Namorar faz bem à saúde!

Namorar faz bem à saúde!

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:28

Todo casamento passa por quatro fases: a ânsia por um relacionamento amoroso, o enamoramento e a construção da relação, o fortalecimento da relação visando a formação da família, e o desenlace da relação, através da morte ou separação. Cada fase resulta da anterior.

Estar apaixonado permite que o anseio por um relacionamento amoroso estável, por formar uma vida com o parceiro e ter filhos, se torne mais forte que o anseio antagônico por uma vida sem amarras, por liberdade e por relacionamentos fortuitos. Esta ambivalência irá permear o casamento, e nem mesmo a consolidação do relacionamento a superará. Quando esta dinâmica não é reconhecida, ela age de forma inconsciente.

Assim, há muitas pessoas que se assustam e se retraem diante de relacionamentos duradouros por medo da dependência, de serem machucados, ou por medo do abandono. Por outro lado, outras pessoas se agarram aos relacionamentos por medo da solidão.

O anseio por estar enamorado tem a ver com o núcleo mais íntimo do ser humano. A menina fantasia e se prepara para o encontro com seu príncipe. Esta fase é uma semente que precisa ser protegida. O homem gosta de ser desejado. Ela anseia por ele e ele anseia pelo anseio dela. O perigo é investir em algo irreal ou fazer disto uma fuga da realidade.

Há dois anseios básicos: por realização na parceria e por pertencer. Os amigos vão encontrando parceiros e a pressão para encontrar o seu aumenta. O sexo é uma tentativa de segurar a relação e é o que a torna descartável. O desejo de proteção e simbiose, de aceitação incondicional, tem o caráter arquetípico da união mística. O orgasmo é a realização física desse desejo, por isso muitos tentam preenchê-lo através da relação sexual. Mas esta precipitação a torna superficial e descartável, levando a uma sensação de vazio e frustração.

A dissolução do limite EU - TU e a simbiose são uma etapa necessária para a construção do vínculo. Tudo o que é realmente grande começa com uma utopia. O realizável é sempre aquém da utopia. Mas ele teria sido feito sem a utopia? Racionalidade e objetividade não são garantias para o sucesso de um relacionamento. Principalmente depois que um relacionamento importante, no qual tínhamos investido muito, fracassou, e damos início a um novo relacionamento, com o cuidado para que, desta vez, a situação fique sob controle.

O cuidado em permanecer sem ilusões para não se desgastar de novo esvazia a relação porque amar sempre inclui riscos. Gostaríamos de ter a certeza de não estarmos investindo mais do que o parceiro, e fracassamos na impossibilidade de fazer este tipo de conta.

O namoro dá a força para se desligar da família de origem e criar um mundo novo. O namoro afrouxa os laços íntimos estabelecidos com os pais. É uma pré-condição para criar um novo sistema de relacionamento.

No namoro, a pessoa abre o coração revelando expectativas e esperanças até então não compartilhadas com ninguém. Enamorados parecem para os outros mais bonitos, radiantes, com mais vida e talvez mais loucos também. Ao abrir-se, cada um afrouxa a estrutura da sua personalidade. Comportamentos e maneiras de experimentar o mundo são despertados. Muitas coisas se tornam agora desejáveis e viáveis por causa do estímulo do outro. A pessoa começa a se desenvolver e o parceiro não mobiliza somente aquilo que já existe, mas ele quer descobrir e despertar possibilidades que a própria pessoa não viu e nem acreditou que tivesse. Neste sentido, é uma ampliação e não uma negação de si mesmo. Através do amor, cada um transforma o outro naquilo que Deus planejou.

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