Muitos brinquedos, mas poucas brincadeiras

Muitos brinquedos, mas poucas brincadeiras

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Dizem os especialistas em desenvolvimento infantil que brincar livremente é a atividade mais importante da infância. São preciosos os momentos em que a criança viaja na imaginação sem roteiro estabelecido, hora marcada ou direcionamento dos adultos. Estando no mundo da fantasia, os pequenos liberam sentimentos, expressam pensamentos e experimentam tanto a obediência às regras quanto a irreverência. Em brincadeiras coletivas, há o bônus de aprender a conviver com diferenças, reconhecer afinidades e negociar conflitos. Tudo de forma leve e segura, pois o faz de conta só continua enquanto os participantes estiverem curtindo a aventura.

Acontece que no mundo de hoje a brincadeira infantil perdeu muito espaço. Tanto é assim que duas ONGs se propõem a lutar contra essa tendência. São elas a Associação Brasileira pelo Direito de Brincar (www.ipadireitodebrincar.org.br) e o Instituto Alana (www.alana.org.br). Esse pessoal critica o excesso de diversões eletrônicas, cursos extracurriculares, atividades dirigidas e programas relacionados ao consumo que tomaram conta da rotina infantil. Ou seja, sobrou menos tempo para ficar à toa e inventar brincadeiras.

Como atualmente as crianças costumam ter um montão de brinquedos, fica mais difícil perceber que as brincadeiras estão sumindo. Confundimos a posse de produtos lúdicos industrializados com a capacidade de brincar, sendo que uma coisa não tem nada a ver com a outra!

Bonecas, carrinhos, iô-iôs e blocos de montar que ficam empoeirando nos armários são apenas objetos mortos. Pois brinquedo de verdade é aquilo com que a criança cria uma ligação afetiva e manuseia em seu cotidiano. Aliás, pedrinhas, embalagens vazias, cabos de vassoura e câmaras de pneu podem muito bem fazer esse papel.

Mas, para brincar, é importante construir um repertório. A princípio, uma criança talvez não imagine que dá para fazer cabana de cobertor velho ou cidade de caixas de papelão. Por isso o incentivo de um adulto ou criança mais velha pode ser muito bacana.

Fica a sugestão para os pais e outros adultos: quando quiser agradar, em vez de comprar um brinquedo novo, ensine uma brincadeira.

Claudia Visoni, mãe dos gêmeos Alex e Julieta

fonte: Revista Pais e Filhos

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