Julia e David se divorciaram. Julia e David se divorciaram. Depois de conversas e acertos, entre eles e com os filhos, decidiram que os dois meninos morariam com o pai e a menina com a mãe. Julia, quebrada interiormente, tem enfrentado muitos problemas para educar sua filha, que se voltou contra ela. A menina apegou-se excessivamente ao avô (pai de Julia). A situação é tão bizarra, que muitas vezes quem acaba tomando algumas decisões finais é a garota (através das manipulações que faz ao avô). Julia tem tentado limitar as visitas à casa de seus pais, mas a Gaby sempre dá um jeito de fazer com que o avô, então, vá visitá-la. Julia voltou a trabalhar, mas ganha muito pouco. Seus pais, também a ajudam financeiramente. Mudar de cidade não é viável por causa da escola da filha e, agora também devido ao seu novo emprego.
- O que poderíamos dizer a ela, numa situação como essa?
Bom, pelo que podemos observar, não dá para ter as duas coisas, ou seja - a independência e a direção da família. Julia está dependendo de seus pais, de diversas formas. Creio que a decisão básica a ser tomada é: vou permanecer dependente, ou vou trabalhar para me tornar independente?
Entendo que, agora, ela esteja se sentindo incapaz de dirigir a própria vida. Isso não é assim, tão desesperador, pois a maioria de nós tem necessidades que não podem ser supridas por nós mesmos, para as quais precisamos de ajuda externa. Porém, se as suas necessidades forem nas áreas de finanças, transporte e/ou de companhia, então no que concerne a esses três tópicos, pelo menos, eles realmente estarão interferindo em sua vida. Por outro lado, se ela escolher não depender deles, terá de restringir seus pedidos de ajuda. Isso significa atitudes e ações no sentido de ela dirigir a própria vida e implicará ter seu próprio carro e assumir os próprios compromissos. É imprescindível, então, que ela faça uma avaliação da possibilidade de adotar essa postura.
Na maioria das vezes, quando ocorre um divórcio e a mulher volta a depender de seus pais ela é envolvida por um profundo sentimento de fracasso e frustração. Como o casamento ruiu, ela não se sente com autoridade nem com auto-estima suficientes para tomar decisões que envolvam os filhos. Acontece que eles percebem isso e também que a mãe deles se sente culpada e incapaz de decidir. Então acabam usando esses sentimentos para manipular e conseguir o que desejam. A reação dos pais, por outro lado, é polarizada e eles assumem uma postura extremamente dura e inflexível com os filhos. Daí, se aparece um avô por perto, não tenha dúvida de que os filhos correrão para ele.
Creio que o mais sábio a fazer é essa mãe conversar com seus pais e mostrar a eles a dinâmica da situação, bem como seu desapontamento com o que está acontecendo. Se for muito difícil encará-los, talvez seja melhor escrever uma carta, ou um email. Há pessoas que se expressam melhor escrevendo. Pode ser que os pais não tenham a menor idéia do que a filha esteja sentindo. Depois de conversar com eles, de forma aberta e franca, seria sábio deixar que digam como enxergam a situação. É possível que vejam a filha como autoritária e que estão, simplesmente, tentando equilibrar o ambiente. Se pais e filha conseguirem trabalhar juntos, a neta logo perderá o posto de líder da família. Os três (avós e a mãe) poderão estabelecer algum tipo de estratégia em que a criança seja guiada e dirigida e não o contrário. Ela não tem maturidade e nem é seu papel tomar a liderança da família. Os avós, também já tiveram a própria família para liderar, não é justo que tenham de assumir novamente esse papel. E a mãe, que está se sentindo cerceada, também precisa dessa mudança.
Então, se você está em situação semelhante, sugiro que ore, avalie o melhor momento para uma boa conversa com seus pais, rascunhe seus pontos de vista, se precisar, do que irá falar. Faça sua parte, peça a orientação do Alto e vá em frente. Há boas possibilidades de, juntos, e sob a orientação de Deus, acharem uma boa solução para o caso.
Escrito por: Jay Kesler - Foi presidente da Mocidade para Cristo (Youth For Christ), nos Estados Unidos. Este artigo foi, originalmente, escrito para o livro "Family Forum", da Victor Books, em 1984, págs 282, 283. Foi traduzido, para esta edição, com a devida permissão, por Iara Vasconcellos.
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