Fisiologia de casais: igual mais igual... fica cada vez mais igual

Fisiologia de casais: igual mais igual... fica cada vez mais igual

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:10

Flora intestinal, ritmo do sono, traços faciais. Novas descobertas confirmam: quando duas pessoas se amam, suas características físicas também se aproximam. Frequentemente, isso é muito útil. Mas também pode provocar danos

Quem se une também se adapta intimamente. Não só no plano emocional, mas também no físico os amantes, com o passar dos anos, se adequam mutuamente. Esse processo vai tão longe, que a troca regular de fluidos corporais pode até salvar vidas. Quando um dos parceiros doa um rim ao outro, por exemplo, o sistema imunológico do receptor frequentemente reage com menos força ao novo órgão do que ao de uma pessoa completamente desconhecida.

De acordo com o perito em transplantes alemão Alfred Königsrainer, isso se deve a uma espécie de "efeito de habituação". "Os corpos trocam continuamente albuminas por meio da saliva e do esperma. Isso age de um modo semelhante ao dos tratamentos de dessensibilização em alergias: quando uma pessoa é constantemente exposta a uma pequena dose de uma substância estranha, com o tempo ela desenvolve uma tolerância a ela".

Isso também foi observado por urologistas que tratam uma "cistite da lua de mel" em mulheres recém-apaixonadas. Esta é a denominação frequente de inflamações da bexiga que se manifestam nos primeiros meses de um relacionamento, quando, no ato sexual, bactérias do corpo de um parceiro novo chegam até esse órgão. Frequentemente, o corpo reage a esses micróbios com inflamações, pois as cepas lhe são estranhas, pois a população microbiótica de um ser humano é tão única como uma impressão digital. Com o tempo, porém, a flora bacteriana de duas pessoas apaixonadas se adapta e os "incômodos da lua de mel" cessam.

Nos beijos também os co-habitantes trocam de hospedeiro. Em um mililitro de saliva encontram-se até um bilhão de criaturas vivas, ao lado de bactérias, também leveduras, amebas e flagelados. Entre casais, o índice de transmissão da bactéria periodontal Actinobacillus actinomycetemcomitans, por exemplo, está em torno de 36%. Por isso, apesar de todo o amor, seria melhor desistir da escova dental em comum, para não massagear essa bactéria indesejada nas mucosas.

Entretanto, nem todos os agentes bacterianos trocados por um casal são necessariamente perigosos. A informação é do patologista Michael Vieth, que cita como exemplo a Helicobacter pylori, uma bactéria que se aninha na mucosa estomacal, produzindo durante décadas substâncias nocivas que podem, por exemplo, provocar tumores estomacais. Embora seja transmitida por beijos, essa bactéria não pode causar muitos estragos em adultos. "A infecção geralmente ocorre na infância", explica Vieth. "Quando o sistema imunológico está maduro, ela dificilmente se instala". Mas o fato é que, nos casais, incontáveis problemas surgem duplicados. Se um parceiro sofre de úlcera estomacal, a probabilidade de que o outro também venha a sofrer da mesma doença é duas vezes maior. Em casos de asma, o perigo de "contágio" aumenta em 69%; na depressão, o dobro disso.

Exames médicos, no entanto, indicam: os dois parceiros já tinham uma predisposição para muitas dessas doenças antes do casamento, e pessoas acometidas pelos mesmos males simplesmente se unem com mais frequência. Vícios comuns, como fumar ou só beliscar a comida, e virtudes, como praticar esportes, simplesmente induzem de antemão a perfis de risco semelhantes. Portanto, a base para um sofrimento compartilhado frequentemente já é estabelecida na própria escolha do parceiro.

Exames médicos, no entanto, indicam: os dois parceiros já tinham uma predisposição para muitas dessas doenças antes do casamento, e pessoas acometidas pelos mesmos males simplesmente se unem com mais frequência. Vícios comuns, como fumar ou só beliscar a comida, e virtudes, como praticar esportes, simplesmente induzem de antemão a perfis de risco semelhantes. Portanto, a base para um sofrimento compartilhado frequentemente já é estabelecida na própria escolha do parceiro.

Na intimidade, essa aproximação pode ir além do simples contato físico. Nos primeiros anos de uma relação, o ritmo de sono de duas pessoas pode se assimilar. "Em geral, esse compasso é ditado pela parte dominante da união", afirma o pesquisador do sono Jürgen Zulley. Então uma pessoa tímida, que dorme mal, deveria se unir a outra que dorme bem e é forte? "Isso pode ajudar", concorda Jürgen Zulley.

Mas também pode ser prejudicial. Com o tempo, o ajustamento do ritmo do sono tende a se tornar novamente mais fraco. O comportamento individual de sono, geneticamente enraizado no indivíduo, volta a se impor e, nesse caso, ter um dorminhoco que ronca ao lado pode ser bastante irritante.

