O perigo das maxibolsas

O perigo das maxibolsas

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:30

Está na moda e comporta uma infinidade de itens "essenciais" para a mulher moderna! Essas são as duas justificativas femininas para o uso das bolsas enormes, as chamadas "maxibolsas" no vocabulário fashionista. Esse acessório se transformou em companheiro inseparável das mulheres, que carregam as suas "maxibolsas" para o trabalho, estudo, passeios no shopping, na praia e em uma infinidade de compromissos sociais. Concordo plenamente que são bonitas e práticas, mas gostaria de levantar uma questão: será que as "maxibolsas" não representam um dano à saúde da mulher? Com mais de trinta e até cinquenta centímetros, o acessório favorece o exagero, ou seja, leva a mulher a transportar um peso maior do que o recomendado. Como resultado, o que parece prático pode se transformar em um enorme risco à saúde.

A bolsa muito pesada pode provocar dores nos ombros, inflamação nas costas e – o pior – problemas na coluna. O corpo de um adulto pode carregar, no máximo, o equivalente a 10% do peso. Particularmente, acho este percentual muito alto, principalmente, para um objeto que é carregado por horas seguidas. Não estou falando de apenas cinco minutos entre o ponto do ônibus e o escritório, mas de um período de uma ou duas horas, quando as mulheres fazem compras em supermercados ou shoppings, por exemplo. E por mais que seja bonita, a "maxibolsa" sobrecarrega a coluna, sim! Entre os vários riscos destaco os problemas de postura e um possível processo inflamatório. O excesso de peso é responsável por doenças na coluna como escoliose (desvio da coluna vertebral, que pode ser cervical, toráxica ou lombar), lordose (aumento da curvatura lombar) e a sifose, conhecida popularmente como corcunda – quando a pessoa joga os ombros para frente. A degeneração da coluna é resultado de vários fatores como genética, hábitos de vida, atividade física, obesidade, sobrecarga na coluna, entre outros. A sobrecarrega na coluna lombar pode acelerar o processo degenerativo. Sabemos que alguns problemas podem ser evitados ao mudarmos nossos hábitos.

A mochila é mais indicada para carregar peso, já que as alças ficam equilibradas nos dois ombros – evitando incliná-los para um dos lados - e o peso permanece nas costas, a parte do corpo mais forte e mais apropriada para carregar peso. É importante lembrar que os problemas na coluna são a quinta causa responsável pelo afastamento de pessoas do trabalho, segundo o Ministério da Saúde. Para evitar esse transtorno é preciso manter a postura corporal correta e evitar o esforço desnecessário. Mas, o que fazer? As mulheres devem abrir mão da praticidade e beleza oferecidas pela "maxibolsa"? De forma alguma… até porque conheço as mulheres e sei que jamais vão abrir mão de um item que esteja na moda! Vencido por essa constatação, acredito que seja melhor oferecer algumas alternativas em prol da saúde ao invés de apenas alertar para os problemas.

Anote 10 dicas básicas:

1. Deixe a bolsa mais leve! Tire da bolsa os livros, cadernos e papéis; opte por transportá-los em pastas.

2. Tire a nécessaire e carregue a maquiagem, absorventes e escovas em uma valise – que pode ficar, inclusive, no carro ou no escritório.

3. Deixe na bolsa somente o que é realmente necessário.

4. Leve uma sacola à parte com o lanche.

5. Faça uma "faxina" regularmente na bolsa para retirar o que não precisa mais.

6. Leve somente o que vai usar naquele dia!

7. Mude frequentemente a bolsa de ombro. Também pode segurá-la pela mão durante algum tempo.

8. Para deixar a coluna em ordem e fortalecida para carregar as maxibolsas, recomendo a prática de exercícios físicos, no mínimo três vezes por semana. Nunca esqueça de se alongar antes e depois da atividade. O aquecimento no início prepara o corpo para as tarefas e, no final, relaxa.

9. Atenção para quem está acima do peso. A obesidade – ou sobrepeso – são em si prejudiciais à coluna.

10. Não carregue peso desnecessário, além da bolsa.

O dr. Fabio Ravaglia é autor desse artigo, médico ortopedista graduado pela Escola Paulista de Medicina (Unifesp) com residência médica no Hospital do Servidor Público Estadual, especialização em coluna vertebral Instituto Arnaldo Vieira de Carvalho (Santa Casa de Misericórdia de São Paulo) e mestre em cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

Fonte: Printec Comunicação

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