Mulheres têm mais sentimento de culpa do que os homens

Mulheres têm mais sentimento de culpa do que os homens

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:27

Apesar das mudanças sociais e culturais, o sentimento de "culpa", de uma forma geral, é algo cada vez menos presente na vida das pessoas. Mas um novo estudo mostra que essa emoção ainda é bastante alta entre as mulheres, especialmente as ocidentais. Os pesquisadores da Universidade do País Basco (UPV/EHU), Espanha, dizem que talvez não seja nem o fato de as mulheres se sentirem mais culpadas, mas dos homens estarem deixando de lado esse sentimento.

"Nossa hipótese é de que esses sentimentos de culpa generalizada são mais intensos entre as mulheres, sejam elas adolescentes, jovens ou adultas. Além disso, as mulheres têm os maiores índices de sensitividade emocional", diz Itziar Etxebarria, principal autor do estudo, publicado no Spanish Journal of Psychology.

A pesquisa, feita com mais de 250 pessoas, identificou as situações que mais causavam a sensação de culpa em homens e mulheres, e em qual intensidade. Os pesquisadores observaram também o nível de sensibilidade interpessoal (que avaliava a tendência a experimentar sentimentos de compaixão e preocupação por pessoas que sofrem algum tipo de infortúnio).

Ao comparar os dados, os pesquisadores observaram que as mulheres tinham resultados muito acima dos apresentados pelos homens. Esses resultados eram mais discrepantes na faixa de idade entre os 40 e 50 anos.

Culpa

As formas de culpa mais comuns têm relação com situações que provocam danos em terceiros. A partir de uma ocorrência do tipo, o normal é que sentimentos de empatia sejam despertados pela pessoa prejudicada - o que resulta em sentimentos de culpa quando percebemos que somos (ou nos achamos) responsáveis por seu sofrimento.

Um estudo preliminar, também liderado por Etxebarria, analisou a experiência de culpa em pessoas diferenciando duas ocorrências: os que tinham empatia (pena da pessoa prejudicada por elas) e os que sentiam uma ansiedade desconfortável (agressividade).

O comportamento ansioso-agressivo é mais comum em pessoas que receberam uma educação mais repressora, sobre as quais pesam regras mais estritas em relação à conduta em geral e relativas à agressividade em particular. "Parece lógico pensar que este comportamento se expressa com mais intensidade nas mulheres e, especialmente, nas mais velhas", comenta Etxebarria.

Segundo os pesquisadores, práticas educacionais são necessárias para diminuir a tendência ao tipo de culpa ansiosa-agressiva entre as mulheres e, ao mesmo tempo, fortalecendo a sensibilidade interpessoal entre os homens.

com informações do FECYT - Spanish Foundation for Science and Technology

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