"É preciso sangue-frio, primeiramente", aponta Sally Kuykendall, pesquisadora da Universidade Saint Joseph, nos EUA. "A primeira reação dos pais é pensar de forma defensiva não, meu filho não fez isso. E os filhos estarão atentos a essas primeiras reações."
"Mas o que se deve observar é onde esses comportamentos foram aprendidos na violência vista na TV, em casa ou no seu círculo social e como as habilidades sociais dessas crianças e adolescentes influenciaram nessas atitudes", explica Kuykendall.
A pesquisadora aponta que é preciso sentar e conversar com seus filhos e, principalmente, não deixar que essa conversa seja interrompida antes de se ter maiores detalhes da situação. "Confrontar as desculpas, e não deixar essas crianças e adolescentes convencerem a si próprios e aos pais de que foi apenas uma brincadeira. Também não se deve aceitar uma atitude de racionalização que culpe as vítimas pelos ataques feitos por eles. É preciso ter limites claros e consistentes para essas ações. Os filhos precisam ser educados para identificar o que é e o que não é um comportamento socialmente aceito", explica Kuykendall.
Alguns bullies são vítimas que resolveram reagir contra as agressões sofridas procurando se "vingar" agredindo os outros. São as chamadas vítimas provocativas (ou vítimas/agressores). "Essas vítimas provocativas são indivíduos que precisam de muita atenção, pois estão no risco de desenvolver depressão, comportamentos antissociais e abuso de álcool e outras drogas", diz a pesquisadora.
"O ideal é afastar essas crianças e adolescentes da situação em que, provavelmente, elas já perderam o controle e os ataques e agressões são parte do cotidiano escolar. Nesses casos é importante também ter alguém um adulto, especialmente professores ou um psicólogo, dentro ou fora da escola que fique de olho nas atitudes dos filhos e reporte, de maneira objetiva, o que acontece, e até mesmo interferindo em situações onde esse comportamento agressivo ocorra", detalha Kuykendall.
Mas a especialista alerta para a importância dos pais se tornarem cada vez mais presentes na vida dos filhos. "Ensinar as crianças a tratarem os outros com respeito é uma conversa que não tem um ponto-final. Os pais não devem esperar falar apenas uma vez e achar que o problema estará resolvido", finaliza.
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