Dia mundial do rock: estilo musical para escravizar ou libertar?

Dia mundial do rock: estilo musical para escravizar ou libertar?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

Verifica-se na atualidade grandes transformações nas mais variadas áreas da vida, que vão desde a social, passando pela econômica, política e chegando a religiosa. Essas transformações têm como ponto de partida o jardim do Éden, onde Deus deu o domínio de todas as coisas ao homem, basta ver que Deus cria o homem para dominar sobre toda a terra e sobre tudo que nela há (Gênesis 1.26-31). Esse "dominar" não remete a destruição como forma de dominação como muitos pensam e agem, pelo contrário, esse verbo dominar mostra zelo e cuidado com toda a terra nos seus mais variados ecossistemas.

A Bíblia está recheada de exemplos que mostram um Deus que trabalha na cultura e nos mais variados contextos humanos. Sendo assim as transformações que ocorreram na face da terra nos tempos bíblicos não são diferentes das que ocorrem conosco hoje.

Arde no coração de Deus que o egoísmo não afete os corações e que todos partilhem e tenham os mesmos bens, alimentos e roupas. Deus nunca desejou as guerras, a fome e a miséria trazidas pela pecado.

Com o egoísmo, que é fruto do pecado, há a escravidão de muitos e o poder ou monopólio garantidos por minorias perpetuam esse mecanismo com muita dor, sangue e lágrimas. O povo de Israel esteve escravizado no Egito e Deus com mão poderosa os livrou das mãos de Faraó (Êxodo 20.1-2). Outras situações de exílio levaram o povo de Israel a escravidão, devido ao pecado, a ganância e ao egoísmo. Profetas como Oséias e Amós mostraram isso claramente e denunciaram qual era o pecado do povo israelita.

Trazendo para o contexto dos negros com a colonização européia, a escravização não foi diferente. Negros saíam do continente africano e eram levados para várias partes do mundo, chegando também ao Brasil. A cultura dos negros e seus costumes eram vistos como demoníacos e nocivos. Dessa forma podemos observar como as elites marginalizavam e marcavam com grande preconceito estilos musicais como samba, rock, hip hop e qualquer manifestação que tivesse suas raízes na África. Estes estilos ainda sofrem preconceitos e discriminação no mundo inteiro, na nossa sociedade, em nossas igrejas, templos e comunidades cristãs.

A busca da liberdade levou os negros no Brasil, em 1920, a se apropriarem do samba como identidade de uma raça, de um ideal e pela liberdade. Outro grito campal se ouviu nos Estados Unidos da América nos campos de algodão em 1940. Daí surgiria a música gospel como sacra e o blues como música secular. O interessante é que ambas são a fonte da busca pela libertação da opressão e da escravidão, e também são a fonte do rock.

Este estilo musical aceito por uns e odiado por outros foi usado como instrumento de denuncia e como porta-voz de uma geração insatisfeita com a fome, com a escravidão, com as guerras e com a injustiça. Ainda hoje Deus tem levantado dentro de nossas igrejas e comunidades cristãs muitas bandas de rock para levar o evangelho de Cristo a toda criatura. Mas isso ocorre de forma bem tímida, pois em vários festivais seculares, as banda cristãs não são convidadas a ministrarem aos corações vazios e sedentos por Jesus Cristo, que é a verdadeira paz e o verdadeiro  amor.

Desde 13 de julho de 1985, com o festival "Live Aid" pelo fim da fome na Etiópia, foi instituído o dia mundial do rock. Esse festival aconteceu na Filadélfia, nos Estados Unidos, e em Londres, na Inglaterra, de forma simultânea, onde várias bandas de rock se apresentaram. Foram arrecadados mais de 60 milhões de dólares para os necessitados que padeciam de fome na África.

Será que temos o que comemorar no dia 13 de julho de 2009, o Dia Mundial do Rock, ou teremos vergonha de não sermos sal e luz no e do mundo? Quando vemos ínumeros festivais no país e mundo afora devemos nos perguntar: O que estamos fazendo para comemorar o rock para Cristo? Temos sido usados em nosso contexto para falar do amor de Deus? Será que vemos o rock como instrumento de Deus para ganhar almas através da Palavra viva de Jesus Cristo? Será que não temos medo de nossos pré-conceitos religiosos e nossas tradições e por isso julgamos o rock como algo demoníaco?

Muitas bandas tem ministrado o amor de Deus através do rock no Brasil e no mundo, mas ainda é um caminho muito longo a percorrer e depende também da visão e do compromisso de líderes e pastores para que jovens conheçam a Jesus através dos mais diversos meios da cultura como: rádio, televisão, internet, teatro, dança, artes circenses, esporte e a música.

Portanto, fica a pergunta para todos nós como Igreja de Cristo: rock, estilo musical para escravizar ou libertar?

Postado por: Felipe Pinheiro

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