Medo de dirigir? Acredite: você pode vencer essa fobia!

Medo de dirigir? Acredite: você pode vencer essa fobia!

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:36

Pedais e câmbio são instrumentos de tortura. Do lado de fora, os espelhos parecem refletir a imagem de inúmeros monstros que estão dispostos a apavorar você. O volante guia em uma estrada que parece levar a um fim desastroso… Ok, exageramos. Mas não é raro encontrar homens e mulheres com uma fobia de dirigir tão grande quanto qualquer bicho-papão que a imaginação infantil pode vir a criar. Esse é um problema bastante sério e deve ser tratado. Quais são as razões para esse bloqueio? Por que será que, mesmo após obter a CNH, existem muitos motoristas reféns de seus carros?

Na maioria dos casos, existe um perfil de pessoas com maior potencial de desenvolver este distúrbio. “São pessoas que não gostam de se expor, ouvir uma crítica mais dura ou ser xingada. E essas são coisas corriqueiras no trânsito. Caracterizam-se por serem muito autocríticas e perfeccionistas”, identifica a psicóloga especialista em comportamento do motorista Cecília Bellina. Ainda segundo ela, com o trânsito cada vez mais caótico e agressivo, onde a pressão e a impaciência reinam absolutas, o sentimento de medo entre os motoristas pode se desenvolver mais facilmente.

As mulheres são mais vulneráveis neste caso. Com um perfil mais emocional, elas se sentem atormentadas pela pressão do trânsito. “A pressão é muito maior para elas. Hoje em dia ainda encontramos muitos motoristas que dão fechadas e bradam que lugar de mulher é no tanque”, aponta a chefe do Centro de Psicologia Aplicada da UERJ, Maria Luiza Bustamante. Ela lembra ainda o valor simbólico do carro na nossa sociedade. “Não faz muito tempo que as mulheres não tinham sequer o direito de gerir seus bens. Essa mudança é muito recente e os homens ainda têm preconceito, o qual transmitem a elas. Ter carro é poder dirigir a sua vida, o poder de se deslocar sem dar satisfação a ninguém”, completa.

No entanto, não há nada que gere mais temor aos motoristas do que os acidentes. Segundo Bellina, o tempo de aprendizado nas autoescolas é curto e muitos são aqueles condutores habilitados, mas ainda inseguros. “Aí, a pessoa sai e provoca algum incidente e se traumatiza. Muitas vezes, ela nem chega a se envolver em acidente, mas toma um susto muito grande e decreta a si mesma: ‘Isso não é para mim’”, diz a psicóloga. “O sentimento de culpa também contribui e muito. Se for uma mulher, ela se sente ainda mais frustrada por ter falhado na missão de quebrar o tabu de que as mulheres dirigem mal. E o resultado: perde a confiança em si mesma como motorista”, completa Bustamante.

Como superar o medo?

“Para perder o medo, tem que dirigir”, assegura Bellina. Vivenciar o objeto da fobia e acostumar-se a lidar com o sentimento são essenciais para superar o medo. Mas tudo deve ser feito em doses homeopáticas. “Primeiro, temos que revisar o aprendizado da direção, corrigir os erros técnicos para dar segurança à pessoa. Depois, partindo para o lado psicológico, é começar a realizar pequenas tarefas, como dar uma volta no quarteirão”, ensina a psicóloga. “Aos poucos, conforme se ganha confiança, aumentam-se os trajetos”.

Se você tem tido pavor de sentar ao volante, saiba: nem todo medo é sinônimo de fobia. “Existe uma diferença entre o medo patológico e o medo sadio. O medo sadio é aquele instinto de responsabilidade e autoproteção, essencial para não cometermos delírios no trânsito. Quando o medo começar a atrapalhar a sua vida, como deixar de ir a determinado local porque não quer dirigir, aí já é hora de procurar um psicólogo”, diagnostica Cecília.

Veja algumas dicas de Cecília Bellina para solucionar o problema:

- Assuma o sentimento, não sinta vergonha do medo de dirigir, pois este é um problema muito comum e que não é impossível de se resolver. - Sinta-se motivado a dirigir. Enfrente o problema do medo para tentar resolvê-lo. - Nunca desista. - Não veja o carro como algo estranho a você. Com o tratamento adequado e o tempo necessário, você verá seu veículo como um instrumento de conquista da sua liberdade.    

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