Para isso, é bom manter o hábito de fazer as refeições juntos, sem nenhum outro recurso que tire a atenção, e agir com coerência, sem exageros, exemplifica Kátia.
Para a psicóloga, ser o agressor ou a vítima é algo que acontece involuntariamente. O processo do bullying não acontece no nível consciente, a criança ou adolescente sente satisfação com o poder e tende a repetir o comportamento agressivo, sem perceber o dano que causa.
Exemplo
Como o bullying independe da consciência de quem faz ou sofre a agressão, é de suma importância a relação com os filhos dentro de casa. Comportamentos agressivos, preconceituosos, escondendo informações, além da superproteção, podem servir de exemplo para que a criança venha a praticar ou sofrer a violência. Vale aqui o conceito de congruência, que é o falar e agir da mesma forma, sem mentiras ou omissões. Por fim, filhos superprotegidos acabam sem saber lidar com agressões e podem acabar sendo vítimas, enfatiza Kátia sobre o comportamento dos pais em casa.
Mas a escola também tem um papel na prevenção do bullying. Segundo a psicóloga, é lá que a criança pode aprender a verbalizar suas emoções. E isso pode acontecer através de aula de psicologia, que pode virar uma terapia em grupo, ou até mesmo com a prática de esportes, nas aulas de educação física, que ensinam a obedecer as regras e se sociabilizar.
É importante explicar à criança o que é o bullying, para que ela perceba o que pode trazer para o próximo e também para que ela aprenda a não esconder, caso sofra alguma agressão. Existem filmes, jogos e outros recursos que mostram o bullying de forma indireta e servem para o início de conversa e discussão sobre alguns valores. Aos primeiros sinais o adulto deve intervir, já que a vítima dificilmente fala o que está acontecendo, pois, se assim fizer, ela se sente ainda mais fraca.
Kátia finaliza dizendo que há quem afirme que o bullying pode ter o seu lado bom. Existem teorias que falam que o bullying, de baixa intensidade, pode até ajudar no desenvolvimento da criança, desde que ela consiga reagir.
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