Pedaladas arriscadas

Pedaladas arriscadas

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:24

Uma recente pesquisa da Universidade de Campinas (Unicamp), no interior paulista, traz uma alerta aos pais sobre os cuidados que os filhos devem ter quando andam de bicicleta. O estudo, realizado pelo cirurgião-dentista José Luis Muñante-Cárdenas, aponta que os tombos foram as principais causas de traumatismos na face de crianças e adolescentes atendidos pela Área de Cirurgia Buco-maxilo-facial da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP), também no interior de São Paulo.

Levantamento feito pelo especialista mostra que 27% dos 757 pacientes que passaram pela unidade tiveram lesões no rosto motivadas pelos acidentes ciclísticos. Neste sentido, a pesquisa alerta para a necessidade de os pais ficarem mais atentos aos passeios de bicicleta dos filhos, sobretudo com relação ao uso de dispositivos de segurança. Um dado que comprova a conclusão do estudo de Muñante-Cárdenas é a alta porcentagem de vítimas de acidentes que não usaram capacetes e/ou equipamentos preventivos: 98%.

“Isto denota uma falta na prevenção de acidentes por parte dos pais ou pessoas responsáveis por essas crianças. Em minha opinião, seriam necessárias ações educativas mais incisivas, que minimizassem o problema”, alerta Muñante-Cárdenas, que no trabalho identificou que os meninos são os campeões em quedas que envolvem o traumatismo facial, pois somaram 70% dos casos, enquanto que as meninas totalizaram 227 atendimentos (30%).

A pesquisa, orientada pelo professor José Ricardo de Albergaria Barbosa, contemplou o período de 1999 a 2008 para se analisar as diferentes características das fraturas faciais na população pediátrica atendida na região de Piracicaba, que envolve também os municípios de Rio Claro e Limeira. Em 10 anos, os atendimentos totalizaram 2.986, mas Muñante-Cárdenas focou seu trabalho apenas nos pacientes menores de 18 anos.

O estudo aponta também que o osso facial mais afetado por fraturas foi a mandíbula. Este diagnóstico somou 44,8% dos casos, com o tratamento cirúrgico sendo realizado em 49% deles. As complicações no pós-operatório decorrentes das operações mais comuns são hemorragia, infecções, perda do material de fixação interna, alteração da sensibilidade e restrição da movimentação ocular. Já as fraturas nos ossos nasais somaram 30,8% dos registros, enquanto aquelas ligadas ao terço médio facial, consistiram em 23,20% das ocorrências.

Os dados apurados na pesquisa levantam questões importantes para a compreensão do trauma infantil. O cirurgião-dentista destaca que este tipo de abordagem merece uma atenção especial, uma vez que a escolha pelo tratamento adequado é fundamental. “Uma vez fraturado o osso, é indicado o tratamento minimamente invasivo, para não limitar o potencial osteogênico (de formação óssea) e o desenvolvimento dentário normal. No entanto, existem situações em que os traumatismos são graves e se fazem necessárias intervenções mais complexas”, explica.

Dicas de segurança para os filhos:

- Não transite pela contramão. Se um acidente ocorrer, saiba que não terá direito ao seguro do carro que o atropelou;

- Pedale pelo lado direito da via;

- Use sempre o capacete;

- Antes de sair de bicicleta, informe aos amigos ou à família aonde vai e a que horas pretende regressar;

- Para pedalar à noite, fique o mais visível possível. Uma luz vermelha na traseira é muito importante, assim como materiais refletivos distribuídos pela bicicleta ou na roupa;

- Tenha sempre uma nota de R$ 5 ou R$ 10, juntamente com um cartão de telefone, uma cópia do RG e número de telefone;

- Luvas e óculos são acessórios de proteção e não simplesmente acessórios de moda; joelheiras e cotoveleiras são essenciais.

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