Crianças são capazes de julgar intenções nos primeiros anos de vida

Crianças são capazes de julgar intenções nos primeiros anos de vida

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:39

O seu filho a surpreende a cada dia que passa? Às vezes, dá até mesmo a impressão de que as crianças de hoje são mais desenvolvidas, dizem os pais corujas. Um estudo publicado recentemente na revista científica Child Development , por exemplo, diz que elas são capazes, inclusive, de julgar intenções por volta dos 3 anos de idade.

A pesquisa do Instituto Max Planck de Antropologia Evolucionária, feito com 90 crianças de aproximadamente 3 anos, na Alemanha, mostrou que elas entendem se uma ação é boa ou má e agem a partir disso. No experimento, elas viam um adulto rasgando o desenho ou quebrando o pássaro de argila do outro. Isso era feito de duas formas: ou acidentalmente (o adulto, por exemplo, deixava o pássaro cair sem querer) ou de propósito.

Em seguida, as crianças eram incentivadas a entregar uma bola de argila (que tinha sido usada numa espécie de jogo para familializar a criança com aquele experimento), para reconstruir o pássaro, a quem quisessem. O resultado foi o que se espera de um adulto: elas preferiam dar o objeto àqueles que agiram sem querer.

A novidade do estudo está no fato de que ele comprova que até mesmo os menores são capazes de lidar com valores morais (bem e mal) – coisa que estudos anteriores afirmavam que só acontecia por volta dos 5, 6 anos de idade.

A psicóloga e professora da Faculdade Pequeno Príncipe (PR), Regina Célia da Fonseca, não se surpreendeu com o resultado. “Desde muito cedo, a percepção delas já está aguçada. Há pesquisas que mostram ainda como as crianças são capazes de associar expressões faciais a emoções”, explica.

Em princípio, a psicóloga acredita que uma criança só consegue reagir se tiver repertório para isso, ou seja, se já tiver passado por aquela experiência antes. O reconhecimento de intenções seria possível, então, na medida em que a criança aprende que fazer o mal não é bom e fazer o bem é legal. “O mais provável é que os pais exerçam essa influência. A partir do que eles expõem às crianças é que elas formam um banco de memória”, afirma Regina.

O ideal seria que desde muito pequenos, os bebês pudessem conviver com emoções e situações diferentes para que soubessem lidar com elas. A noção de bem e mal seria consequentemente resultado disso. Por isso, nada de colocar o filho numa “redoma de vidro”, onde sempre tudo dá certo e eles nunca são repreendidos. Essa é a melhor maneira de fazer com que o seu expert fique mais esperto ainda.    

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