Os perigos da infidelidade.

Os perigos da infidelidade.

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:49

Em busca de aventura, prazer e dor. Quem é casado e procura um relacionamento extraconjugal não sabe, mas pode, no final de tudo, além de ter a vida destruída, sofrer uma dor irreparável. São inúmeros os casos de pessoas que perderam suas vidas ou até entes queridos por conta de envolvimento extraconjugal.

O caso de Lavínia Azeredo, de 6 anos, morta no dia 28 de fevereiro pela amante do pai, levanta a questão do perigo dos relacionamentos extraconjugais. Lavínia, que completaria 7 anos no próximo dia 13, foi encontrada morta na quarta-feira passada (2), num hotel no Centro de Caxias, no Rio de Janeiro. O crime, segundo a polícia, foi cometido pela amante do pai, Luciene Reis, que está presa na carceragem da Polinter de Magé (RJ). Luciene, de acordo com o delegado Robson Costa, da 60ª Delegacia de Polícia, confessou que matou a menina e vai responder por sequestro seguido de morte, cuja pena pode chegar a 30 anos.

A tragédia na vida da família de Lavínia começou por causa de um adultério cometido pelo pai da menina, o que mostra que os relacionamentos extraconjugais provocam sequelas muito mais profundas do que sentimentos de abandono ou da própria traição.

“Quando uma pessoa casada se envolve com outra, ela enxerga com os olhos da paixão. E a paixão é cega, não deixa a pessoa ver quem a outra é realmente. O fato de não conhecer a pessoa a fundo, de ser guiado pelas emoções, pode levar a situações desastrosas ou de tragédias mesmo”, enfatiza a psicóloga Rita Dantas Souza, doutora em psicologia pela PUC e Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na visão de Rita, quem trai não está só em busca de prazer, e sim de dor de cabeça.  “A pessoa que se torna amante tem ilusões e acredita que um dia terá a pessoa amada só para si. Ela fica iludida por promessas ou vantagens e vive seus dias à espera de que a pessoa com quem se envolveu coloque um ponto final em seu casamento e a tome como esposa. Quando ela percebe que, na maioria das vezes, a pessoa com quem está se relacionando não quer desfazer o casamento, pode ter atitudes drásticas e impensadas”, ressalta a psicóloga.

Falta de respeito

Já na visão da psicóloga clínica Roberta Borges, quem trai ou pensa em trair deve estar ciente de que a falta de respeito não é só com o parceiro, mas também com toda a família. “Em vários casos temos visto que pessoas se meteram em confusões ou tiveram suas vidas destruídas por conta de uma traição conjugal. Quem pensa em trair que leve isso a sério, pois pode estar sim colocando em risco a vida de sua família, por conta de 15 minutos de prazer. Já que, quase sempre, quando envolvido com uma terceira pessoa, aparecem sonhos, promessas e o sentimento de posse. E muitas pessoas podem cometer loucuras alegando ser em nome do amor”, diz Roberta.

Diagnosticar previamente se uma pessoa será capaz de cometer uma atrocidade não é fácil. “Em alguns casos, há ameaças, mas é muito difícil prever se essa pessoa será capaz de cumprir o prometido ou aquilo foi dito só no calor do momento”, salienta.

Para quem pensa em trair achando que enfim colocará um fim em seus problemas, Rita adverte: “Não é uma terceira pessoa que resolverá os conflitos. Muito pelo contrário. O casal deve conversar e chegar a um denominador comum. Quem pensa em trair deve observar: se essa pessoa que você namorou, noivou, casou, aos seus olhos já tem atitudes que não lhe agradam, o que dizer então de quem não se conhece bem?”

Rita compartilha da mesma opinião de Roberta, de que quem arruma uma amante pode colocar em risco toda a família. “Quem se aventura em relacionamentos extraconjugais tem que estar ciente dos problemas que podem ocorrer. Hoje, não é mais a mulher ou o homem que sofre, mas toda a família pode ter problemas irreversíveis por conta de uma traição”.

Na opinião da psicóloga, vivemos em uma sociedade onde as pessoas acham que a felicidade reside num relacionamento fantasioso. “Muitos acham mais fácil viver uma fantasia, empurrar os problemas para debaixo do tapete, do que encarar a realidade. Quem quer ser feliz de verdade procura um relacionamento baseado na verdade, na troca, na cumplicidade, não relacionamentos fortuitos, escondidos, que podem provocar dor e sofrimento”.

Casos que acabaram muito mal:

A fera da Penha

Na década de 1960, Neide Maria Lopes foi acusada e condenada a 33 anos de prisão por sequestrar, assassinar e incendiar a menina Tânia, de 4 anos, nos fundos do matadouro da Penha, no subúrbio do Rio de Janeiro. Em 1959, Neide, que estava com 22 anos de idade, conheceu e apaixonou-se pelo pai de Tânia. Quando ela soube que ele era casado, exigiu que abandonasse a esposa e as filhas.

Vendo que o amante não abandonaria a família, adotou outra tática. Aproximou-se da família do ex-amante e conquistou a confiança desta. Um dia, pegou a menina no colégio e ficou andando sem rumo por cerca de 5 horas. Por fim, passou em uma farmácia e comprou um litro de álcool. Levou a criança até o matadouro e a executou com um tiro de revólver. Após, ateou fogo no corpo dela.

Dias depois, foi presa e condenada a 33 anos de prisão. Após cumprir 15 anos, por bom comportamento, ganhou a liberdade. Hoje, vive sozinha na zona norte do Rio.

O goleiro Bruno

Em 2010, um caso chocou o País. O ex-goleiro do Flamengo, Bruno, foi preso acusado pelo desaparecimento de sua ex-amante, a modelo Eliza Samúdio, com quem teria um filho. Segundo a polícia, cansado de ser chatageado por Eliza, Bruno, que tinha uma bela carreira pela frente, tramou o assassinato da modelo. O corpo dela nunca foi encontrado, e ele está preso em Minas Gerais, onde aguarda julgamento.

Médica morta por ex-amante  

Em junho de 2010, a médica Glauciane Hara, de 39 anos, foi morta pelo seu ex-amante Rodrigo Fraga, que ela havia conhecido pela internet. Depois de 3 anos anos de relacionamento, Rodrigo, que era casado, resolveu colocar um ponto final no caso. Glauciane não aceitou e chegava a ligar 40 vezes por dia para a casa dele ameaçando sua mulher.

Para se livrar da ex-amante, Rodrigo arrumou outro problema: ele matou a médica a facadas e alegou que cometeu o crime em legítima defesa, pois ele e a mulher estavam sendo perseguidos por ela.

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