A VIDA A DOIS EM NÚMEROS

Uma comparação entre idade matrimonial, índices de divórcios e a cota de solteiros

Quem se une também se adapta intimamente. Não só no plano emocional, mas também no físico os amantes, com o passar dos anos, se adequam mutuamente. Esse processo vai tão longe, que a troca regular de fluidos corporais pode até salvar vidas. Quando um dos parceiros doa um rim ao outro, por exemplo, o sistema imunológico do receptor frequentemente reage com menos força ao novo órgão do que ao de uma pessoa completamente desconhecida.

De acordo com o perito em transplantes alemão Alfred Königsrainer, isso se deve a uma espécie de "efeito de habituação". "Os corpos trocam continuamente albuminas por meio da saliva e do esperma. Isso age de um modo semelhante ao dos tratamentos de dessensibilização em alergias: quando uma pessoa é constantemente exposta a uma pequena dose de uma substância estranha, com o tempo ela desenvolve uma tolerância a ela".

Isso também foi observado por urologistas que tratam uma "cistite da lua de mel" em mulheres recém-apaixonadas. Esta é a denominação frequente de inflamações da bexiga que se manifestam nos primeiros meses de um relacionamento, quando, no ato sexual, bactérias do corpo de um parceiro novo chegam até esse órgão. Frequentemente, o corpo reage a esses micróbios com inflamações, pois as cepas lhe são estranhas, pois a população microbiótica de um ser humano é tão única como uma impressão digital. Com o tempo, porém, a flora bacteriana de duas pessoas apaixonadas se adapta e os "incômodos da lua de mel" cessam.

Nos beijos também os co-habitantes trocam de hospedeiro. Em um mililitro de saliva encontram-se até um bilhão de criaturas vivas, ao lado de bactérias, também leveduras, amebas e flagelados. Entre casais, o índice de transmissão da bactéria periodontal Actinobacillus actinomycetemcomitans, por exemplo, está em torno de 36%. Por isso, apesar de todo o amor, seria melhor desistir da escova dental em comum, para não massagear essa bactéria indesejada nas mucosas.

Entretanto, nem todos os agentes bacterianos trocados por um casal são necessariamente perigosos. A informação é do patologista Michael Vieth, que cita como exemplo a Helicobacter pylori, uma bactéria que se aninha na mucosa estomacal, produzindo durante décadas substâncias nocivas que podem, por exemplo, provocar tumores estomacais. Embora seja transmitida por beijos, essa bactéria não pode causar muitos estragos em adultos. "A infecção geralmente ocorre na infância", explica Vieth. "Quando o sistema imunológico está maduro, ela dificilmente se instala". Mas o fato é que, nos casais, incontáveis problemas surgem duplicados. Se um parceiro sofre de úlcera estomacal, a probabilidade de que o outro também venha a sofrer da mesma doença é duas vezes maior. Em casos de asma, o perigo de "contágio" aumenta em 69%; na depressão, o dobro disso.

Exames médicos, no entanto, indicam: os dois parceiros já tinham uma predisposição para muitas dessas doenças antes do casamento, e pessoas acometidas pelos mesmos males simplesmente se unem com mais frequência. Vícios comuns, como fumar ou só beliscar a comida, e virtudes, como praticar esportes, simplesmente induzem de antemão a perfis de risco semelhantes. Portanto, a base para um sofrimento compartilhado frequentemente já é estabelecida na própria escolha do parceiro.

Exames médicos, no entanto, indicam: os dois parceiros já tinham uma predisposição para muitas dessas doenças antes do casamento, e pessoas acometidas pelos mesmos males simplesmente se unem com mais frequência. Vícios comuns, como fumar ou só beliscar a comida, e virtudes, como praticar esportes, simplesmente induzem de antemão a perfis de risco semelhantes. Portanto, a base para um sofrimento compartilhado frequentemente já é estabelecida na própria escolha do parceiro.

Na intimidade, essa aproximação pode ir além do simples contato físico. Nos primeiros anos de uma relação, o ritmo de sono de duas pessoas pode se assimilar. "Em geral, esse compasso é ditado pela parte dominante da união", afirma o pesquisador do sono Jürgen Zulley. Então uma pessoa tímida, que dorme mal, deveria se unir a outra que dorme bem e é forte? "Isso pode ajudar", concorda Jürgen Zulley.

Mas também pode ser prejudicial. Com o tempo, o ajustamento do ritmo do sono tende a se tornar novamente mais fraco. O comportamento individual de sono, geneticamente enraizado no indivíduo, volta a se impor e, nesse caso, ter um dorminhoco que ronca ao lado pode ser bastante irritante.

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