Especialistas explicam quais vacinas adultos e idosos precisam tomar

Especialistas explicam quais vacinas adultos e idosos precisam tomar

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:47

Quando se ouve falar em vacinação, logo se pensa em crianças, mas, depois que a infância passa, ainda é preciso ficar atento à carteira de imunização. Rubéola, tétano, hepatite B, febre amarela e sarampo são algumas das doses recomendadas aos adultos pelo Ministério da Saúde. Para falar sobre esse tema, o Bem Estar desta segunda-feira (18) convidou o infectologista e consultor   Caio Rosenthal   e o especialista em vacinas Marcelo Vallada.

Uma pesquisa feita na cidade de São Paulo revela que as manicures têm quatro vezes mais hepatite B que a população em geral. Entre 2009 e 2010, 30 mil brasileiros tiveram a doença, que aumenta as chances de câncer no fígado. A enfermeira-doutora Andréia Schunck coordenou o estudo e também esteve presente no programa.

  Na rede pública de saúde, a vacina contra hepatite B só é aplicada à faixa etária entre 20 e 24 anos e idosos acima de 60. Idosos (principalmente com deficiência imunológica), gestantes e pessoas que trabalham em áreas onde há risco de contaminação com sangue, como enfermeiros, bombeiros e policiais, também têm direito. Já quem estiver fora desses grupos deve procurar uma clínica privada. Cada uma das três doses necessárias custa cerca de R$ 100.

A próxima campanha nacional de vacinação contra a gripe, de 25 de abril a 13 de maio, será a 13ª feita no país, em 65 mil postos de saúde. O alvo principal são pessoas com 60 anos ou mais, indígenas, crianças entre 6 meses e 2 anos, gestantes e profissionais de saúde. Idosos também não podem esquecer da vacina contra pneumonia, que é anual.

O tétano atingiu quase 600 pessoas entre 2009 e 2010 no Brasil. E a dupla tipo adulto imuniza contra essa doença e também difteria. Veja abaixo o que é cada uma das doenças que podem atingir adultos que não tomarem vacina:

Hepatite B   – é uma doença viral transmitida pelo sangue e por relações sexuais. Pode levar ao câncer de fígado. Alicates de manicure não higienizados podem ser um veículo de transmissão.

Difteria   – é uma doença bacteriana que provoca placas na garganta e pode levar à insuficiência respiratória.

Tétano   - é uma doença grave causada pela toxina de bactérias presentes no solo. Elas podem entrar no organismo por meio de ferimentos profundos como os causados por um prego sujo. Age no sistema nervoso e gera contrações involuntárias nos músculos, inclusive no diafragma, o que pode levar à insuficiência respiratória.

Febre amarela   - doença viral que pode matar na metade dos casos. É transmitida atualmente em matas, por meio de picada do mosquito Haemagogus.

Sarampo   - doença viral que pode enfraquecer o sistema imunológico e favorecer quadros graves de pneumonia, especialmente em crianças menores de 1 ano.

Caxumba   - doença viral geralmente branda que leva a uma inflamação das glândulas salivares. Não é de notificação compulsória. No homem adulto, pode levar a infecção dos testículos, atrofia e infertilidade.

Rubéola   - a infecção pelo vírus na gravidez leva a complicações para a mãe (aborto e natimorto) e para os recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações cardíacas, lesões oculares).

Outros dados da pesquisa feita com manicures em São Paulo:

- Uma em cada dez profissionais apresentou hepatite B e C

- A maioria das profissionais avaliadas usava os instrumentos do salão para fazer as próprias unhas, mas não sabia esterilizá-los adequadamente, podendo transmitir a doença para as clientes

- Metade das mulheres avaliadas trabalhava em shoppings e a outra metade, em salões de beleza das ruas da capital

- 74% das manicures não estão imunizadas contra a hepatite B (embora as manicures possam tomar gratuitamente a vacina em qualquer posto de saúde do Brasil)

- 74% afirmaram lavar as mãos antes de fazer mãos e pé das clientes, mas a pesquisadora observou, em sua permanência nos salões, que ninguém fez isso entre uma cliente e outra

- 20% disseram que usavam luvas no trabalho, mas somente 5% realmente fizeram isso

- Apenas 26% das manicures esterilizavam os instrumentos em autoclave, mas nenhuma delas sabia usar o equipamento corretamente

- 54% utilizavam estufa, mas a grande maioria não sabia o tempo e a temperatura corretos para esterilizar os materiais

- 8% utilizavam um simples forninho de cozinha, totalmente inadequado e inútil para a esterilização

- 8% faziam a limpeza dos instrumentais antes de esterilizá-los, mas de forma inadequada

- 2% simplesmente não faziam nenhum tipo de esterilização

- O maior medo dessas profissionais é contrair micose. Não se preocupam com hepatite

- A prevalência de infecção de hepatite B foi de 8%, superior ao número estimado da população de São Paulo. E de 2% para hepatite C, nível semelhante ao da população geral

- A enfermeira acompanhou as profissionais por 10 horas para observar como cada uma delas trabalhava. Foram visitados 100 salões de beleza (de shoppings e bairros). Ao todo, foram mil horas de visita aos salões paulistanos.

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