Um estudo realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto mostrou que o consumo de álcool durante a gestação pode estar relacionado a sintomas de depressão durante a gravidez e após o parto. Foram avaliadas 177 mulheres com média de consumo de 163,7 gramas de álcool ao longo da gestação, o que equivale a 14 doses. Para se ter uma ideia, uma lata de cerveja é contabilizada como uma dose.
A maior incidência de sintomas depressivos ocorreu durante a gestação, em cerca de 20% das mulheres. Já após o parto, 14,7% se mostraram deprimidas no pós-parto. Os riscos aumentam quando a gestante consumiu mais de cinco doses de uma só vez em pelo menos uma ocasião durante os nove meses.
Em entrevista à Agência USP de Notícias, a psicóloga Poliana Patrício Aliane, autora do estudo, afirma que não há uma única causa da depressão em gestantes. São vários fatores de risco que contribuem para um desfecho, descreve. Pré-disposição genética, insatisfação na vida pessoal ou na relação conjugal, são alguns desses fatores e o consumo de álcool vem se juntar a eles. Ela também observa que mesmo que espaçada ao longo da gravidez, a ingestão de mais de 160 gramas de álcool é considerada grande, já que a recomendação geral é de que a abstinência seja total.
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