Cabeça de grávida

Cabeça de grávida

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Gravidez: vida nova, vida louca! Durante nove meses a gente vai passar, literalmente, por uma tonelada de mudanças, físicas e psicológicas. A barriga se expande muuuuito para acomodar o bebê que começa a crescer, mas não é só isso: os peitos crescem, o bumbum cresce, a ansiedade cresce muito... E como se não bastasse, tem as mudanças emocionais, mudanças de humor dignas de uma montanha-russa da Disney - só para ficar no tema da revista - que vão de momentos de ternura indescritíveis por aquele serzinho que vive dentro da gente às altas dúvidas sobre como será nossa vida quando ele nascer… Será que seremos capazes de cuidar de um bebê? Pois é, normal. É assim mesmo. Toda grávida se sente enlouquecida nesses nove meses da vida. Mas se a gente tiver pelo menos uma ideia do que vai acontecer e qual é a melhor maneira de lidar com isso, dá para segurar os altos e baixos numa boa.

Eu me sinto gorda, feia!

Ganhar peso é parte essencial de uma gravidez saudável. Todos os especialistas concordam que a maioria das mulheres engorda de 10 a 20 quilos nesse período. Mas isso não quer dizer que seja fácil para a gente aceitar uma figura muito mais redonda, em todos os sentidos. Aceitar e conviver com esse novo formato é complicado especialmente nos primeiros meses, quando a barriga ainda não despontou, mas a cintura já desapareceu e os peitos já viraram dois melões. Nessa hora não podemos nos esquecer de que grande parte desse peso adquirido não se trata de gordura: estão incluídos a placenta, o líquido amniótico, o útero dilatado, os seios que se preparam para a amamentação, o aumento do sangue circulando em nosso corpo e, claro, o próprio bebê, que ao final terá de 2 a 3 quilos, em média.

Dá pra se sentir melhor:

A balança é uma inimiga nessas horas. Se subir na balança nos deixa de mau humor é melhor a gente fugir dela. Pelo menos por nove meses, vamos esquecer esses números que só aumentam e vamos focar na saúde? Manter uma rotina de exercícios leves é sempre bom, grávida ou não: "Exercício mantém a tonicidade e faz a gente se sentir melhor com o nosso corpo", diz Jeanne Brooks-Gunn, professora da Columbia University, em Nova York. "A gente se sente mais leve e o corpo produz endorfinas, que aumentam a sensação de bem-estar", completa. É bom consultar o médico antes de iniciar os exercícios, ela avisa. E nas horas em que bate o desespero da gente se sentir um verdadeiro barril, é bom lembrar: esses quilos são passageiros. Com um mínimo de exercícios e uma dieta razoável, as chances de voltarmos ao peso de antes do bebê são muito boas.

Ai que medo:

eu vou ser uma péssima mãe. Logo depois de receber a boa notícia de que estamos esperando um bebê, bate aquele medo, tão grande quanto a responsabilidade que nos espera mais adiante. A gente vive atazanada de ideias do tipo: "Será que eu vou ser capaz de criar um filho?", ou "Será que vou repetir os mesmo erros dos meus pais?". Mas esse tipo de pensamento é supernormal e não significa que não saberemos ser boas mães.

Dá pra se sentir melhor:

Durante a gravidez a gente fica mesmo mais sensível, e é supernatural a gente se preocupar. Mas não é legal a gente se ocupar antes da hora com esse assunto. Vamos ter muito tempo pela frente para ir fazendo a nossa cabeça, correr atrás de uma boa bibliografia (os livros são sempre excelentes amigos e conselheiros) e ainda consultar pessoas que você confia e que sejam experientes e inspiradoras para conversar sobre como criar nossos filhotes. Agora, vá com calma: existem milhares de livros sobre gravidez e, às vezes, quanto mais opiniões a gente ouve, mais confusa fica. "O ideal é escolher um ou dois livros que tenham a ver com sua filosofia parental e seguir com eles", diz a Dra. Puryear. Também é bom aproveitar a gravidez para desenvolver com o seu parceiro um plano de ajuda especial durante as primeiras semanas do bebê em casa. E mesmo quando o bebê já estiver maiorzinho, nunca devemos nos intimidar diante das dificuldades: o negócio é pedir ajuda da família e dos amigos mais próximos.

Estou tão instável, choro por qualquer besteira.

Os culpados dessa nossa montanha-russa de humor são os hormônios: o estrogênio e a rogesterona, entre outros, invadem nosso corpo avisando que ele vai começar a trabalhar por dois e isso tem o efeito de uma TPM gigante: a gente fica irritada, irritante e irritável. Não há dúvida de que a gravidez é um tempo de enooooorme felicidade, mas também é um supermomento de transição. Pensar na chegada de uma criança e na forma como ela vai afetar nosso casamento, nosso dinheiro, nossa vida é, sim, motivo para reflexão. A vida vai mudar, mas não quer dizer que seja para pior.

Dá pra se sentir melhor:

As mudanças de humor vão diminuir bastante depois do primeiro trimestre. Enquanto isso, para manter o humor o mais estável possível, faça algumas escolhas inteligentes, como comer pequenas quantidades de comida várias vezes por dia. Além de evitar os assaltos à geladeira, comendo aos pouquinhos, o nível de açúcar no sangue não caia bruscamente. Também vale a pena cortar a cafeína e o açúcar. É bom descansar algumas vezes por dia, levantando os pés e relaxando. E ir para a cama cedo. O cansaço é uma das principais razões da instabilidade emocional.

Não consigo me lembrar de nada, minha cabeça está devagar…

Algumas mulheres ficam tão distraídas na gravidez que até inventaram o termo "cabeça de grávida" para descrever a facilidade de esquecer as coisas que nos acomete durante a gravidez e a amamentação. Parece que todo o nosso sistema fica mais lento. E fica mesmo: os altos níveis de progesterona em nosso organismo têm um efeito sedativo, que causa distração e esquecimento.

Dá pra se sentir melhor:

O negócio é fazer listas, muitas listas. "A gravidez é mesmo um período meio nebuloso, em que a gente não pode confiar muito na memória," diz Lucy J. Puryear, autora do livro Understanding Your Moods When You’re Expecting (Entendendo seu humor enquanto espera um bebê), ainda não traduzido no Brasil. Lembre-se: a gravidez é uma fase, com data marcada para acabar.

QUANDO O MAU HUMOR É MÁ NOTÍCIA:

Muitas mulheres ficam tristes durante ou depois da gravidez. É normal, inclusive tem a depressão pós-parto, uma condição séria que merece tratamento médico imediato. Ligue para o seu médico se tiver algum desses sintomas:

• Perda de interesse em atividades de que você costumava gostar

• Mudança brusca nos hábitos alimentares

• Tristeza persistente

• Dificuldade de concentração

• Dormir muito ou pouco demais

• Ideias recorrentes de morte e suicídio

• Ansiedade e desespero

• Sentimento de culpa ou insignificância

+ Dicas práticas para manter a cabeça em ordem:

• Procure fazer caminhadas regulares em algum parque ou na praia, respeitando seu próprio ritmo;

• Alimente-se regularmente, evite o jejum. Pequenos lanches também podem aliviar as flutuações de humor;

• Evite discussões e faça um acordo com as pessoas ao seu redor, para que todos contribuam para a tranqüilidade em casa;

• Consuma entre 8 e 12 copos de água por dia. Hidratação é fundamental;

• Na hora de dormir, desligue as luzes e apague a TV. Descanse.

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