O silêncio de Deus

O silêncio de Deus

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:29

O livro de 1 Reis nos traz detalhes da saga vivida por Elias ao enfrentar o rei Acabe e sua diabólica mulher, Jezabel. Durante o reinado de Acabe, o povo de Israel se afastou do Senhor e seguia a outros deuses. A fúria de Jezabel se acendeu contra Elias. A rainha não se conformava com o fato de que Elias desafiara os falsos profetas que circulavam livremente em Israel, o que acabou por levá-los todos à morte.

Jezabel, então, jurou Elias de morte. E - como num passe de mágica – o profeta se esqueceu do cuidado e da fidelidade de Deus, e fugiu. Ele queria salvar a própria vida. No monte, ele viveu a privilegiada experiência de encontrar o Senhor. Diz o texto bíblico, que houve um forte vento, mas o Senhor não estava lá. Também houve um terremoto, mas Deus também não estava lá. Por fim, houve fogo, mas Deus não estava nele. Dá para imaginar a cena de cinema? Um furacão, um terremoto, fogo.

Como Elias, somos acometidos pela amnésia em alguns momentos. Tudo que o Senhor nos fez parece se apagar de nossa memória. Perdemos a esperança e não cremos que o livramento e a vitória virão. Nessa hora, clamamos ao Senhor, à espera de que Ele se revele a nós em meio a trovões e relâmpagos, a luzes de neon, a efeitos especiais e a vozes retumbantes que vêm do céu. Ansiamos pela revelação de Deus que consiga chamar a nossa atenção.

Contudo, o Senhor tem formas criativas de abordagem. E suas respostas, em muitos casos, vêm de maneiras inesperadas e tão diferentes do que imaginamos. Para Elias, a presença do Senhor se revelou em meio a um cicio tranquilo e suave. Em outras palavras, Elias reconheceu o Senhor no meio do som brando dos ramos das árvores movidos pela brisa suave. Imagine novamente a cena... Nenhum som ensurdecedor, nenhum acontecimento dramático, somente a paz trazida pelo barulho do vento. Um quase silêncio.

Muitas vezes, é assim que o Senhor nos responde, quando clamamos por sua revelação. A experiência que Ele deseja nos dar não está no formato que escolhemos, mas no que Ele acredita que seja melhor para nós. Logicamente, é difícil aguardar pela revelação de Deus que não chega assim exatamente como desejamos. Mas, nessas horas, Deus nos lembra que Ele está presente, ainda quando não conseguimos ouvir sua voz. Ele pacientemente nos mostra que "no quase silêncio" Ele continua sendo Senhor, agindo em nosso favor. Soberano.

Quantas vezes vivemos dias difíceis, de ansiedade e de desespero? Provavelmente, ao longo da vida nem seja possível contá-los. Mas nesses dias devemos pedir que o Senhor nos ensine a reconhecer as portas que se abrem silenciosamente, os obstáculos que saem do nosso caminho sem alarde, as respostas que aparecem sem muita explicação. Deus está nos falando em meio à brisa suave, em meio ao quase silêncio. Ele está ali. Soberano.

Postado por: Felipe Pinheiro

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