Estudos comprovam a existência do instinto maternal

Estudos comprovam a existência do instinto maternal

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:59

Aos poucos a ciência começa a comprovar eventos até então subjetivos, como o instinto maternal, por exemplo. Durante muito tempo nós vivemos sob as crenças de que o instinto maternal seria algo que toda mulher precisa ter ou manifestar, até para que possa ser considerada uma boa mãe pela sociedade. Em 2009, a Universidade de Oxford publicou uma pesquisa que soma esforços junto com outros trabalhos para esclarecer melhor os fatos. Segundo o estudo, finalmente, foi descoberta uma região no cérebro que é responsável pelo instinto maternal.

Em primeiro lugar é importante diferenciar instinto de amor maternal. Amor maternal é o carinho, um vínculo amoroso que se intensifica à medida em que o bebê nasce e o convívio se intensifica. Enquanto que o instinto maternal tem a ver com querer proteger e suprir a necessidade de alguém, com sentir um impulso e sair correndo para salvar a vida do seu filho e, tendo em vista este objetivo, fazer tudo o que for preciso. Exatamente como os bichos.

Segunda a ginecologista e obstetra Gisela Traut Kirst, a manifestação de um instinto maternal primário pode ser evidenciado logo após o parto. "Mesmo sendo o primeiro filho, depois de todo esforço para dar à luz, a mãe estende os braços para pegar o recém nascido e oferecer seu peito", afirma. De acordo com a médica, este pequeno gesto contém muitas ideias a respeito do comportamento materno.

Sandra Ebisawa é terapeuta e realiza um trabalho dirigido de consciência corporal para gestantes auxiliando na descoberta do papel de mãe. Ela parte do princípio de que todas as respostas para as questões individuais e sociais podem ser encontradas no corpo físico. Seria só uma questão de sintonizar na frequência certa e seguir seus instintos. Como por exemplo, o maternal.

As duas abordagens, tanto a holística quanto a científica levam em conta os mesmos processos internos, utilizando diferentes linguagens para tentar explicá-los. Gisela cita a importância da ocitocina para explicar o gesto instintivo de proteção da mulher após o parto. Segundo ela, este hormônio, somado a progesterona, estrogênio e a prolactina provocariam um misto de sensação de bem-estar e disposição para cuidar.

O mesmo que Sandra chama de instinto, uma orientação natural vinda dos sentidos. Assim como fomos treinados para entender que estamos com fome, sono ou em perigo através do olfato, da audição ou da visão, também temos condições de sentir impulsos em outras direções. Um sentido mais sutil do que os cinco básicos conhecidos que nos moveria orientados pela urgência em cuidar, em amar um ser desprotegido.

Muitos casos têm sido narrados em que mães estão distantes de seus filhos quando de repente sentem "algo diferente". Seria uma espécie de pressentimento, uma corrente elétrica por suas células. Mas seria algo muito maior do que uma simples conexão telepática ou algo sobrenatural. Este sentimento teria origem numa sintonia fina entre mãe e filho. Assim, quando o pequeno indefeso entra em perigo e "busca" a ajuda da mãe, e esta, por sua vez, também está sintonizada com ele, mesmo que seja em pensamento, algo muito forte, como um chamado urgente a faria sair correndo.

Algo curioso a respeito deste controverso sentimento é que não depende da existência de laços sanguíneos. É algo que pode acontecer tanto com filhos legítimos quanto com adotivos. Comprovando assim que a ligação não está condicionada ao processo da gestação, mas sim, nasce de uma interpretação de dependência e de sustentação entre dois indivíduos.

O instinto maternal revela um pacto de compromisso em que um ser mais capacitado ou evoluído presta auxílio a um outro em estágio de aprendizagem. Algo que a ciência começa a comprovar, mas que só a natureza pode explicar.

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