Por meio de pesquisas feitas com 347 filhos de mulheres com gestações únicas, entre 1984 a 1987, médicos dinamarqueses constataram, 20 anos após o nascimento dos bebês, que mulheres que haviam bebido durante a gravidez em média cinco drinques ou mais por semana, interferiram diretamente na quantidade de esperma produzida por seus filhos na fase adulta.
Os pesquisadores verificaram que a concentração de sêmen foi um terço menor em comparação às amostras seminais de homens que não foram expostos ao álcool enquanto estavam no útero materno.
Vinte e duas mil, novecentas e oitenta gestantes foram submetidas a responder um questionário sobre o consumo de álcool, estilo de vida e saúde na 36ª semana de gravidez. Para a pesquisa, os estudiosos dividiram os filhos em grupos de quem tinha bebido menos de um drinque por semana, de um a cinco drinques, de dois a quatro, ou mais de cinco vezes.
Segundo Cecilia Ramlau-Hansen, integrante do Departamento de Medicina Ocupacional do Hospital da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, 12 gramas de álcool, o equivalente a 330 ml de cerveja ou 120 ml de vinho, já são suficientes para interferir na fertilidade masculina do futuro adulto.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como 20 milhões/ml ou mais o nível normal de concentração espermática. De acordo com Cecilia Ramlau-Hansen, a baixa concentração de espermatozóides nos homens mais expostos ao álcool está bastante próxima ao limite mínimo que a organização define para a fertilidade masculina.
Como o estudo foi observacional, não podemos dizer com certeza que o álcool é responsável pela menor concentração de espermatozóides. É muito provável que a ingestão de álcool durante a gravidez tenha efeitos nocivos sobre a formação dos tecidos fetais produtores de esperma, o que provocaria a baixa qualidade do sêmen na vida adulta, comenta Cecilia. Os pesquisadores investigam também se o consumo de álcool pelo pai poderia ter algum efeito sobre a produção espermática dos filhos.
A ingestão de álcool durante a gestação, eventualmente, provoca distúrbios fetais e retardo de desenvolvimento, é a chamada Síndrome Alcoólica Fetal. Não há nenhum estudo que garanta existir uma quantidade segura para o consumo de álcool durante a gravidez, afirma o ginecologista Joji Ueno, diretor da Clínica Gera, em São Paulo. Agora, com o estudo dinamarquês, acrescentamos outra razão para insistir na proibição do consumo de álcool na gestação, finaliza.
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