Compre um carro sem entrar no vermelho

Compre um carro sem entrar no vermelho

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:46

O início do ano é a época ideal para comprar um carro. Dois motivos explicam isso: o primeiro é o desejo das montadoras de se livrar dos carros zeroquilômetro produzidos no ano passado.

Esses veículos perdem 10% do valor de mercado a partir do dia 1º de janeiro. ''Essa desvalorização acontece porque a data de fabricação de um carro é o principal indicador do preço dele. Quanto mais velho, mas barato'', explica o economista e especialista em automóveis Lourenço Faria.

Por causa disso, as concessionárias promovem saldões para liberar espaço para os carros produzidos no ano atual.

O segundo motivo está relacionado à venda dos veículos usados. É no início do ano que as concessionárias começam a pagar o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Quanto menos veículos à venda, menos impostos. Assim, fica mais fácil encontrar boas ofertas de carros antigos.

De olho nos gastos!

Apesar das facilidades, é preciso ter cuidado para não comprometer o orçamento doméstico. A primeira ordem é ter noção do quanto você irá gastar com a manutenção do seu carro. Isso envolve despesas com combustível, seguro e revisão do automóvel.

Depois, fique ligada na parcela do financiamento do automóvel. Cada um desses itens deve tomar até 20% da sua renda. ''A compra do carro deve ser feita quando há condições de gastar quase a metade do salário com ele. Esse é o caso de quem já mora em uma casa própria e consegue controlar outras compras'', afirma o consultor Reinaldo Domingos, do Instituto DSOP de Educação Financeira.

Dicas para você não se endividar com o carro novo Calcule o consumo de combustível

Calcule quantos quilômetros você vai rodar com o carro por dia. Divida esse número pelo total de quilômetros que o veículo faz por litro. Multiplique o resultado pelo preço do litro do álcool ou da gasolina na sua cidade.

Use até 20% da renda com manutenção

O valor ideal a ser gasto com a manutenção de um veículo deve ser de até 20% da sua renda. ''Acima disso, pode faltar dinheiro para outras despesas, como aluguel e alimentação, e será impossível poupar uma parte do salário para realizar outros sonhos'', ensina o consultor Reinaldo Domingos. Há uma conta simples para descobrir se o carro desejado cabe no seu bolso. De maneira geral, os gastos mensais com um veículo consomem 3% do valor total do carro.

Veja no exemplo:

Um carro que custa R$ 25 mil tem gastos com manutenção de R$ 750* então, seu salário deverá ser de R$ 3.250 para não comprometer seus planos

* 3% do valor total do carro.   Dicas de um contador para economizar no financiamento do carro ''Economizei e quitei o carro em um ano''

André Ferreira, 31 anos, contador, Itapecerica da Serra, SP

Sou contador e sei como as parcelas de um financiamento podem pesar em um orçamento. Há cinco anos, tive que vender meu carro porque não conseguia conciliar as parcelas dele com as mensalidades da minha faculdade. Aí, cheguei à conclusão: para encarar um financiamento de um automóvel é preciso ter planejamento. Foi o que fiz antes de comprar um Uno Mille ano 2004, em fevereiro de 2009. Dei uma boa entrada na compra e quitei o restante em um ano.

Se tivesse financiado tudo, custaria o dobro

Como eu tinha R$ 6 mil para dar de entrada, consegui reduzir o valor do veículo para R$ 11 mil. Parcelei os R$ 5 mil restantes em um ano e consegui uma taxa de juros menor, de 1,2% ao mês. No final, paguei R$ 11.300 pelo meu veículo. Se tivesse feito um financiamento sem entrada, em 48 parcelas (quatro anos), como é comum, não conseguiria uma taxa menor do que 2,3% ao mês. Minhas parcelas mensais seriam de R$ 520 e eu terminaria de pagar o carro só em 2013. E teria pago R$ 24.500 no final, mais que o dobro!

Veja como fechei negócio

O primeiro passo foi juntar dinheiro para dar de entrada. Quando você tem esse dinheiro, o banco que financia a compra entende que correrá menos riscos de tomar um calote e pode cobrar uma taxa de juros mais em conta nas suas prestações.

Quando quis adquirir o carro, eu tinha uma poupança de R$ 6 mil, que juntei em dois anos. Minha ideia era encontrar um automóvel que custasse até o dobro disso, para que eu tivesse de financiar somente 50% do valor do veículo. E eu sabia que só encontraria um carro usado. Aí, vale uma dica: procure modelos vendidos pelos próprios proprietários.

Você encontra anúncios desse tipo em jornais, na internet ou com conhecidos. As chances de conseguir um desconto no valor final do veículo são maiores, pois muitos proprietários podem estar endividados e dispostos a aceitar qualquer negócio.

Comprei o Uno de um colega de trabalho. O carro valia R$ 15 mil, mas como eu tinha os R$ 6 mil para dar de entrada, consegui reduzir o preço para R$ 11 mil! E fiz questão de quitar o restante da dívida em um ano. Financiei R$ 5 mil em 12 parcelas mensais de R$ 450. Isso consumia 20% da minha renda mensal de R$ 2 mil. Foi um aperto que durou até fevereiro do ano passado. Hoje tenho condições de poupar para realizar outros sonhos, como o meu casamento. Fiz um bom negócio!  

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