Entender os adolescentes é possível... e preciso

Entender os adolescentes é possível... e preciso

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:06
jovensSim, entender os adolescentes é possível e necessário para que possamos nos comunicar com eles, estabelecer relacionamentos e ajudá-los. Estou afirmando que isso é possível o que não significa que seja fácil!
 
E só para complicar, hoje em dia isso é ainda mais difícil porque os adolescentes acabam criando uma cultura local deles, além de serem cidadãos do mundo e também participarem de uma cultura adolescente global. Em outras palavras, a maior parte dos adolescentes do Brasil tem mais coisas em comum com adolescentes dos Estados Unidos do que com seus próprios pais e líderes. Foi para entender a complexidade dessa situação, que acabei de ler o segundo livro para o meu Doutorado, Adolescence and Emerging Adulthood: A Cultural Approach (4th Edition) de Jeffrey Jensen Arnett, um psicólogo norte-americano, Ph.D em Desenvolvimento Humano e especializado em adolescentes e jovens.
 
O livro trata amplamente de todos os aspectos relativos ao desenvolvimento de  adolescentes e jovens sempre dando uma perspectiva cultural. As pesquisas do autor estão mais voltadas para a cultura dos adolescentes americanos, mas ele aborda essa cultura global em todos os capítulos. Além disso, ele também fala dos aspectos básicos, como desenvolvimento biológico, desenvolvimento cognitivo, gêneros e desenvolvimento pessoal. Depois ele vai tratar dos diferentes contextos em que adolescentes e jovens vivem: relações familiares, amigos, amor, sexualidade, escola, trabalho e mídia. Através de todo o livro é possível perceber como a cultura influencia essas novas gerações e que se quisermos entendê-los e ensiná-los é preciso conhecer primeiro a cultura deles e as percepções que eles tem dos variados aspectos da vida. Ao final da leitura, ficou muito claro para mim a semelhança que nós, que trabalhamos com essas novas gerações, temos com um missionário que vai atuar em outra cultura. Nada mais somos que missionários adultos trabalhando dentro de uma cultura adolescente e precisamos conhecer pelo menos os aspectos mais importantes dessa cultura.
 
No capítulo que ele trata das crenças religiosas, Arnett diz que para a maior parte dos adolescentes americanos hoje, a religião tem mais relação com ser uma boa pessoa e se sentir feliz e bem do que com as ideias de pecado, graça e redenção que o Cristianismo prega. Ele chegou a essa conclusão ao analisar a pesquisa feita pelo NSYR e o Deísmo Moralista Terapêutico, que foram tratados no último post “Que Evangelho Estamos Ensinando para os Adolescentes?”. Vivemos na cultura onde o que importa é ser feliz e se sentir bem e é a partir desse ponto que os adolescentes e jovens fazem a sua leitura da religião.
 
Como creio que nada é totalmente novo, durante toda a leitura, lembrei muito de Paulo, que sabia muito bem estudar e entender a cultura para fazer o link necessário com o Evangelho, como lemos em Atos 17 no Areópago de Atenas.
 
Nosso desafio é conhecer cada vez melhor a cultura de nossos adolescentes e como ela influência a visão de mundo deles para que possamos construir relacionamentos com eles e ganhar o direito de falar do Evangelho para eles.  
 
 
- Ana Lucia Bedicks
via http://anabedicks.wordpress.com/

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