Papéis sociais dos meninos e meninas

Papéis sociais dos meninos e meninas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:06

Meninas devem brincar de boneca, meninos de carrinho. Elas vestem rosa e eles azul.

"Regrinhas" comportamentais que nos seguem desde bem cedo. Mas como os pais devem lidar com isso com os filhos que estão descobrindo seus papeis sociais?

Muitos pais tendem a impor o sexismo para os filhos, mas isso não é a melhor maneira de mostrar as diferenças para os pequenos. De acordo a psicóloga, especialista em educação, Fernanda Araujo Cabral durante o desenvolvimento infantil, que ocorre entre os três e sete anos, as crianças passam por uma fase onde naturalmente os meninos tendem a imitar o pai e as meninas a mãe. As crianças percebem e questionam as diferenças e consequentemente buscam imitar a conduta condizente com seu sexo. Isso faz com que não seja necessário que a separação entre tarefas seja determinada pelos pais, já que a criança naturalmente percebe as diferenças entre o papel social do homem e da mulher.

"Quando os pais exigem que a criança tenha esse tipo de separação de atividades muito cedo, antes que ela possa entender a diferença entre o masculino e o feminino, ela tende a não compreender e isso pode despertar a curiosidade por realizar as ‘atividades proibidas’. Isso fica claro em exemplos como quando os pais proíbem que meninos brinquem com bonecas da irmã e as crianças são surpreendidas brincando escondido. Nesse caso o menino não está demonstrando interesse por situações sociais femininas, mas sim demonstrando curiosidade por conhecer o brinquedo proibido".

O interesse de meninos por brinquedos considerados femininos e vice-versa não quer dizer nada sobre a opção ou identificação sexual, de acordo com a especialista. "Muitas vezes damos muito valor para o objeto que a criança está brincando e esquecemos de como ela está brincando. Devemos lembrar que a imaginação da criança é sem limites e muitas vezes uma simples tampinha de garrafa pode ser o mais belo dos príncipes"

Quando não são os brinquedos, mas sim a brincadeira que é tipicamente do sexo oposto, é importante verificar a frequência. "Quando observamos tais brincadeiras tidas como "invertidas" ocorrendo sempre ou até mesmo como a única forma de brincar é importante investigarmos se a diferenciação entre os papéis de masculino e feminino estão claras para a criança e o motivo pelo qual ela está se identificando com o sexo oposto. Muitas vezes ocorre por carência da presença de um dos pais ou até mesmo como uma forma de chamar atenção. Nesses casos a ajuda profissional de um psicólogo é de grande valia, para identificarmos algum possível problema no desenvolvimento da criança".

A identificação dos papéis sociais por parte dos pequenos é importante e isso inclui não inclui só o de homem e mulher, mas também de pai, filhos, entre outros. Se os pais querem mostrar como se comportar, a melhor maneira é ser o modelo a ser copiado. É que as crianças aprendem bastante imitando. "Muito mais que o sexismo imposto pelos pais, a melhor forma de auxiliar as crianças a compreenderem as diferenças sexuais é permitir que ela observe o comportamento dos pais e os reproduza em suas brincadeiras".

Pode parecer que no caso das famílias tradicionais isso seja mais fácil, mas Fernanda explica que no casos de casas onde só há a mãe ou o pai ou ainda quando os pais são homossexuais a possibilidade de identificação social não fica comprometida. "Os modelos de masculino e feminino estão espalhados pela família (avós, tios, primos) ou pela sociedade em que a criança convive (escola, clube, condomínio)"

Sexualidade

A psicóloga afirma que a formação da sexualidade (opção sexual) ocorre na adolescência, mas o convívio com outras crianças faz com que seu filho levante questões sobre sexualidade desde cedo.

"Nessas situações é importante que os pais respondam as dúvidas com a maior naturalidade possível. Lembramos que a criança pergunta exclusivamente o que ela quer saber e muitas vezes a "maldade" está na cabeça dos pais. Para ilustrar, é comum a criança perguntar, por exemplo, de onde vêm os bebês, nesse momento ela quer saber apenas que as crianças vêm da barriga das mulheres. Se a criança se satisfizer com essa resposta não é necessário iniciar toda uma explicação sobre o ato sexual, ela naturalmente irá levantar questões sobre isso posteriormente". E conclui: "Muitas vezes os pais se assustam com perguntas sobre diferenciação sexual, mas responder às perguntas uma de cada vez, encarando a curiosidade da criança como natural e sinal de desenvolvimento, é a melhor forma de lidar com a questão".

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