Futuro de presente

Futuro de presente

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:09

Quem guarda tem, diz o velho ditado. Se existe alguma verdade universal é a de que pais e mães sempre se preocuparão com o futuro dos filhos. E isto também vale para tias, tios, avôs, avós etc. Nada melhor do que colocar a cabeça no travesseiro e ter a certeza de que os pequenos estão tranquilos, ao menos no aspecto financeiro. E não precisa de muito pra começar. Na Caixa Econômica Federal, por exemplo, o valor mínimo de contribuição passou de R$ 50 por mês para R$ 35, e há agora um serviço de assistência educacional, dado por telefone.

"Investir em educação de qualidade é o sonho de qualquer pai ou mãe. Mas, para custear tudo isso, é preciso programação. Se pensar bem, o montante aplicado por mês é infinitamente menor do que os gastos com um brinquedo, por exemplo", explica o diretor da Caixa Vida & Previdência, e pai de Pedro e Daniel, Juvêncio Braga.

Outra instituição que oferece o serviço é o Banco do Brasil. Lá é possível contratar o BrasilPrev Júnior a partir de parcelas ainda menores: R$ 25 mensais. Ou seja, não tem desculpa. Dá para guardar, sim. E cada vez mais gente está percebendo isso. O BB oferece o BrasilPrev Júnior desde 1997 e garante que o investimento dos brasileiros nesses planos – que representam 4% de todo o montante do mercado brasileiro de previdência privada – vem crescendo. "A mobilidade de classe social no país permite às pessoas consumirem mais, mas também as leva a começar a pensar que é importante poupar e poder dar aos filhos uma realidade diferente da que foi a sua. Na Brasilprev, metade dos planos são voltados para crianças", explica o superintendente de produtos da BrasilPrev, e pai de Stella e Beatriz, João Batista Mendes Ângelo. E a maior parte de quem investe nos planos do BB – 55% – opta pela tabela regressiva do Imposto de Renda, aquela que permite um desconto maior no IR quanto maior for o tempo de contribuição. Resumindo: já se sabe que o investimento é longo prazo mesmo.

Faz algum tempo que os brasileiros têm aderido aos planos de previdência privada exatamente com esse foco. No primeiro semestre deste ano, de acordo com números da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), o setor apresentou captação de R$ 19,8 bilhões, 18,1% maior em relação a igual período em 2009.

Com relação aos planos para menores, a Federação não possui o percentual de aumento no período, mas afirma que eles representaram R$ 663 milhões nos primeiros seis meses de 2010, uma quantia considerável. Para o segundo semestre, a expectativa da Fenaprevi é que o mercado de previdência privada aberta continue crescendo, especialmente pela contratação de mais planos para menores (devido ao Dia das Crianças) e do 13º salário. Além de comprar o brinquedo, muitos pais e familiares já perceberam que é possível dar de presente um futuro mais bacana.

Escolha certo

O gerente fiscal financeiro Manoel Silva, tio de Daniel, viu no nascimento do sobrinho uma oportunidade de fazer a história dele um pouco mais confortável financeiramente do que a sua, e deu como presente de nascimento ao garoto um plano de previdência, para o qual contribui mensalmente com R$ 112. "Faço isso há 3 anos e tenho certeza de que é algo que a criança colherá no futuro", diz. O sobrinho vai agradecer, com certeza.

O empresário Luis Augusto Fernandes também optou pelo investimento para seus filhos, Ian e Cauã. A primeira contribuição aconteceu quando o segundo filho nasceu, e o primogênito tinha 3 anos. "Hoje, com 13 e 10 anos, respectivamente, os meninos continuam com um PGBL da Brasilprev para os quais contribuo mensalmente com R$ 100", explica o pai previdente.

Esta também é a quantia mensal depositada pela jornalista Nanna Pretto e pelo representante comercial Jarbas Viana Pires, pais de Gabriel, de 2 anos. "Optamos pelo Ethical PGBL, do Banco Real, com parte do investimento em ações", conta Nanna.

PGBL ou VGBL?

