Desejo de ser mãe, na vida e na ficção

Desejo de ser mãe, na vida e na ficção

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

Tudo começa no dia em que Zoe está na clínica de fertilização, com as pernas para cima, torcendo para que seu sonho se realize: ela acaba de fazer uma inseminação e sai cheia de confiança de que agora vai ser mãe. O nome do pai? Um código em um tubo de ensaio escolhido na clínica de fertilização. Apesar de ser linda e jovem, ela ainda não conseguiu encontrar um cara bacana para ter uma família, e decidiu resolver o caso por conta própria. A história, que está longe de ser incomum nos dias de hoje, é o início do filme Plano B, que estreou esta semana e traz Jennifer Lopez como protagonista.

Estou acompanhando uma história parecida e assisti ao filme pensando nessa amiga que havia feito a inseminação uns 15 dias antes. Ela tem 40 anos e não queria (e sabia que não podia) esperar para realizar seu maior sonho. Com uma lista impressa nas mãos, ela escolheu qual seria o melhor perfil para o pai de seu filho. Loiro? Moreno? Oriental? Mais alto, mais baixo? Até a religião fazia parte da descrição. Ela precisou escolher cinco "pais", em ordem de preferência e mandar para a clínica para ver quais estavam disponíveis. Alguns dias depois veio a resposta, foi marcada a data para fazer a inseminação e... coragem! No caso da minha amiga, ela mesma foi buscar o tubinho com o líquido precioso - que deve ser transportado entre os seios (!), para manter a temperatura adequada e fazer com que os potenciais espermatozoides sobrevivam até a hora de o médico fazer o procedimento. E assim, como no filme, dez minutos com as pernas elevadas e vida normal. Se é que isso é possível até pegar o resultado no laboratório.

Hoje veio a notícia: ela está grávida! E feliz da vida.

A decisão é extremamente corajosa, e tudo é mais complicado do que ser a tal "mãe solteira" clássica. A mulher que entra em uma clínica e decide ter um bebê por conta própria tem tempo para pensar, considerar toda a responsabilidade que isso implica. Tem tempo, inclusive, de fazer contas e saber se vai poder arcar com as despesas, se terá tempo disponível para estar com a criança etc., etc. Também é preciso muita coragem para enfrentar todos os palpites, olhares, críticas e desconhecimento sobre o assunto. Não é apenas uma questão de decidir ser mãe sozinha.

No filme Plano B, Zoe acaba conhecendo, logo após sair da clínica de fertilização, Stan, interpretado pelo austríaco Alex O'Loughlin (da série de TV Moonlight, ainda pouco conhecido nas telas de cinema). Assim começa a história dos dois, da gravidez e de outras surpresas que não contar aqui para não estragar a ida ao cinema. O filme é uma comédia romântica com tudo a que tem direito - de bom e de ruim --, mas cheia de cenas engraçadas sobre a gravidez, as mudanças que acontecem no comportamento e no corpo da mulher (até no de Jennifer Lopez...), o preparo do enxoval, o parto. Fora um grupo de "Mães Solteiras Orgulhosas" surreal que aparece no meio da história. Bem divertido para grávidas, grávidos e para lembrar das loucuras dessa fase da vida.

Paula Perim é diretora de redação da CRESCER e mãe de Júlia, 13, e Bia, 11. Também é autora do livro 101 ideias para Curtir com Seu Filho (Antes de ele completar 10 anos)

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