Como os pais podem ajudar os filhos pré-adolescentes a aprender um segundo idioma?

Como os pais podem ajudar os filhos pré-adolescentes a aprender um segundo idioma?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Uma segunda língua passou de um diferencial na década passada para um requisito essencial e obrigatório na vida de qualquer um. É condição sine qua non para o futuro profissional e quanto antes for iniciado o aprendizado, melhor. Mas, como convencer um pré-adolescente da importância de aprender um segundo idioma? Muitos pais desconhecem o papel fundamental que lhes cabe nesse processo para que os filhos não patinem e avancem na fixação da língua. O coordenador do Centro Cultural Brasil Estados Unidos de Campinas (CCBEUC), Henry Grant desenvolveu algumas dicas e orientações para ajudá-los nessa tarefa. Veja abaixo algumas delas:

1. Valorizar a 2ª língua: Sem muito alarde, converse em casa sobre a importância de saber uma segunda língua. Se possível ligue a questão com os interesses do seu filho. Uma segunda língua ajuda a ler livros, revistas e jornais do interesse do jovem, a pesquisar em bibliotecas reais e virtuais, a navegar na internet, a ouvir e entender a vida através do olhar dos artistas e escritores, na música e no cinema, abrindo portas para entender povos e culturas diferentes. Contribui para aceitar as diferenças sem perder os seus valores, evitando ser engolido por aqueles que não o convencem.

2. Viagens e emprego: Uma segunda língua facilita as viagens e pode ter papel importantíssimo na busca do emprego e para ser considerado na hora de uma promoção no trabalho quando a oportunidade surgir. É comum ouvirmos pessoas dizerem que não foram mais longe por falta do inglês, e perguntarem como podem recuperar o tempo perdido em dois a três meses, para não ver o sonho escapar pelas mãos. Em outras palavras: não estudaram inglês no momento certo e ficaram para trás nas oportunidades profissionais. Mas esta informação não é preocupação do pré-adolescente que quer o aqui e agora: entender as letras das músicas que gosta hoje tem muito mais apelo para ele.

3. Conhecer os serviços disponíveis e sua função: Informe-se sobre o curso de línguas pelo site, nos folhetos, lendo o contrato e o regulamento. E tenha cuidado com os milagres. Conversar com pais de jovens que já passaram pelo curso sempre ajuda. Saiba o que o curso de línguas oferece e as vantagens de cada um destes serviços. Não basta saber que a escola tem um laboratório de áudio e multimídia: para usá-lo o aluno precisa saber que vantagem ele leva ao dedicar tempo de lazer em potencial estudando ou praticando no laboratório. É bom convencê-lo de que ajuda a aperfeiçoar a pronúncia e a entonação desde cedo evitando muito mais trabalho depois e dando-lhe melhores condições de persuasão em viagens e negociações com estrangeiros, por telefone, por conference call (o pavor de muito funcionário), e em negociações face-a-face com estrangeiros no Brasil e no Exterior. O uso apropriado permitirá melhorar a compreensão oral de sotaques diversos e o uso fluente da língua.

4. Biblioteca:  Verifique se a escola tem uma biblioteca e plantão de estudos para melhorar a auto-estima antes de testes ou efetivamente para servir de apoio para as dúvidas e ajudar no desenvolvimento da capacidade de auto-estudo nas áreas em que mais precisa, seja no vocabulário, na organização de idéias, na gramática, na produção oral, ou nas técnicas de leitura. Se várias escolas acham que as tarefas para casa e as redações são dispensáveis, por que outras as consideram essenciais? Se a escola tem um sistema de empréstimo de materiais, que vantagem há nisto? Se elas investem horas de trabalho de professores em reuniões de mestres, pais e alunos, qual é a importância disto? Isto só importa para os pais de filhos que correm risco de serem reprovados ou é uma oportunidade a mais de saber onde o filho está indo bem para poder parabenizá-lo? Sabendo o que o curso escolhido oferece, você poderá ajudar seu filho a ir muito mais longe. A aprendizagem não deve ser delegada para o pré-adolescente sem que os pais tenham visão deste processo. Informe-se, portanto na escola sobre o que ela oferece e porquê.

5. Benefícios à disposição: Antes de fazer a matrícula numa escola de língua estrangeira, troque idéias em casa sobre os cursos possíveis e suas vantagens. Isto evita a escolha do filho baseado unicamente num colega ou amigo ou até mesmo pela lei do mínimo esforço. Assim, ao efetuar a matrícula, o filho já tem uma idéia das suas expectativas de aproveitamento do curso. Por exemplo, se ele sabe que o curso foi valorizado por ter uma biblioteca, e que o seu uso ajuda muito no desenvolvimento do vocabulário passivo e ativo e na capacidade de escrita. O uso da lousa interativa também será um importante fator de motivação para o perfil do jovem que gosta de internet, multimídia, efeitos visuais e outros.

6. Resultados: Não raramente adolescentes não conseguem perceber quando não foram bem no teste. Quando vem o resultado, entendem notas baixas como perseguição. Nestas situações, é necessário equilíbrio. Nenhumaprofessor tem interesse em reprovar um aluno. O ideal é ouvir o professor para entender melhor o que está acontecendo e tentar ajudá-l0 a compreender melhor o aluno para fazê-lo retomar o processo de aprendizagem e a auto-estima.

7. Disponibilizar material: O jovem deve ter acesso a material de leitura e áudio de interesse da idade, que deve ser disponilizado na escola e em casa. Se ele pedir uma revista, livro, um CD ou DVD saudável na língua em que está aprendendo, deve ser atendido, pois o acesso à língua em áreas de interesse do aluno ajuda e muito a aquisição de linguagem, e não é visto como obrigação forçada e sim como prazer!

8. Acompanhamento: Saiba como seu filho se sai nos trabalhos de casa, redações, e outras tarefas. Depois de corrigido pelo professor, peça para ele contar sobre o conteúdo de sua escrita. Se você conhece a língua, leia o que o seu filho fez. Você entenderá melhor as idéias e as angústias atuais do jovem num momento muito importante de sua vida. Valorize. Converse sobre as idéias. Se não puder ler em inglês, peça para ele traduzir e troque idéias informalmente sobre o tema, valorizando as suas idéias. Não o ponha para baixo ? entenda se ele for um pouco radical, pois é coisa da idade. Acompanhe a avaliações pelo site ou pelo boletim mensal.

9. Reclamações: Se seu filho reclamar da classe, do professor, de precisar ir à aula, informe-se sobre o que está acontecendo: possivelmente ele está tendo problemas, tirando nota baixa, sendo cobrado pelo professor, tendo dificuldade de socialização ou outros. Pergunte ao seu filho e também na escola o que esta acontecendo. Ajude-o a abrir os canais de comunicação, a resolver problemas e conflitos, a estabelecer metas, organizar os seus estudos.

10.Usar o que aprendeu:  Encoraje seu filho a utilizar a segunda língua sempre que tiver oportunidade. Favoreça visitas ou encontros com falantes nativos, principalmente da idade dele. As pesquisas já mostraram que usar o que aprendeu é uma das características dos bons aprendizes. Se puder, trace uma meta para que seu filho chegue ao nível avançado da língua. Você fará um esforço grande para que ele possa fazer um intercâmbio, uma viagem para colocar em prática ou aprimorar o que aprendeu aqui. O resultado, certamente será positivo.

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