Ao escolher o tipo de plano, é necessário ter muita atenção. Um PGBL é ideal somente para quem paga Imposto de Renda no modelo completo, pois é possível deduzir o valor pago em previdência no ano em até 12% da renda bruta. Para quem não paga IR, ou pretende investir mais do que este valor, os especialistas recomendam a escolha de um VGBL, que não oferece o benefício fiscal, mas cujo IR será menor na retirada ao final do investimento. De acordo com Andréa Mente, atuária da Assistants Assessoria e Consultoria especializada em Saúde e Previdência, e filha de Paulo e Vera Lúcia, cada plano depende dos objetivos do comprador. "O importante é avaliar se existe repassede excedente financeiro, comparar as taxas administrativas cobradas e a diversificação dos investimentos, de forma a adequá-la ao seu perfil. Dependendo do perfil escolhido, a taxa de retorno poderá ser maior ou menor. É interessante verificar também se existe garantia de rentabilidade mínima", explica.

Uma taxa de administração muito alta pode consumir parte do rendimento. Assim, para um plano cujo rendimento foi de 9% no ano, por exemplo, e cuja taxa de administração é de 3% ao ano, se obterá um rendimento de 6% na verdade, e ainda haverá IR na retirada. Portanto, analise tudo com muito cuidado. As opções no mercado são muitas e é preciso obter o máximo de informações antes de optar. Às vezes também há vantagens que podem compensar as taxas, como diversos serviços que as instituições oferecem, tais como seguros que garantirão o futuro dos pequenos no caso de falecimento dos pais, por exemplo.

É o caso da Porto Seguro Vida e Previdência, que oferece a possibilidade de aplicação dos recursos em diversos fundos de investimento e garantias de proteção familiar, além do serviço Escol@ online, um site exclusivo voltado à educação no qual as crianças encontram ferramentas como um tira-dúvidas com professores de todas as disciplinas.

No Santander/Real, o plano Educar pode ser adquirido a partir de R$ 70 mensais e, em caso de doença ou acidente do menor beneficiado, a instituição oferece um serviço que inclui primeiros socorros, professor particular e transporte escolar.

O HSBC tem as versões PGBL e VGBL a partir de R$ 30 por mês, e garantias adicionais de capital por morte, capital por invalidez e capital premiado. A instituição trabalha com o foco de que previdência requer programação, e quanto antes o cliente começar, maior será o benefício estimado e menor será o valor da economia mensal. A recomendação para quem quer aderir é verificar os aspectos essenciais para um planejamento: tempo e valor da contribuição, perfil do investimento e tipo de renda escolhida.

Garantindo o emprego

No Itaú, o diretor executivo Osvaldo Nascimento, pai de Priscila e Patrícia, conta que os planos de previdência para o jovem muitas vezes possuem até um caráter voltado ao mercado de trabalho, já que, no resgate, podem auxiliar os beneficiários a abrirem um negócio próprio, um consultório dentário, uma escolinha etc., de acordo com o que vierem a seguir como profissão.

Na instituição, a quantia mínima para investimento é de R$ 50 mensais. "Eu mesmo já fiz planos para minhas filhas. Uma delas resgatou na idade adulta para complementar um curso de formação; outra deixou como aplicação para engordar a aposentadoria. Também fiz um para um sobrinho, e hoje ele tem uma boa quantia aplicada", conta.

No Bradesco, instituição que também oferece os planos nas versões PGBL e VGBL, o valor mínimo mensal de contribuição pode variar de acordo com o número de beneficiados. Assim, se quem contratar quiser fazer para um único filho, terá de pagar no mínimo R$ 70 mensais; se for para dois, R$ 50; e para três ou mais planos, R$ 40.

Saiba quanto você precisa investir por mês para*:

*pagar uma faculdade: R$210,00 por 18 anos (curso de Direito no valor de R$82.000) ou R$550,00 por 17 anos (curso de Medicina no valor de R$212.000)

*pagar uma viagem para a Disney: R$100,00 por 4 anos (pacote Orlando da CVC no valor de R$5.120)

*pagar seis meses de intercâmbio: R$50,00 por 16 anos (intercâmbio para a Califórnia no valor de R$17.000)

*comprar uma franquia: R$400,00 por mês por 18 anos (unidade de uma franquia Fisk, no valor de R$156.000)

*Os cálculos são apenas uma média e levam em conta valores do mercado para os respectivos cursos, viagens, etc. Consideramos um rendimento médio anual de cerca de 7%. Para cálculos detalhados, entre em contato com a sua instituição.

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